Barragem em Barão de Cocais pode se romper em menos de dez dias

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A população de Barão de Cocais vive momentos de tensão com a movimentação do talude (parede) da Mina de Gongo Soco. O motivo do deslocamento da estrutura teria sido a queda de uma rocha no interior da cava (buraco) da mina. E a situação se tornou ainda mais preocupante com a divulgação, pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) de um documento da Vale, dona da estrutura, que afirma que a barragem pode ser romper até 25 de maio, se a movimentação se manter constante.

Segundo o documento da empresa, há uma deformação no talude norte da Cava de Gongo Soco, que poderia causar sua ruptura. A falha tem causado deformações que podem, assim, liquefazer a Barragem Sul Superior, levando, consequentemente, ao rompimento.

Movimentação na barragem

Uma das verificações apontou que a movimentação do talude foi de 4 a 5 milímetros em 12 horas. Se esse número se manter constante, seria suficiente para causar mais um rompimento de barragem. O deslocamento foi confirmado pela própria Vale e pela Defesa Civil. Atualmente, a barragem segue classificada no nível 3, o mais alto na escala de perigo de rompimento.

Recomendações

O MPMG divulgou, nesta quinta-feira (16), uma série de recomendações para a Vale, com o objetivo que a empresa “adote imediatamente uma série de medidas para deixar claro à população local os riscos a que ela está sujeita”. Leia o comunicado na íntegra e acesse o documento, abaixo:

“MPMG recomenda à Vale que informe à população de Barão de Cocais os riscos a que estão sujeitos em caso de ruptura de barragem da Mina Gongo Soco

Mineradora tem 6h para informar ao MPMG as medidas adotadas

Com o objetivo de garantir o direito de acesso a informações às pessoas que possam ser atingidas por eventual ruptura da Barragem Sul Superior, da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) expediu, nesta quinta-feira, 16 de maio, Recomendação à  mineradora Vale para que a empresa adote imediatamente uma série de medidas para deixar claro à população local os riscos a que ela está sujeita.

No documento, o MPMG requer que a Vale comunique, por meio de carros de som, jornais e rádios, informações claras,  completas e verídicas sobre a atual condição estrutural da Barragem Sul Superior, possíveis riscos, potenciais danos e impactos de eventual rompimento às pessoas e comunidades residentes ou que estejam transitoriamente em toda área passível de inundação.

Além disso, a Recomendação  quer que a empresa forneça imediatamente às pessoas eventualmente atingidas total apoio logístico, psicológico, médico, bem como insumos, alimentação, medicação, transporte e tudo que for necessário, mantendo posto de atendimento 24 horas nas proximidades dos centros das cidades de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo. Esses locais deverão contar com equipe multidisciplinar preparada para acolhimento, atendimento e atuação rápida e pronta a serviço dos cidadãos.

A adoção das medidas pela Vale deverá observar também eventuais recomendações feitas pela Defesa Civil Estadual e Defesas Civis dos municípios potencialmente atingidos. 

A Recomendação estipula prazo de seis horas para que a Vale responda ao MPMG, fornecendo informações  específicas  e  detalhadas  sobre  as  ações  adotadas  ou planejadas para seu cumprimento.

Acesse o documento

Riscos iminentes 
Conforme informado pela empresa Vale S/A ao MPMG e outros órgão de Estado, foi verificada uma deformação no talude norte da Cava de Gongo Soco, na Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, passível de provocar a sua ruptura, gerando vibração capaz de ocasionar a liquefação da Barragem Sul Superior, levando ao rompimento da estrutura e, por conseguinte, danos sociais e humanos imensuráveis para a região. 

Documento obtido pelo MPMG, produzido pela própria Vale, estima que, permanecendo a velocidade de aceleração de movimentação do talude norte da Cava da Mina de Gongo Soco, sua ruptura poderá ocorrer no período de 19 a 25 de maio.”

A Vale foi procurada pela reportagem do Mais Minas, mas até o fechamento da matéria, não havia respondido os contatos.

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