O rompimento da barragem I da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, completa um ano neste sábado, 25 de janeiro. A tragédia que levou a vida de 259 pessoas e ainda deixou 11 desaparecidos, comoveu o Brasil e causou danos diversos danos sociais e ambientais ao município e região. O rompimento da barragem em Brumadinho é considerado um dos maiores desastres com rejeitos de mineração já registrados no país.
Desde o ocorrido, a Vale afirma ter empenhado esforços para compensar os danos causados pelo rompimento da barragem. De acordo com um relatório apresentado pela mineradora no último dia 20, o principal foco da empresa após a tragédia em Brumadinho tem sido o atendimento às pessoas. Dessa forma, ações que permitam a retomada da rotina das famílias afetadas direta ou indiretamente pelo rompimento têm sido realizadas.
No relatório a companhia ainda destacou que R$ 24,1 bilhões foram reservados para ações de reparação em decorrência da tragédia. Esse dinheiro, segundo a Vale, é destinado a repasses de indenizações, intervenções ambientais, projetos socioeconômicos e apoio a medidas do poder público. O valor também é destinado ao processo de descaracterização das barragens a montante em Minas Gerais.
A empresa também destacou que desembolsou R$ 32 milhões destinados a atendimentos de saúde em Brumadinho; R$ 70 milhões doados as Forças de Segurança de Minas Gerais e a Defesa Civil; R$ 2,8 bilhões pagos em indenizações e auxílios emergenciais a vítimas e familiares; R$4,5 milhões para análises de água, solo e sedimentos e R$5,5 bilhões para o tratamento em duas estações de Tratamento de Água.
Os números do relatório apresentado pela mineradora também informam que 100 famílias estão morando em residências temporárias custeadas pela empresa e 22 poços artesianos foram instalados em cidades abastecidas pela bacia do Paraopeba.
Auxílio ao trabalho de buscas
Em outubro do ano passado, a Vale doou 77 veículos às Forças de Segurança de Minas Gerai, que incluem a Polícia Militar, a Polícia Civil e Corpo de Bombeiros, além da Defesa Civil do estado. De acordo com a empresa, valor do investimento é superior a R$ 70 milhões.
Além disso, a mineradora ainda destacou que, para auxiliar no trabalho de buscas do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, instalou duas tendas que abrangem uma área de 15 mil metros quadrados. Nessas tendas estão sendo depositados os rejeitos mais úmidos, removidos por escavadeiras e caminhões, sobretudo no período de chuvas. O objetivo das estruturas é proporcionar condiçoes necessárias para que os Bombeiros deem continuidade às buscas.
Outras ações da Vale sobre para a recuperação de danos em Brumadinho:
Indenizações
Em abril do ano passado, a Vale e a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais assinaram um Termo de Compromisso que garente que as pessoas atingidas pelo rompimento da Barragem de Brumadinho possam optar por acordos individuais ou por grupo familiar, para buscar indenização por danos materiais e morais. De acordo com a mineradora, até o dia 16 de janeiro, 3.193 acordos foram realizados.
Dois meses depois, em julho, a empresa e o Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais assinaram outro acordo, dessa vez para indenização aos familiares dos trabalhadores (próprios e terceiros) vítimas da tragédia. Também até o dia 16 de janeiro, 1.541 acordos trabalhistas foram acordados, de acordo com a mineradora.
A Vale destacou que, entre indenizações individuais e trabalhistas, já foram realizados quase 5.000 acordos.
Revitalização do rio Paraopeba
A Vale afirma ter trabalhado na recuperação ambiental do rio Paraopeba. A empresa diz que seus esforços se concentram na contenção de rejeitos e no tratamento da água. Segundo a empresa, cerca de 5,5 bilhões de litros de água foram tratados e devolvidos ao curso do rio.
A mineradora também destaca que o monitoramento da qualidade da água do rio tem sido constante desde janeiro de 2019. A companhia afirma ter 90 pontos de monitoramento que cobrem uma área de 2,6 km de extensao e dispõe de 16 sonda paramétricas que viabilizam a leitura dos parâmetros físicos e químicos da água.
De acordo com o relatório, cerca de 4,5 milhões de análises de água, solo e sedimentos ja foram realizadas. A empresa ainda afirma que suas análises mostram que a pluma de sedimentos que vazou da barragem I parou no reservatório da Usina de Retiro Baixo, no município de Pompéu (MG), não atingindo o Reservatório de Três Marias e o Rio São Francisco.
Confira o relatório completo clicando aqui.
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