A Agência Nacional de Mineração reduziu nesta segunda, 18 de agosto, o nível de emergência da barragem Forquilha III, localizada na Mina de Fábrica, em Ouro Preto. A estrutura passou do nível 3 para o 2, conforme registro no Sistema Integrado de Gestão de Barragens de Mineração.
A reclassificação decorre de novos dados técnicos obtidos com sondagens geotécnicas, ensaios de campo e laboratório, além da instalação de instrumentos adicionais de monitoramento. Modelos atualizados permitiram análises mais precisas e indicaram fatores de segurança compatíveis com os critérios da ANM. A Vale afirma ter cumprido a meta de não manter barragens no nível 3 em 2025.
“Alcançamos nosso compromisso de não ter barragens em nível de emergência 3 até o ano de 2025… Continuaremos avançando na implementação do Programa de Descaracterização de Barragens a Montante e na melhoria contínua de nossa gestão de barragens”, disse o CEO Gustavo Pimenta.
A Zona de Autossalvamento da Forquilha III permanece evacuada desde 2019, quando a estrutura foi classificada em nível 3. Apesar da redução para o nível 2, não há retorno da população neste momento, em conformidade com a legislação para emergências em barragens.
A Forquilha III integra o Programa de Descaracterização da Vale. Desde 2019, 17 das 30 estruturas previstas foram descaracterizadas, sendo 14 em Minas Gerais e 3 no Pará, o que representa 57% do total. Segundo a empresa, já foram investidos mais de R$ 12 bilhões nessa frente.
A previsão é concluir a descaracterização da Forquilha III no fim de 2035, com recuperação ambiental da área. A barragem possui uma Estrutura de Contenção a Jusante com Declaração de Condição de Estabilidade, construída para reter rejeitos em caso de eventual ruptura.
Enquanto avançam as obras de descaracterização, seguem medidas de reparação e apoio a serviços públicos locais. Em novembro de 2024, a Vale firmou acordo envolvendo Itabirito, Ouro Preto, Rio Acima e Nova Lima, com programas de transferência de renda, requalificação do turismo e cultura, segurança e fortalecimento da gestão municipal.
Paralelamente, a empresa informa ter adotado o Padrão Global da Indústria para Gestão de Rejeitos, o GISTM, lançado em 2020 por UNEP, PRI e ICMM. O padrão reúne 77 requisitos que abrangem todo o ciclo de vida das estruturas, com ênfase em engenharia, governança, participação das comunidades, transparência e preparação para emergências.