Ao todo, cinco gostos já são conhecidos: o doce, salgado, amargo, azedo e umami. Recentemente em uma pesquisa, publicada na revista Nature Communications, foi levantada a hipótese da existência de um sexto gosto: o do cloreto de amônio.
Os pesquisadores perceberam que a mesma proteína receptora que percebe o azedo, a OTOP1, presente em ácidos, também respondia ao sal cloreto de amônio. Notou-se que o cloreto de amônio reagia à proteína, do mesmo modo, ou melhor, que os próprios ácidos. No entanto, o estudo ainda se encontra em fase inicial, sendo necessário a continuação das pesquisas a respeito da relação entre o cloreto de amônio e a proteína OTOP1.
Acredita-se que a capacidade de perceber o sabor do cloreto de amônio pode se tratar de uma evolução dos seres vivos para auxiliar na identificação de alimentos com substâncias biológicas nocivas, visto que o amônio é considerado tóxico (presente, por exemplo, em fertilizantes) e ao detectá-lo o organismo consegue se defender. Na pesquisa descobriu-se também que essa sensibilidade à substância varia entre as espécies, o que pode ocorrer devido aos diferentes ambientes e exposição de cada uma.
Serão feitos outros estudos com o receptor OTOP1 para compreender melhor seu significado evolutivo, no entanto, a possibilidade da comprovação do desenvolvimento de uma nova característica evolutiva já é uma importante conquista que demonstra a nossa capacidade de sobrevivência frente às adversidades.