Analisar a realidade humana é tecer um padrão estrutural de moral e ética, aos quais o ser humano é submetido, cujo o fim último pensa-se ser a felicidade. Mas que preço pagamos por esta tal felicidade que todos procuram, questionam e desejam ver através dela, seus problemas resolvidos?
Raros são os que conseguem aprofundar e embasar uma teoria racional ou emocional sobre o problema e de fato delimitar o espaço que ocupa na vida de cada indivíduo. Tal reflexão é um dialogar interior com a maneira como nos portamos diante das situações as quais somos inqueridas.
Todos desejam o bem, o bom, o saudável…em suma, a perfeição. Mas o apregoamento dos valores nos leva a enxergar a patologia diante da nossa própria interiorização. Como desejar a ausência da dor, do sofrimento, se há uma inversão de valores onde o sujeito não é respeitado na sua constituição primeira como elemento da espécie humana?
Somos capazes do autoflagelo e de submeter nossos pares ao mais baixo nível da degradação ética, isso sem mencionar ou questionar que valores morais estão por trás de condutas deste porte.
E ainda assim, somos classificados como racionais.
Nos racionalizamos tanto que acabamos nos tornando irracionais, pois nossos atos contradizem a essência da coletividade que é “o bem viver e o bem agir como o ser feliz” (Aristóteles)
Cultuamos a superficialidade das relações, o desprezo por aquele que na essência é igual a nós e ao todo da espécie. Matamos, sim, tiramos o sopro da vida das mais perversas formas. Seja no pensar, no falar, no agir e no apagar das luzes do último suspiro.
Este é o “grand finale” ao qual o último ato está sendo conduzido? A morte do amor, da emoção, da pureza, da sinceridade e do agir em prol do bem pessoal?
Essa é a estrada percorrida pelos seres cognoscentes, racionais, dotados da intelectualidade.
E a beleza emocional, onde encontra-se? Na irracionalidade dos insanos, na imaginação dos artistas, na transmutação da natureza…
Não seria ela a portadora da verdadeira felicidade que desesperadamente procuramos?
“Ao estudar as características e a índole dos animais, encontrei um resultado humilhante para mim” Mark Twain
…Uma construção (ir)racional?