O ano de 2019, que começou com grandes expectativas para o torcedor do Cruzeiro, teve um desfecho cruel. Apesar de bons momentos, como o título mineiro e a vitória sobre o rival, Atlético-MG, nas quartas de final da Copa do Brasil, a temporada tem sido de mais baixos que altos e o clube se encontra em situação desconfortável.
E o último desastre aconteceu na noite de ontem, contra o Internacional, pelo jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil. Tendo perdido por 1 a 0 em casa, na partida de ida, derrota que marcou a queda de Mano Menezes, o Cruzeiro precisava vencer. Mas o que se viu foi um passeio colorado. Os gaúchos fizeram 3 a 0 e passearam sobre uma Raposa fraca e inoperante.
Elenco enfraquecido
Cotado no início da temporada como um dos melhores times do Brasil, o Cruzeiro vive, hoje, outra realidade. Com um time montado por Mano Menezes, o técnico atual, Rogério Ceni, tem encontrado muita dificuldade para adaptar os jogadores ao seu modo de jogar. Muito por características, costume dos atletas com outro estilo e por falta de peças. Alguns dos atletas que poderiam mudar a forma de jogo saíram do clube e, pela situação financeira celeste, não houveram reposições.

Problemas administrativos
Afundado em dívidas, enfrentando processos e atrasando salários, o Cruzeiro vive a pior crise administrativa de sua história. E isso respinga em diversos setores do clube, como time e torcida. A venda de atletas para pagar contas também se tornou algo recorrente no time. E, sem dinheiro para reposição, o futebol cai.
Rogério Ceni
Contratado para salvar o time, que estava em queda livre, Rogério Ceni melhorou o futebol celeste. Mas algumas escolhas do técnico já começam a se mostrar equivocadas. E, num início de trabalho, ainda há tempo de mudar.
O fraco Jadson, talvez o pior jogador do elenco, colocado como lateral direito num jogo importante como o de ontem (4) é um erro que não pode se cometer. Afinal, Edílson, apesar de tudo, não pediu para não jogar, como muitos especularam. A entrevista coletiva pós jogo de Ceni deixou claro que o atleta foi barrado por declarações dadas três dias antes, sobre estar fora de ritmo.
A dupla de volantes, com Robinho e Henrique, também é um dos motivos para o Cruzeiro perder tanto no meio. Ambos já com idade avançada e com pouca intensidade, não conseguem cobrir grandes espaços e são engolidos por adversários mais intensos, como a trinca de meio do Inter. Uma linha de três seria mais efetiva, talvez com a entrada do jovem e vigoroso Éderson.
O ataque também é um problema. Os jogadores vem atuando com um posicionamento confuso. Pedro Rocha já mostrou que não rende como falso 9. Marquinhos Gabriel e David flutuam entre os lados e em posições centralizadas e Thiago Neves fica encaixotado. A ideia de um ataque dinâmico é boa, mas quando bem executada.
O que resta ao Cruzeiro?
O time celeste precisa agora se concentrar para uma recuperação no Brasileirão, se salvar e começar a planejar seu 2020 de uma maneira que este tenebroso ano não se repita. E esse planejamento precisa começar de cima, com uma mudança geral daqueles que colocaram o clube nessa situação.

Maic Costa nasceu em Ipatinga, mas se radicou na Região dos Inconfidentes mineiros. Formado em Jornalismo na UFOP, em 2019, passou por Estado de Minas, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas. Atualmente, é setorista do Cruzeiro na Trivela.