Idade não define capacidade: atriz Claudia Ohana protesta contra estereótipos aos 62 anos

Idade não define capacidade: atriz Claudia Ohana protesta contra estereótipos aos 62 anos

Faça parte do Portal Mais Minas no Instagram e siga-nos no Google Notícias. Mantenha-se bem informado.

Você já parou para pensar por que insistimos tanto em vincular a idade a certos comportamentos ou limitações? Nessa semana pós-carnaval, a atriz Claudia Ohana trouxe à tona essa reflexão de forma criativa e ousada. Aos 62 anos, ela foi às ruas da Avenida Paulista, em São Paulo, com uma mensagem clara e impactante: “Não estamos velhas aos 62”.

A manifestação, compartilhada pela atriz nas redes sociais ganhou um tom descontraído e engajado, mas não menos sério. Com um vídeo no Instagram, Claudia expressou seu ponto de vista usando uma metáfora carnavalesca: colocou seu “bloco na rua” para desafiar preconceitos e questionar os estereótipos relacionados à idade. Para ela, disposição, felicidade, desejo de aprendizado e capacidade de sonhar são aspectos que vão muito além dos números que aparecem em sua certidão de nascimento.

Esse ato simbólico traz luz a uma questão urgente e frequentemente ignorada na sociedade: o etarismo. Também conhecido como idadismo, esse tipo de discriminação limita oportunidades e gera preconceitos injustos baseados exclusivamente na idade. Não é apenas um assunto de respeito pessoal, mas uma questão jurídica importante, já que o Estatuto do Idoso, vigente desde 2003, tipifica claramente o crime de discriminação etária. Quem age com preconceito pode sofrer penalidades como reclusão e multa.

PUBLICIDADE

O debate ganha ainda mais relevância com a chegada do Projeto de Lei 2617/24 à Câmara dos Deputados, proposto pelo deputado Pedro Aihara (PRD-MG). A proposta busca ampliar o combate ao etarismo por meio de ações preventivas, educativas e políticas públicas. Entre suas principais medidas estão capacitações para profissionais da educação, saúde e assistência social, além do incentivo às empresas para valorizar e contratar trabalhadores idosos.

Promover a inclusão digital e profissional dos idosos é essencial não apenas para garantir independência financeira, mas também para fortalecer a autoestima e a saúde mental de milhões de brasileiros. Um exemplo disso são Vilma e Joselma, que, com 68 e 54 anos respectivamente, já entraram para o BBB 25 (Globo) fazendo história: ambas estão entre os 10 participantes mais velhos a ingressar na casa mais vigiada do Brasil. Mesmo convivendo com participantes muito mais jovens, elas demonstram diariamente como a maturidade pode ser um diferencial positivo, trazendo experiências, empatia e uma visão única sobre os desafios do jogo e da vida em grupo.

A atitude de Claudia Ohana, portanto, não é apenas um gesto isolado ou um protesto pontual. Ela ecoa uma necessidade coletiva de revermos nossos conceitos sobre envelhecimento. O ato convida cada um de nós a refletir sobre como percebemos e tratamos pessoas que têm muito ainda a oferecer. Assim, fica uma provocação importante: será que estamos realmente valorizando a diversidade geracional ou ainda insistimos em rótulos ultrapassados? Afinal, viver plenamente não é privilégio de idade, e nunca é tarde demais para se reinventar e seguir sonhando.

leia também:

Deixe um comentário

* Ao utilizar este formulário você concorda com o armazenamento e tratamento de seus dados por este site.

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. aceitar LER MAIS