O medo da diferença pode levar a atitudes extremas, como o racismo. Aconteceu no passado (perseguição de judeus, segregação racial contra negros etc…) e ainda acontece hoje com migrantes ou minorias étnicas.
Mas, para superar os preconceitos, não existe receita melhor que o conhecimento: através de livros, filmes, mas também depoimentos diretos, pode-se descobrir que somos todos iguais e solidariedade e amizade são a melhor resposta para todos os medos.
Lutar contra preconceitos em relação ao diferente é fundamental em uma sociedade cada vez mais multicolorida como a nossa. Aqui está uma seleção de cinco livros para combater o racismo. Todos as obras indicadas abaixo estão disponível na Amazon e em outras livrarias virtuais.
1 – O Genocídio do Negro Brasileiro: Processo de um Racismo Mascarado, de Abdias Nascimento
O conceito de “democracia racial” foi (e ainda é) um mantra do orgulho nacional. Daqueles que recusam a realidade. Uma das maiores referências na defesa dos direitos dos negros no Brasil, mesmo após sua morte, Abdias Nascimento sobrepõe testemunhos pessoais, reflexões, comentários e críticas, opondo o discurso oficial sobre a condição social e cultural do negro brasileiro à realidade, fazendo a desconstrução do que se convencionou chamar de “democracia racial”, cenário utópico e irreal no qual “pretos e brancos convivem harmoniosamente, desfrutando iguais oportunidades de existência, sem nenhuma interferência, nesse jogo de paridade social, das respectivas origens raciais ou étnicas.”
2 – Racismo Linguístico: Os Subterrâneos da Linguagem e do Racismo, de Gabriel Nascimento
Escrito de forma acessível e didática, este livro será de imenso interesse não apenas para estudiosos da linguagem, mas todos os que querem entender melhor a complexidade da desigualdade racial no Brasil. Com sua análise original da relação entre língua e racismo, Gabriel Nascimento aborda um tema quase totalmente ausente da linguística brasileira, se posicionando de forma lúcida e engajada nos debates de intelectuais negros, muitas vezes esquecidos, e mostrando suas contribuições para uma visão mais inclusiva da linguagem dentro da sociedade brasileira. De fato, a grande novidade da obra de Nascimento é de mostrar tanto as ausências da linguística tradicional quanto as pistas para uma renovação dessa área, dando continuidade ao projeto anticolonial de autores clássicos como Franz Fanon e à crítica decolonial contemporânea, que está transformando debates acadêmicos e políticos ao redor do mundo. Assim, este livro se insere numa virada importante na ciência e sociedade brasileira, que somente agora está começando a encarar a força estruturante de categorias raciais. Joel Windle (Monash University, Austrália/Universidade Federal Fluminense).
3 – O Ódio que você semeia, de Angie Thomas
O best-seller do New York Times conta a história de Starr Carter, uma menina de 16 anos que tenta se reconciliar com a ideia de frequentar uma escola de brancos e com o sentimento de abandonar sua família e amigos no bairro onde cresceu, habitado principalmente por negros. A certa altura, Starr se vê a única testemunha de um tiroteio policial contra um garoto negro desarmado. O desafio passa a ser a coragem de falar.
4 – Racismos – Das Cruzadas ao século XX, de Francisco Bethencourt
Revolucionário em seu escopo cronológico e espacial, este livro traz a primeira análise histórica abrangente e compreensível do racismo — um fenômeno relacional, que sofre alterações com o tempo e não pode ser compreendido em sua totalidade através de estudos segmentados de breves períodos, de regiões específicas ou de vítimas recorrentes.
Nesta obra de fôlego, o renomado historiador Francisco Bethencourt mostra as formas de racismo que precederam as teorias de raça, observando-as no contexto de hierarquias sociais e condições locais. O argumento é de que a prática discriminatória, em suas várias modalidades e aspectos, foi sempre provocada por projetos políticos de monopolização de recursos.
O foco de Racismos é o mundo ocidental, mas o autor também propõe comparações com tipos de segregação presentes em outras regiões do mundo. Ao provar que não há uma tradição constante de racismo, Bethencourt amplia nossa compreensão das relações interétnicas e contribui para o fim da história deste preconceito.
5 – O Sol é para Todos, de Harper Lee
Um livro emblemático sobre racismo e injustiça e um dos maiores clássicos da literatura mundial.Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista. O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça. O sol é para todos, com seu texto “forte, melodramático, sutil, cômico” (The New Yorker) se tornou um clássico para todas as idades e gerações.