Os automóveis com preços elevados mais vendidos no Brasil já contam com dispositivos de auxílio à condução (Adas, sigla de Advanced Driver Assistance Systems). Eles utilizam sensores, câmeras e radares para auxiliar e promover a condução segura.
Agora, as versões mais simples e acessíveis começam a chegar ao mercado. Funcionando como uma espécie de “terceiro olho”, os dispositivos emitem alertas sonoros e visuais, fazem a leitura de placas indicadoras de velocidade, além de calcularem a distância de outros veículos.
Primeiramente ofertado somente para caminhões e ônibus, agora os Adas chegam para serem instalados em automóveis, na busca por menos acidentes e promovendo uma condução mais consciente.
Os números de acidentes no Brasil
Por mais que a segurança dos automóveis tem crescido muito, os acidentes com vítimas graves ou até fatais ainda são frequentes. A cada 15 minutos uma pessoa morre em decorrência de acidentes de trânsito no Brasil.
A desatenção do motorista é uma das maiores causas de fatalidades no trânsito, além de desobediência à sinalização, excesso de velocidade e a terrível combinação entre bebida alcoólica e direção.
Uma pesquisa realizada pela USP concluiu que a partir da velocidade constante de 110km/h o condutor percebe cerca de 10% das sinalizações presentes na estrada. Para auxiliar na leitura de placas, além de promover a segurança na condução, os Adas estão chegando com força no mercado brasileiro.
Mobileye nos automóveis para uma condução segura
O Mobileye é um modelo de dispositivo fabricado por uma empresa israelense, que já tem em sua cartela de clientes a grande Ambev, que instalou em mil caminhões de sua frota, com a intenção de utilizar em todos os veículos da empresa.
O dispositivo faz a leitura de placas de velocidade máxima, além de outras sinalizações presentes no trajeto. Uma câmera é instalada no para-brisa do veículo, bem próxima ao retrovisor interno. Assim, o Mobileye identifica veículos, pedestres, placas e ainda calcula a distância de um para o outro, ajudando a prevenir colisões.
Os dados são interpretados rapidamente pelo dispositivo, emitindo sinais no visor avisando os potenciais riscos de colisão ou se o condutor está fora da faixa delimitadora da via. O dispositivo tem a promessa de prevenir cerca de 90% dos acidentes de trânsitos que aconteceriam por falhas humanas.
Além de contribuir com a redução de colisões, reduzindo os riscos para a vida humana, o produto também contribui com a redução do custo da proteção veicular. Ou seja, quanto mais dispositivos de segurança o veículo tiver, maiores as chances de o proprietário economizar no seguro auto.
A barreira do imposto de importação
Essa tecnologia já é usada nas maiores montadoras ao redor do mundo, como Volkswagen, Ford, Nissan, BMW e outras. No Brasil, o imposto de importação está isento para as montadoras desde 2018.
Por mais que a lei reduza o custo para as empresas montadoras, o cliente final ainda paga o dispositivo com imposto embutido, dificultando a instalação em larga escala nos carros populares.
O Mobileye custa em torno de 4 mil reais para instalação nos automóveis, se tivesse o imposto de importação reduzido, esse valor poderia cair para a metade. Se a isenção valesse para todas as instalações do aparelho, ao invés de valer somente para os veículos que contam com o dispositivo instalado de fábrica, a redução de custo beneficiaria não somente os condutores, como os motoristas de aplicativos para oferecer mais segurança a seus passageiros.
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