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Paralisação dos funcionários da CSN em Congonhas se estende para outras unidades pelo Brasil

A mobilização na Cidade dos Profetas já dura nove dias.
08/04/2022 às 18:14
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Foto: Facebook/Sindicato Metabase dos Inconfidentes
Foto: Facebook/Sindicato Metabase dos Inconfidentes

Há nove dias, funcionários da CSN Mineração de Congonhas estão mobilizados em uma paralisação em busca de atendimento de algumas reivindicações para terem melhores condições de trabalho. O movimento acabou ganhando força e influenciou trabalhadores das unidades de Volta Redonda (RJ) e Porto de Itaguaí (SP) a se mobilizarem também.

Em Volta Redonda, a paralisação iniciou na segunda-feira, 4 de abril, e Porto de Itaguaí no dia seguinte. Dentre as reivindicações, destacam-se:

  • Pagamento do Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR);
  • Reajuste salarial que cubra as perdas salariais dos últimos dois anos;
  • Reajuste no cartão-alimentação de, no mínimo, o dobro do valor que é pago;
  • Plano de cargo de salários para que haja o pagamento de, no mínimo, um salário e meio para os funcionários.

O integrante da secretaria executiva nacional da central sindical CSP – Conlutas, Atnágoras Lopes, manifestou seu apoio à paralisação feita pelos trabalhadores da CSN de Congonhas, dizendo que o movimento tem sido referência para vários da categoria em todo o Brasil.

“Desde a CSP Conlutas nacional, queremos expressar o nosso total apoio, solidariedade e, inclusive, agradecer pelo ponto de referência que os funcionários da CSN em Minas Gerais tem sido. A luta de vocês pela pauta econômica serve de exemplo e aponta o caminho da necessidade de apontar a unificação de toda a categoria da siderurgia, com os metalúrgicos, os professores que estão em luta em Minas Gerais e os garis no Rio de Janeiro. A nível nacional, essa corrente de solidariedade nos permite acreditar que podemos conquistar vitórias econômicas e apontar o caminho para se livrar desse governo tão nefasto que temos neste país”, disse.

O dirigente da Base da Construção Civil da CSP – Conlutas do Ceará, José Batista, também manifestou o seu apoio aos trabalhadores que estão paralisados em Congonhas, assim como os operários da CSN que também estão mobilizados em Volta Redonda.

“Nós, trabalhadores da construção civil, estamos aqui em Fortaleza nos solidarizando e apoiando a greve dos companheiros. Os operários estão em lutando por melhores salários e condições de trabalho. É um exemplo para todos nós, inclusive aqui na nossa campanha salarial. Nós, aqui de Fortaleza, vamos seguir esse grande exemplo de luta”, declarou.

O presidente do Sindicato Metabase dos Inconfidentes, Rafael Duda, disse que a mobilização, além de muito importante, é vitoriosa pelo peso que ela vem ganhando e pela resistência que o trabalhador da CSN em Congonhas vem tendo. Segundo ele, na manhã de quarta-feira, a companhia chegou a acionar a polícia para os funcionários que estão mobilizados, em uma tentativa de repressão, mas a categoria resistiu e se manteve firme, sem ir trabalhar.

“Temos que seguir firmes na nossa luta, é muito importante que os companheiros não venham trabalhar neste momento. Agradeço em especial aos companheiros que estão nos ajudando na mobilização. Eles mostraram força e conseguiram quebrar toda a intransigência que coloca o trabalhador em perigo. A CSN está tentando criminalizar o movimento e assediando os trabalhadores”, declarou.

Veja o vídeo publicado no Facebook do CSP – Conlutas mostrando a mobilização dos funcionários da CSN em Congonhas e Volta Redonda:

De acordo com um boletim do Sindicato Metabase dos Inconfidentes para os trabalhadores da CSN, no fim da tarde de quinta-feira, os representantes do movimento receberam um interlúdio probitório, em que a justiça determina uma série de restrições às ações do sindicato. Segundo o informe, a proibição limita a continuidade de quase todas as atividades que estão sendo feitas nos últimos oito dias de paralisação.

O Sindicato Metabase dos Inconfidentes informou que, segundo o documento recebido, caso não seja obedecida as medidas impostas, fica determinada uma multa diária de R$ 10 mil à entidade.

No entanto, o sindicato alega que a medida em questão foi fundamentada em “meias verdades” ditas pela CSN ao judiciário, que segundo a entidade, tem se comportado de forma truculenta e autoritária na tentativa de desmoralizar o sindicato.

O sindicato está mobilizado na sexta-feira, 8 de abril, para definir quais serão os passos a seguir na paralisação. O Mais Minas entrou em contato com a CSN Mineração, mas não recebeu nenhuma resposta até o momento da publicação

Última atualização em 19/08/2022 às 05:08