Após falar do sistema defensivo do Cruzeiro, no segundo texto da série Balanço Celeste venho falar do meio campo de cruzeirense em 2018. Talvez esse seja o setor do time que apresente o maior nível de qualidade técnica de todo o elenco. Os meio-campistas Henrique, Lucas Silva, Ariel Cabral, Lucas Romero, Robinho, Thiago Neves e Arrascaeta seriam titulares na maior parte das equipes do Brasil.
Boas trocas de passes, grande controle de bola, experiência e tranquilidade e uma capacidade fora do comum para criar (quando Mano Menezes e os atletas queriam) são algumas das principais qualidades dos meio-campistas celestes. Mas apesar de esbanjar técnica e talento, o setor de marcação e criação celeste apresentou um problema que precisa ser sanado para a próxima temporada: a falta de intensidade. Contando com jogadores experientes e rodados, a equipe de Mano raramente perdia o controle do meio nas partidas, exceto quando recuava demais e dava a bola ao adversário, mas aí os contra-ataques, municiados por uma invejável capacidade de trocas rápidas e precisas de passes, se tornavam mortais. Mas essa experiência muitas vezes cobrava seu preço. O time em várias oportunidades perdia muito em intensidade e velocidade no meio campo, com suas transições defesa/ataque se tornando lentas e previsíveis, facilitando a marcação e recomposição adversárias.
Com um time cascudo, principalmente nessa faixa do campo, nos jogos importantes a chave era virada e jogadores geralmente não tão intensos como Thiago Neves e Robinho viravam leões e não raramente eram vistos desarmando lá atrás. Mas em jogos menos importantes, muitos desses atletas acabavam demonstrando certa displicência e o Cruzeiro passava a apresentar um futebol morno. Aliás, esse foi um dos principais problemas do time no ano.

Individualmente, foi um ano bom para os principais atletas da posição. Os volantes Henrique e Lucas Romero fizeram grande temporada; Lucas Silva e Cabral apesar dos altos e baixos apareceram bem quando foram solicitados e os homens de criação, Robinho e Thiago Neves foram mais uma vez decisivos. Com destaque positivo ao primeiro, que após superar problemas pessoais, jogou muita bola, se destacando com importantes gols e assistências. O segundo foi pelo segundo ano seguido, desta vez junto de Arrascaeta, o artilheiro do Cruzeiro no ano e foi decisivo como de costume, marcando gols nas duas finais que o time disputou. Mas sua inconstância no decorrer da temporada é um ponto a ser discutido. E por falar em Arrascaeta, nosso camisa 10 teve a sua grande temporada na carreira. Marcando gols em todas as finais de disputou e sendo artilheiro do time, o uruguaio foi a principal válvula de escape do time no ano e se consolidou como ídolo da torcida.
Agora, se o talento do nossos principais meio-campistas é inegável, uma preocupação é com o nível dos reservas. Sempre que uma peça precisou ser sacada do time titular, foi um Deus nos acuda. Contratados por R$ 6 milhões, cada um, Mancuello e Bruno Silva só fizeram raiva na torcida. O garoto Éderson demonstrou ser um bom valor, mas ainda precisa de mais sequência. David passou boa parte da temporada machucado e Rafinha apesar de muito útil é bem inferior aos titulares. É primordial que a diretoria busque novos atletas, de preferência jovens para o setor. Thiago Neves também precisa de uma sombra. Já que ele não aguenta mais uma temporada regular, é necessário alguém para suprir o camisa 30.
No geral esse foi um bom ano para o meio-campo celeste. Para 2019, com a iminente saída de Lucas Silva, peço apenas mais chances ao craque Lucas Romero em sua posição de origem e contratações pontuais para o setor, aí podemos voltar a sonhar.
No próximo texto, o assunto será nossos atacantes. Fique ligado!!!
Deixe seu comentário sobre o meio de campo celeste.

Maic Costa nasceu em Ipatinga, mas se radicou na Região dos Inconfidentes mineiros. Formado em Jornalismo na UFOP, em 2019, passou por Estado de Minas, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas. Atualmente, é setorista do Cruzeiro na Trivela.