A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD COVID19 estimou que, no final de agosto, a taxa de desocupação em Minas Gerais era de 12,3%, o que significa 1,26 milhão de pessoas desocupadas. A taxa vem crescendo desde maio, quando a pesquisa começou a ser realizada, e alcançou seu maior patamar em agosto. Percebe-se, porém, um crescimento menor nos últimos meses, uma vez que a taxa era de 10,4% em maio, passou para 11,8% em junho, aumentou para 12,2% em julho e para 12,3% em agosto. Estatisticamente, pode-se dizer que houve estabilidade de julho para agosto.
Em agosto, a taxa de desocupação em Minas Gerais é a menor dos estados da Região Sudeste. O estado que apresenta maior taxa na região é o Rio de Janeiro (15,0%), seguido por São Paulo (14,5%) e pelo Espírito Santo (12,6%). Em termos de Brasil, as regiões Norte, Nordeste e Sudeste tiveram aumento da taxa de desocupação no mês de agosto comparada com julho, enquanto a Região Centro-Oeste apresentou estabilidade e a Região Sul mostrou pequena queda na taxa. O gráfico 1 mostra a variação da taxa de desocupação no Brasil e Grandes Regiões de maio a agosto.
Gráfico 1 – Variação da taxa de desocupação – Brasil e Grandes Regiões – maio a agosto de 2020
Em agosto, quase três milhões de domicílios mineiros receberam auxílios governamentais referentes à pandemia
Em agosto 2,94 milhões de domicílios mineiros receberam algum auxílio governamental referente à pandemia do COVID19, o que representa 40,7% do total de domicílios. Entre os auxílios estão o Auxílio Emergencial e a complementação do Governo pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. Os números de agosto são muito semelhantes aos de julho, o que demonstra uma estabilidade nesse tipo de recebimento em Minas Gerais. Em todo o Brasil, 43,9% dos domicílios receberam esse tipo de auxílio governamental em agosto.
Diminuiu o percentual de mineiros que seguiram rigorosamente o isolamento social
Houve uma queda no número de pessoas que declararam estar rigorosamente isoladas em Minas Gerais entre julho e agosto. Se em julho mais de 4,5 milhões de mineiros (21,2%) estavam no grau máximo de isolamento, este número caiu para 4,0 milhões em agosto (18,8%), o que representou uma queda de 2,4 pontos percentuais. Também aumentou o número de pessoas que declararam que em agosto reduziram o contato, mas continuaram saindo de casa e/ou recebendo visitas. Enquanto em julho este grupo representava 35,8% dos mineiros, o percentual chegou a 37,6% em agosto, ou seja, mais de 8,0 milhões de pessoas. Houve também uma discreta diminuição do número de pessoas que declarou não ter feito nenhuma restrição devido à pandemia. Eram 406 mil pessoas em julho e 384 mil em agosto, queda de 0,1 ponto percentual. O mesmo padrão de comportamento foi observado no restante do país, como pode ser observado no gráfico 2.
Gráfico 2 – Distribuição (%) de pessoas segundo o comportamento diante das medidas de distanciamento social – Brasil – agosto de 2020
Em Minas Gerais, 6,1% da população fez o teste de COVID19 até agosto
Minas Gerais continua sendo uma das unidades da federação que menos realiza testes de diagnóstico de COVID19 em sua população. Até agosto, 1,3 milhão de pessoas – ou seja, 6,1% da população mineira – fizeram o teste de diagnóstico da COVID19, o que coloca Minas como o terceiro estado que menos realizou testes em proporção à sua população. No Brasil, o percentual de testados é de 8,5%. Há uma variação muito grande no índice de testagem nas diferentes unidades da federação. Se, por um lado, no Distrito Federal 19,4% da população fez o teste, em Pernambuco apenas 5,8% foi testada. A figura 1 mostra o percentual de testagem em cada Unidade da Federação.
Figura 1 – percentual de pessoas que fizeram algum teste para diagnosticar COVID19 (%) – Unidades da Federação – agosto de 2020
Afastamento do trabalho devido ao distanciamento social continua em queda
Dos 8,9 milhões de ocupados em Minas Gerais no mês de agosto, 742 mil estavam afastados do trabalho que tinham na semana de referência. Destes, 412 mil estavam afastados devido ao distanciamento social, representando, respectivamente, quedas de 24,2% e 32,6% em relação ao total de pessoas afastadas verificado em julho. Estes indicadores vêm apresentando quedas sucessivas desde o início da pandemia, à medida que as restrições de isolamento vão sendo abrandadas pelo Brasil, e já acumulam quedas de 58,2% e 70,4%, respectivamente. A redução dos afastamentos do trabalho devido à pandemia também pode ser verificada através da redução da proporção de pessoas afastadas por este motivo no total de pessoas ocupadas, que, de julho para agosto, passou de 6,9% para 4,6%. Em maio, este percentual era de 15,0% em Minas Gerais.
Na comparação nacional, Minas Gerais é uma das unidades da federação que tem menor percentual de pessoas ocupadas e afastadas do trabalho devido ao distanciamento social, como mostra o gráfico 3.
Gráfico 3 – Percentual de pessoas ocupadas, mas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social – Unidades da Federação – agosto de 2020
Fonte: IBGE-MG