Qualquer definição de felicidade em voz alta equivale a uma provocação. Já reparou?
O jeito é imitar Marcelo Jeneci e Chico César na canção Felicidade: “Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz”. Isto é: deixar claro que a melhor maneira de definir felicidade é a partir daquilo que a felicidade não é.
Aliás, eu tenho a impressão de que a poesia e o cancioneiro tentam resolver esse imbróglio sobre a felicidade desde a Grécia Antiga.
Com Sócrates, o pensamento da época de Tales de Mileto sucumbiu diante da noção de alma. A felicidade, então, dependia de algo mais importante do que o corpo.
Exceto a individualidade, o homem também se embaraça por causa desse remoto choque entre Sócrates e os seus antecessores. Então, no caso de você definir a felicidade em público, nenhum dos presentes se privará de fazer um julgamento nem de usar “espírito versus matéria” como critério.
E tenha certeza do seguinte fato: o juiz sempre se colocará em defesa das “coisas da alma”.
Outra impressão que carrego é a de que as pessoas realmente felizes são honestas, primeiramente, consigo mesmas. Você não acha?
Um dos trechos da bela canção Felicidade convida para esse grande valor. Sim, a honestidade, que começa dentro e segue um percurso aonde a hipocrisia não chega. Onde o destino é algo como ser feliz até mesmo com o que não é felicidade. Algo como “dançar na chuva quando a chuva vem” e ser tão feliz quanto se sol existisse.
“Melhor viver, meu bem,
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você,
Chorar, sorrir também e depois dançar na chuva
Quando a chuva vem” ♫♪♫♪♫♪
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