Viramos, reviramos e entramos mais uma vez na roda do tempo que insiste num abrir e fechar de portas, de ciclos, de levar-nos num movimento de ir e vir, conduzindo nossos passos por caminhos retos, tortuosos, inesperados e tantos mais qualificativos que se apresentam para cada um de nós na nossa caminhada.
A vida é assim: se faz e se refaz a todo tempo.
Começamos uma nova rodada, uma nova chance de fazer a diferença na nossa e na vida do outro. Sermos e fazemos o melhor desabrochar, colocando pra fora a gênesis da humanidade e colhendo os frutos da profusão de sentimentos e valores que dignificam e identificam a quem pertencemos.
Terminamos uma etapa da vida pensando, planejando e trazendo à tona os desejos de reviver o bom, de descartar o que não contribuiu, mas essencialmente, transformar sonhos em realidade. Uma realidade palpável, que habite almas e mergulhe no seio do que é ser homem.
É tempo de balanço, de análises e resultados de mais um percurso, de uma etapa da viagem que, a cada dia ao acordarmos podemos dizer: obrigada!
Sim. A gratidão é a resposta que precisamos para fortalecer as aprendizagens que realizamos, o que precisamos melhorar, o que é preciso rever, o que nos cabe reinventar. Talvez essa seja a lição que fica, pois o calendário muda, mas nem sempre mudamos interiormente para avançar e continuar a prosa da vida de uma maneira diferente, consciente das limitações que ela nos coloca e ousada nas possibilidades que ela também oferta-nos para enfrentarmos os desafios.
Será que já paramos para pensar nas escutas que fizemos? Nos olhares que tecemos ao nosso entorno? E as palavras? Ah….as palavras que não usamos, as que dissemos, as que escondemos e as que doamos.
É. É a hora de um mergulho fundo dentro de nós e a força para voltarmos à superfície, tendo a certeza de que fizemos o melhor e que sempre podemos fazer melhor ainda. Acreditando na beleza da vida, qual flor que se desabrocha nos oferecendo sempre a possibilidade de reflorescer, desabrochar e polinizar nossos desejos, nossa humanidade e nossa reverência humilde à potência do universo que transforma e se renova a cada manhã em todos os corações humanos.
* Publicação com participação especial de Mônica Macedo,
Professora da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro.