“É verdade, eu vi na internet” é uma frase usada ainda hoje para tentar conferir credibilidade ao que a pessoa está falando. No entanto, sabemos que a internet está longe de se tornar sinônimo de veracidade. E alguns ambientes são propícios para a disseminação das fake news, como o Facebook.
O jornalismo tradicional errou, perdeu credibilidade e o poder que tinha para os meios de comunicação em massa. O jornalismo não é imortal, ele falha. Apesar de atualmente ser difundido por muitos como “inimigo da sociedade”, o jornalismo é importante para a democracia e deve ser reconstruído. É um direito de todos ter acesso informação, de preferência, de qualidade.
Desinformação
Até mesmo notícias veiculadas em mídias tradicionais podem não ser confiáveis, configurando as “fake news”. No entanto, o termo fake news não se resume somente a notícia falsa.
As fake news podem ser de vários tipos: o conteúdo da notícia é verdadeiro mas foi publicado com um contexto falso; a chamada ou título da notícia não condiz com o texto, o conteúdo é verdadeiro mas foi manipulado para enganar o leitor ou as informações são 100% falsas. Há também vídeos criados através de inteligência artificial, que reproduzem o rosto e a voz de uma pessoa, os chamados “deepfakes”.
Aliás, as informações mentirosas, chamadas de fake news são somente uma das formas de desinformação. Nem a própria palavra fake news, que significa “notícias falsas” é um bom termo a se usar. Nesse sentido, o termo desinformação se encaixa melhor. Isso porque as notícias, livres e plurais, são importantes instrumentos para a democracia. Portanto, se é notícia, não é falsa. Mas se a informação é falsa, então é desinformação.
Eleições
2020 é ano de eleição no Brasil, e algumas empresas já estão se preparando para conter as campanhas de desinformação. O Twitter anunciou recentemente que irá banir toda propaganda política em sua rede social. Já o Facebook, até o momento, não irá fazer nada.
As informações falsas de política só são realmente críveis quando a pessoa já está firme em algum extremo ideológico, basta relembrar as últimas eleições presidenciais dos EUA e do Brasil.
O documentário “fake news: baseado em fatos reais”, disponível no YouTube, retrata o surgimento das notícias falsas na eleição dos EUA, e chega ao ápice quando mostra o depoimento de um jovem de 19 anos, que abriu uma espécie de “empresa de fake news”, influenciando diretamente as eleições americanas. Sem mais spoilers, vale a pena assistir o documentário.
E como identificar as fake news?
- Cheque as fontes da matéria
- Observe se o texto está escrito corretamente, sem erros ortográficos
- Busque a notícia no google, para ver se outros portais de notícia publicaram a matéria.
- Tenha cuidado com sites que imitam portais de notícia conhecidos
- Siga agências de checagem de notícias, como a Aos Fatos, e-farsas.com e Agência Lupa.
Para além de identificá-las, é importante combatê-las. No Facebook, é possível classificar um post como falso, basta clicar nos três pontinhos do canto direito da publicação e denunciar como notícia falsa. Não compartilhe notícias nem vídeos sem ler ou assistir tudo antes e confira a data em que o conteúdo foi publicado.
Leia também: Quais as tendências tecnológicas para 2020?