Tamagotchi: “filho virtual” dos anos 90 volta a ser tendência de brinquedo infantil

por Elis Bohrer

Depois do lançamento do filme da Disney “Red: Crescer é uma fera”, o tamagotchi voltou a ser pedido pelas crianças e consequentemente procurado pelos pais ou reesposáveis.

Tamagotchi
Bichinho virtual. Aparelho do tamanho de um chaveiro. Foto: Canva

O brinquedo, que foi febre nos anos 90, tem agora um reviver, principalmente por causa do filme, que já é sucesso não apenas entre os pequenos, como também para os adultos.

No longa, Mei Lee é uma adolescente de 13 anos que está se descobrindo em meio a puberdade, quando começa a sentir os feitos de uma “herança” familiar bem inusitada, quando fica nervosa, vira um grande urso vermelho.

O que chamou a atenção, sobretudo dos adultos que foram adolescentes nos anos 90, é que ao invés de Mei Lee e suas amigas usarem um smartphone, elas brincam com o antigo “Filho Virtual”, também conhecido como “Bichinho Virtual”.

O que é um tamagotchi

O tamagotchi é um bichinho que nasce de um ovo. O seu dono ou dona fica responsável pelos seus cuidados básicos, como alimentação, higiene e brincar.

Na interface do brinquedo tem diversas opções de alimentação. O mais interessante é que dependendo da escolha do dono, ele se transformava em um dinossauro diferente.

Quem alimenta o bichinho com hambúrguer e asa de frango, exemplificando, quando cresce o bicho vira um tiranossauro rex. Por outro lado, quem alimenta o “filho” com maçã e cenoura terá um branqueossauro. Se ele comer sopa de macarrão e cenoura, pode se transformar em um triceratops.

No tamagotchi também tem a opção de sorvete, que funciona como um agrado, para deixar o bichinho mais feliz. Porém se oferecido em excesso, o adoece. E está aqui a grande sacada de quem criou o brinquedo.

Além de entregar diversão, entrega também um senso de responsabilidade para as crianças.

Quando o bicho fica doente a criança tem que cuidar, dando injeção, cuidando da temperatura ambiente, enfim, tudo o que for necessário para o seu bem estar, tal qual fazem os pais, ou pelo menos deveriam fazer.

E vale destacar que quando o “filho virtual” fica doente, todas as suas necessidades caem, é preciso cuidar às pressas, do contrário ele pode morrer. E depois que morre por causa de necessidades básicas, ele vira um monstro, podendo ser um morcego bem estranho.

Contudo, quem consegue cuidar dele durante 11 dias, suprindo todas as suas necessidades, ele se transforma em um anjo.

Não é tão fácil cuidar do tamagotchi. Além de comer, dormir e tomar banho, ele também gosta de brincar. Principalmente de pedra, papel e tesoura.

E precisa tirar notas boas na “escola” para crescer, para isso, quem cuida de um, tem que colocar ele para ler frequentemente.

É histórico

O tamagotchi foi lançado pela Bandai, em 1996. Época em que os vídeo games estavam em alta, inclusive havia um número grande de games icônicos, como Nintendo 64 e Play Station 1, por exemplo.

O mini game portátil do tamanho de um chaveiro surpreendeu muitas pessoas.

A palavra tamagotchi tem origem japonesa, tamago significa ovo e foi acrescentada uma palavra em inglês, whatch, que traduzida para o português é observar (assistir).

Antes de se espalhar pelo mundo, o brinquedo ficou popular no Japão. Ele foi criado principalmente para levar diversão para crianças que não poderiam ter animais de estimação, por mararem em residências pequenas, ou outros fatores.

Chegou ao Brasil com valores muito altos, o que impossibilitava o acesso da maioria das crianças ao bichinho virtual. Quem tinha um tamagotchi era de fato muito privilegiado.

Meses depois a concorrência asiática lançou o Rakuraku Dinokun, produzido com matéria prima mais em conta e por isso mais barato.

O rakuraku dinokun era muito semelhante ao tamagotchi. No Brasil era muito comercializado em camelôs.

Todo tamagotchi é um bichinho virtual, mas nem todo bichinho virtual é um tamagotchi.

Atualmente

Passado o sucesso dos anos 90, hoje os tamagotchis e semelhantes são comercializados a preço de banana. Porém, isso pode mudar, devido ao sucesso que vem fazendo através do filme.

De fato ele despertou, novamente, o interesse nas crianças e um sentimento nostálgico nos adultos. Por isso, se a moda pegar, o seu valor tende a subir nas próximas semanas.

O maior desafio será a preferência do público juvenil diante do crescente e continuo interesse pelo smatphone, tablet e computador. Contudo a saudade dos pais pode dar aquele empurrãozinho na hora de decidir comprar o bichinho.

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