A Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) faz pesquisa sobre a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) e ela terá uma nova etapa.
A eficiência na prevenção ao vírus foi comprovada em adultos e agora o medicamento será testado também em jovens de 15 a 19 anos com maior vulnerabilidade à infecção pelo vírus.
Os pesquisadores estão recrutando participantes dentro da faixa etária citada acima, principalmente homens gays e mulheres trans.
O objetivo é certificar a aceitabilidade e implicações da PrEP entre os jovens.
Tendo em vista que, em dez anos, o índice de detecção de aids quase triplicou em jovens de 15 a 19 anos.
Segundo o Ministério da Saúde, os casos foram de 2,4 por mil habitantes em 2006, para 6,7 em 2016. Professor Unaí Tupinambás – Crédito da foto: Carol Morena/ Medicina UFMG O professor Unaí Tupinambás, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, um dos coordenadores da pesquisa, explica: “Queremos entender, de forma mais sistemática, se esse grupo vai aderir à PrEP, se o número de novas infecções será reduzido, se esses jovens continuarão a usar outros métodos preventivos para as demais infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e os efeitos colaterais”.
Será um grande passo para formulação de políticas públicas para os jovens e a expansão da oferta do medicamento.
Atualmente, ele é ofertado apenas para pessoas acima de 18 anos com risco acrescido da infecção pelo HIV.
O estudo realizado em adultos pela UFMG, comprovou a eficácia de 95% para a prevenção do vírus.
Com isso, a PrEP passou a ser disponibilizada pelo SUS prioritariamente para algumas pessoas.
O professor Unaí esclarece: “Gosto de fazer um paralelo com o uso de anticoncepcionais, que para ter eficácia garantida, tem que ser usado regulamente.
Esse método é chamado de prevenção combinada, onde a pessoa pode combinar com outros métodos, uma vez não protege contra outras ISTs”.
O medicamente contra o HIV deve ser usado diariamente.
O efeito protetivo é após sete dias de uso em relações anais e após 20 dias em relações vaginais.
Como funcionará o recrutamento Informações sobre o recrutamento – Crédito da foto: Medicina UFMG/Reprodução Uma equipe de educadores é responsável por abordar as pessoas que se encaixam no perfil em pontos comuns de sociabilização. os interessados também podem vir por meio de indicação de pessoas que já conhecem o programa ou por adesão espontânea, que pode ser pelo aplicativo desenvolvido exclusivamente para o projeto: o Amanda Selfie.
Primeiramente, é feita uma triagem com os interessados, que recebem informações sobre a pesquisa.
Eles respondem um questionário-entrevisto com a equipe psicossocial e realizam exames laboratoriais para ISTs.
Os que escolherem por receber o medicamento, iniciam o usa da PrEP.
Após 30 dias, eles retornam para acompanhamento e depois a cada três meses.
Quem optar por não recer o medicamento, vão para o braço não PrEP da pesquisa, onde recebem orientações, participam de rodas de conversas, distribuição de preservativos, testagem rápida de HIV, e outras atividades.
A pessoa pode se desligar da pesquisa a qualquer momento.