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Foi assim

23/06/2018 às 16:33
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7 min

A formação de um artista é demorada. Por outro lado, a celebrização pode ser instantânea. Com grana e um bom marqueteiro, consegue-se atingir o público do Oiapoque ao Chuí numa única tarde de domingo.

A cantora Deolinda Kinzimba emerge no tempo exigido pelas melhores coisas. Quem ainda não a descobriu foi por comodismo ou preconceito. Sim, não dar atenção para nada que não seja ruidosamente sensacional é um tipo de preconceito.

Deolinda canta desde criança e compõe desde a adolescência, quando ganhou o seu primeiro violão.

De Angola para Portugal, em 2015, ela participou da terceira edição do The Voice Portugal, onde conquistou os jurados, a plateia do programa e o público, que passou a acompanhar o seu desenvolvimento.

De Portugal para o mundo, dando voz e vida a canções de grandes cantoras como Maria Carey, Beyoncé, Whitney Houston, Deolinda Kinzimba tornou-se a voz, a grande voz de Portugal.

Na época da exibição do programa, ela estava com 20 anos e estava a há menos de um ano em Portugal, onde foi para cursar Direito. Além disso, ela nunca teve qualquer formação musical antes disso, o que só mostra que os nossos sonhos dependem unicamente de nós para se realizarem. Tudo posso se tenho força de vontade!

Em 2016, ela voltou a pisar no palco do The Voice Portugal para apresentar ao público o seu primeiro single intitulado “Primeira vez”, um emocionante reencontro. Veja abaixo

YouTube video

E foi assim, como canta Milton Nascimento “nos bailes da vida ou num bar / Em troca de pão” que Deolinda Kinzimba iniciou e emerge, dia após dia, como artista e como grande cantora.

Ela já tem o seu primeiro disco gravado e disponível em todas as plataformas digitais. “Primeira vez” tem um videoclipe belíssimo, veja no final desta matéria.

É um prazer ouvir uma grande voz e poder acompanhar o esforço que a Deolinda colocou produz um trabalho com qualidade e muita luta. Basta procurar! Deixar de lado, especialmente, o preconceito.

Grande parte da reclamação sobre qualidade musical vem do comodismo e da confusão que se costuma fazer, aqui no Brasil, por exemplo, entre artista e celebridade.

Deolinda Kinzimba concedeu uma entrevista exclusiva ao Mais Minas, a primeira ao Brasil, onde ela fala sobre a emoção em ter participado do The Voice Portugal, sobre o seu álbum e ela manda um recado para os seus fãs brasileiros. Confira:

 

Mais Minas: Desde quando você se dedica à música?

Deolinda Kinzimba: Desde cedo que a música despertou uma paixão em mim, mesmo antes de aperceber-me que podia cantar, eu já adorava a música. Entretanto foi a partir dos oito anos que decidi que tinha que ser cantora, fui tentado aprender mais e mais, comecei a compôr com 12 anos, letras super simples, desde então a música nunca mais saiu da minha vida.

 

MM: Como surgiu o interesse em se inscrever para o The Voice Portugal?

DK: Tudo começou quando um amigo enviou-me uma mensagem com o link para as inscrições e disse-me: “tenta diva”. Ainda fiquei na dúvida se devia arriscar ou não, daí falei com a minha mãe, perguntei o que ela achava da ideia e logo ela disse que não custava tentar e ver no que dava, foi então quando tomei a decisão final de fazer a inscrição.

 

MM: E como foi a experiência em participar do programa?

DK: Foi uma boa experiência, aprendi bastante durante o tempo em que lá estive e posso afirmar que valeu a pena.

 

MM: Beyoncé, Mariah Carey, Whitney Houston e Christina Aguilera, foram algumas das artistas que você cantou no decorrer do programa. Como se deu esse processo, você escolheu as músicas? Essas cantoras são inspirações para você?

DK: Sempre escolhi cuidadosamente as músicas, contando sempre com a ajuda do meu mentor. Podíamos ficar horas e horas, em estúdio ou por vezes a trocar mensagens, para decidir qual a melhor música, e essas cantoras influenciaram muito no desenvolvimento do meu estilo e personalidade enquanto cantora.

 

MM: Você consegue descrever a emoção que sentiu na primeira vez em que os jurados viraram as cadeiras para você e a emoção em ter sido anunciada como a grande vencedora da terceira edição?

DK: Para ser sincera, no momento em que eles viraram eu não percebi muito bem, pois estava mesmo concentrada na música. Quando terminei, consegui ver que as quatro cadeiras estavam viradas e aí foi só alegria, eu pensei: ”acabo de ganhar uma grande oportunidade, vou continuar no programa.” Já na final quando fui consagrada vencedora, eu senti um misto de emoções.

No fundo eu fiquei feliz, perdida e com medo, pois naquele momento eu vi que a responsabilidade tinha aumentado. Agora começava a fase em que eu teria que provar que era mais do que aquilo que as pessoas estavam acostumadas a ver no programa, ou seja, tinha que afirmar-me como uma verdadeira artista.

 

MM: Se você pudesse resumir a sua trajetória musical em uma única música, qual seria?

DK: Sem dúvida seria “I didn’t know my own strength” de Whitney Houston. Descobri que tinha muita força em mim para alcançar os meus objetivos, quando precisei enfrentar certas batalhas.

 

MM: Após vencer o The Voice, em 2015, você lançou um álbum homônimo com canções em inglês e português. Todavia, há apenas três canções em português. A língua inglesa tem forte influência na sua carreira? Pretende lançar um álbum com todas as faixas em português?

DK: A língua inglesa tem muita influência na forma como eu faço música, posso dizer que sempre fez parte da minha vida. Entretanto quero muito desenvolver o meu lado português, compondo músicas e desafiar-me a sair da minha zona de conforto e poder ir mais além.

 

MM: Já que seu primeiro álbum leva o seu nome no título, o que tem de seu nele?

DK: Tem todo um processo de amadurecimento meu como artista, deixo as evidências do que sou e do que sinto ao interpretar com muito carinho cada tema.

 

MM: Durante a terceira edição do The Voice Portugal, pude notar que você acabou conquistando uma parcela significativa de fãs brasileiros. Isso também é visível nas suas redes sociais e nos comentários dos seus vídeos no Youtube. Você já esteve no Brasil? Pretende se apresentar em terras brasileiras?

DK: Infelizmente nunca estive no Brasil, é um sonho poder conhecer essa terra maravilhosa. Quero muito trabalhar no sentido de poder apresentar-me aí, fazer com que mais pessoas conheçam o meu trabalho e aproveitar um tempinho para tomar açaí.

 

MM: Deixe uma mensagem para seus seguidores brasileiros que já te conhecem e também para aqueles que estão te conhecendo agora. Convide-os para conhecerem seu trabalho.

DK: Sou a Deolinda Kinzimba e gostaria muito de convidar-vos a entrar no meu mundo e conhecer o meu trabalho. Espero, de coração, que gostem e continuem a acompanhar a minha trajetória. Muitos Beijinhos ❤

Assista ao videoclipe de “Primeira vez”, primeiro single de Deolinda Kinzimba. A fotografia está impecável. Veja:

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Última atualização em 19/08/2022 às 11:14