Em consonância com ações do Ministério da Saúde, a Prefeitura de Ipatinga fez na tarde desta sexta-feira (28), ao lado de autoridades do Hospital Márcio Cunha e por meio de infectologistas da rede municipal, um esclarecimento público em relação ao avanço do novo Coronavírus – Covid-19. Em coletiva à imprensa, na sala de reuniões do gabinete do Executivo, a população recebeu uma mensagem de tranquilização em relação à doença na região. Embora haja cinco casos suspeitos e em investigação, em Minas Gerais, ainda não há nenhum registro de contágio em nível local, neste momento.
Ipatinga vem agindo preventivamente em relação à doença com a preparação de toda a rede municipal desde o início do mês, antes mesmo de ser confirmado qualquer caso de contaminação no país. Foram definidos todos os procedimentos para eventuais registros e formas organizadas de atendimento, num encontro de profissionais da área de saúde aberto inclusive a municípios vizinhos.
A principal mensagem passada à comunidade é que não há razão para pânico, embora o Vale do Aço seja potencialmente uma área de risco, tendo em vista o relacionamento habitual com asiáticos envolvidos com atividades industriais e muitas vezes em trânsito pelos continentes.
Entre outras autoridades, a coletiva teve a participação do diretor-presidente da Fundação São Francisco, Xavier Salomão Maciel Dias Ferreira. O Hospital Márcio Cunha ficará responsável por eventuais internações em caso de suspeitas maiores, sendo também o seu pronto-socorro porta de entrada para os atendidos por plano de saúde. Na rede municipal, a recomendação é para que se busque atendimento preferencial nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), recorrendo-se à UPA e ao Hospital Eliane Martins somente no final de semana. É importante ressaltar que há 11 UBS’s com funcionamento de segunda a sexta, até às 22h, pelo programa ‘Saúde na Noite’.
A orientação do governo municipal é que aos primeiros sintomas da doença como febre, tosse e dificuldade para respirar, o paciente procure a unidade mais próxima de sua casa. A infectologista Carmelinda Lobato esclarece: “Iremos considerar um caso suspeito de Coronavírus a pessoa que tenha retornado nos últimos 14 dias dos países que têm os casos da doença ou esteve em contato com alguma pessoa infectada ou suspeita. Dentro dessas duas possibilidades, o paciente será encaminhado para tratamento domiciliar ou hospitalar, de acordo com a avaliação médica. E, nessas circunstâncias, o acompanhamento será rigoroso ”, disse.
Máscaras
A infectologista esclarece que há um certo exagero quanto ao uso de máscaras, algo que tem sido disseminado de forma alarmante em redes sociais, inclusive. Elas só devem ser usadas por pessoas que estão com infecções virais e, fora disso, são inapropriadas e até fator de agravamento de eventual contágio, já que pessoas com sintomas devem dar preferência ao isolamento e evitar ambientes de aglomeração. “Não podemos comparar a realidade chinesa com a nossa. Aqui a máscara deve ser evitada neste momento porque ela faz com que as pessoas se sintam mais protegidas e não tomem medidas importantes como a etiqueta respiratória, higienização das mãos e não sair de casa doente. A máscara só deve ser usada se houver a suspeita da doença e com recomendação do profissional da saúde que vai avaliar o caso”, explicou.
Cuidados básicos
Cuidados básicos devem ser tomados para minimizar os riscos de contaminação, como: lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool; evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas; evitar contato próximo com pessoas doentes; ficar em casa quando estiver doente; cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel, e jogar no lixo e limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
Testes
Em caso de suspeita da doença, a coleta de secreção será feita pelos profissionais da saúde que estiverem atendendo o paciente. O teste é realizado para alguns vírus mais comuns que causam síndromes respiratórias, na Fundação Ezequiel Dias (Funed), bem como o específico para Coronavírus, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Conforme explica a secretária de Saúde de Ipatinga, Érica Dias, toda a rede assistencial da área na região vem se preparando, tanto a da rede pública quanto a privada. “Independente de termos casos suspeitos ou não, estamos seguindo o Plano de Contingência do Ministério da Saúde, ficando em estado de alerta. Toda a parte médica, de regulação, de atendimento, já está com os protocolos estabelecidos, se preparando para atuar caso seja necessário”, destacou.
Paralelamente, a equipe da SMS avaliará diariamente dados e suprimentos para ter uma resposta rápida em caso de necessidade. A Secretaria estará também em interação permanente com o Ministério da Saúde, atenta a novas recomendações.
Vacinação
O Ministério da Saúde (MS) anunciou a antecipação da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, como estratégia para diminuir a quantidade de pessoas com gripe atualmente e nos próximos meses. A previsão é de que a campanha tenha início em 23 de março e não mais na segunda quinzena de abril. A medida é uma forma de auxiliar os profissionais de saúde a descartarem Influenza na triagem de casos para o Coronavírus.
Assim como em anos anteriores, por se tratar de uma campanha com grande número de pessoas incluídas como grupos prioritários, a vacina será entregue em etapas. Primeiro, devem ser vacinadas gestantes, crianças até seis anos, mulheres até 45 dias após o parto e idosos, historicamente mais vulneráveis à doença que, agravada, pode levar à morte.