Relembre os momentos mais marcantes de Fábio no Cruzeiro

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O jogador com mais jogos na história do Cruzeiro se despediu de maneira trágica na noite de quarta-feira, 5 de janeiro, através das redes sociais. O goleiro Fábio não entrou em acordo com a nova gestão do clube. O ídolo disse em sua carta de despedida que aceitou reduzir o seu salário para permanecer no clube, mas a nova administração celeste foi irredutível, portanto o camisa 1 não poderá se despedir dentro de campo e nem completar mil jogos com a Raposa (ele tem 976 jogos com o time).

Ao longo de todo esse tempo no Cruzeiro, Fábio conquistou 13 títulos, como o bicampeonato do Brasileirão (2013 e 2014), três Copas do Brasil (2000, 2017 e 2018), Torneio de Verão, no Uruguai, e sete troféus do Campeonato Mineiro (2006, 2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019).

Relembre os momentos mais marcantes de Fábio no Cruzeiro
Foto: Bruno Haddad / Cruzeiro

O Mais Minas reuniu os momentos mais marcantes do ídolo em sua extensa passagem pelo Cruzeiro. Confira:

Início

Foto: Reprodução / TV Globo

Fábio iniciou a sua carreira no União Bandeirante, em 1997. Depois, jogou pelo Athletico-PR, onde conquistou o Campeonato Paranaense de 1998. Em 1999, aos 19 anos, ele foi emprestado ao Cruzeiro, onde finalmente era alçado ao time principal, fazendo sua estreia em jogo contra o Universal-RJ, em 4 de março de 2000. O jogador se manteve na Toca da Raposa por um ano, sendo reserva do goleiro André e ganhando o título da Copa do Brasil. Quando acabou o empréstimo, voltou ao União ainda em 2000 e logo foi para o Vasco da Gama.

O goleiro permaneceu no Vasco por cinco anos, se tornando titular absoluto da equipe em 2002, após a saída de Helton, conquistando a Copa João Havelange e a Copa Mercosul em 2000 e o Campeonato Carioca em 2003.

Em 2005, após algumas convocações para a Seleção Brasileira, o presidente vascaíno Eurico Miranda acusou Fábio de não ter se reapresentado ao time, foi bloqueado de jogar no Vasco e impedido pelo regulamento de assinar com outra equipe. Assim, o goleiro ficou quatro meses parado e nesse meio tempo processou o Cruz-Maltino na Justiça do Trabalho. Durante o período, ele negociou seu retorno para o Cruzeiro.

Fabio reestreou no Cruzeiro em 2005, sob o comando do técnico Levir Culpi. Apesar de precisar voltar à forma após o período parado, voltou a ter boas atuações e já no ano seguinte voltou a ser convocado para a Seleção Brasileira.

Em 2006, Fábio conquistou seu primeiro título como titular do Cruzeiro: o Campeonato Mineiro, sendo o destaque do Troféu Telê Santana, promovido pela TV Alterosa como o melhor jogador de Minas Gerais.

Identificação

Relembre os momentos mais marcantes de Fábio no Cruzeiro
Foto: Reprodução Cruzeiro

Em 2008, Fábio voltou a ganhar o título estadual e mais uma vez o Troféu Telê Santana de melhor jogador de Minas Gerais. No ano seguinte conquistou o Torneio de Verão no Uruguai e, pela terceira vez, o título do Campeonato Mineiro. Além disso, foi vice-campeão da Copa Libertadores da América.

No dia 2 de junho de 2010, Fábio entrou para a história do Mineirão, se tornando o terceiro goleiro a gravar suas mãos na Calçada da Fama do estádio. Em novembro, o goleiro fez uma declaração que mostrava o tamanho comprometimento e identificação com o Cruzeiro: “Hoje não trocaria o Cruzeiro por nenhum outro clube do Brasil e até mesmo do exterior.”

Em dezembro, após conquistar o vice-campeonato brasileiro com o Cruzeiro, Fábio foi premiado com o “Bola de Prata” de melhor goleiro da competição, concedido pela revista Placar. Além disso, ele conquistou o prêmio “Craque do Brasileirão” de melhor goleiro do campeonato, concedido pela CBF e foi eleito o melhor jogador de Minas Gerais no Troféu Telê Santana, promovido pela TV Alterosa.

Glória

Em 2011, Fábio defendeu pela 11ª vez um pênalti em Copa Libertadores e, no mesmo ano, completou 400 jogos pelo Cruzeiro. No ano seguinte, ele foi eleito o melhor goleiro do Troféu Telê Santana, se isolando como recordista, com nove troféus em onze participações.

Fábio completou 500 partidas pelo Cruzeiro em 2013, mesmo ano em que conquistou o seu primeiro Campeonato Brasileiro, recebendo pela segunda vez o prêmio de melhor goleiro pelo prêmio “Bola de Prata”. No ano seguinte, jogador mais uma centena de jogos com a camisa azul-celeste e a conquista do bi do Brasileirão.

Relembre os momentos mais marcantes de Fábio no Cruzeiro
Foto: Washington Alves / CBF

Decisivo

Em 2017, pelas semifinais da Copa do Brasil, Cruzeiro e Grêmio decidiam a vaga na final nos pênaltis e Fábio defendeu a cobrança de Luan, levando, assim, a Raposa para a decisão. E na final, contra o Flamengo, o goleiro defendeu um pênalti que garantiu o título, no Mineirão.

Na Copa do Brasil do ano seguinte, Fábio defendeu três cobranças na disputa de pênaltis contra o Santos, nas quartas de final. O Cruzeiro conquistou a competição pela segunda vez seguida, se sagrando o maior campeão da história do torneio, com seis títulos.

Ao todo, Fábio defendeu 34 pênaltis como jogador do Cruzeiro.

Ídolo

Multicampeão e protagonista de tantas glórias, Fábio também passou pelo momento mais complicado da história do clube. O goleiro estava com o Cruzeiro no rebaixamento para a Segunda Divisão em 2019 e disputou duas temporadas com a Raposa na Série B. Inclusive, a segunda foi durante o centenário celeste.

Por diversas vezes, Fábio concordou em reduzir o seu salário para permanecer no clube, foi líder em campo e fora dele na Série B e não acionou o Cruzeiro na Justiça do Trabalho em nenhum momento, mesmo com a Raposa tendo uma dívida milionária com o jogador.

Durante os dois últimos anos, Fábio fez alguns desabafos sobre a situação do Cruzeiro, sempre mantendo o respeito pelo clube.

Mas, como é possível ver no vídeo divulgado pelo Cruzeiro, Fábio sempre manteve sua postura de liderança no grupo de jogadores em meio ao momento mais difícil do time.

Para a tristeza e revolta do torcedor cruzeirense, a saída do Fábio foi melancólica, com uma negociação travada diante da nova gestão. O ídolo chegou a dizer, através de suas redes sociais, que a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) quis aposentar o jogador, com o diretor Paulo André, ex-companheiro de clube, sem a consideração de ao menos o cumprimentar.

Apesar da saída conturbada, a história de Fábio no Cruzeiro jamais será apagada. O goleiro tem seu nome gravado na história do clube e do futebol mineiro com páginas heroicas e imortais.

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