O Atlético está na mira do Grupo City. Próximo de se tornar Sociedade Anônima do Futebol, o clube mineiro é observado pelo City Football Club e por investidores árabes. Porém, a relação entre o grupo dono do Manchester City e o Galo está bem próxima. O órgão colegiado atleticano esteve recentemente na Inglaterra para conhecer as instalações do clube azul.
De acordo com o jornalista Rodrigo Capello, do GE, o Grupo City ofereceu R$ 1 bilhão por 51% da SAF do Atlético. A proposta não agradou o órgão colegiado atleticano, que acredita que o valor de mercado do clube é de, no mínimo, R$ 2 bilhões. As negociações seguem em andamento. O Galo ainda está em fase de transição, tendo que mudar o estatuto e definir outras situações burocráticas para poder fazer tal tipo de negociação. Os “4R’s”, colegiado formado pelos mecenas atleticanos Rubens e Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador também querem ficar com uma boa parte das ações atleticanas.
Um fato que chamou a atenção de alguns torcedores atleticanos sobre essa possível venda do Atlético é o fato do Grupo City ser tradicionalmente com as cores azul e branco, assim como as do seu maior rival, Cruzeiro. Também surgiu a preocupação se o Alvinegro terá que mudar de nome ou escudo em caso de êxito na negociação.
Essas mudanças aconteceram em compras anteriores do grupo. Como é o caso do Melbourne City, da Austrália, Mumbai City FC, da Índia e Montevideo City Torque, do Uruguai. Alguns memes até foram criados na internet simulando um possível novo escudo do Atlético em caso de venda do Grupo City. Veja:
De acordo com o Blog do Rafael Reis, do UOL, em caso de venda para o Grupo City, o Atlético não terá que mudar de nome e nem utilizar a cor azul. O fundo ligado à família real de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) se comprometeu em respeitar integralmente a identidade do clube mineiro.
Mas essa não é uma exclusividade do Atlético. O Troyes, da primeira divisão francesa, e o Girona, que disputa a segundona espanhola, fazem parte da “família City”, mas também não abriram mão dos seus distintivos, uniformes e nomes tradicionais.
Portanto, os torcedores alvinegros podem ficar tranquilos, pois não haverá “Belo Horizonte City”, “Mineiro City” ou algo do gênero e nem de deixar de ser uma equipe alvinegra para adotar o azul celeste.
Três dos 12 clubes considerados “grandes” do futebol brasileiro já aderiram ao modelo de clube-empresa e venderam suas recém-criadas SAFs para investidores: Cruzeiro, Vasco e Botafogo.
Grupo City
O Grupo City existe desde 2013, mas seu embrião nasceu em 2008, quando o xeique Mansour bin Zayed Al Nahyan, integrante da família real de Abu Dhabi, comprou o Manchester City. Desde a aquisição, o time inglês, que não era incluído entre as maiores potências do seu país, já faturou cinco títulos da Premier League e chegou uma vez à final da Liga dos Campeões da Europa.
Atual campeão da Premier League, o Manchester City está novamente na liderança do campeonato nacional mais badalado do planeta. Os Citizens têm 69 pontos, seis de vantagem para o Liverpool, segundo colocado, que tem um jogo a menos.
O City Football Group é formado atualmente por 11 clubes, em diferentes continentes, nos quais a companhia possui participação majoritária ou parcial. O Grupo tem a intenção de aumentar a presença no futebol da América do Sul, incluindo a compra de um clube no Brasil.
Esse representante brasileiro seria o “carro-chefe” do grupo no continente. Ele receberia investimentos e seria o centro da operação na América do Sul.
O Montevideo Torque City, do Uruguai, comprado em 2017, é um clube considerado pequeno. O Bolivar é protagonista da Bolívia, mas está em um mercado bem menor do que o Brasil.
O grupo é acionista majoritário dos seguintes clubes:
- Manchester City (Inglaterra)
- New York City (Estados Unidos)
- Melbourne City (Austrália)
- Mumbai City FC (Índia)
- Lommel SK (Bélgica)
- ESTAC Troyes, (França)
- Montevideo City Torque (Uruguai)
Também há participações minoritárias em:
- Yokohama F. Marinos (Japão)
- Girona (Espanha)
- Sichuan Jiuniu (China)
O City Football Group é propriedade de três investidores diferentes, mas quem mantém o controle do negócio é Mansour bin Zayed Al Nahyan, que conduz a empresa árabe Abu Dhabi United Group. Ele é dono de 77% da multinacional. A China Media Capital possui 13% do grupo e a Silver Lake é proprietária dos 10% restantes.