O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) liberou um repasse de R$ 22,463 milhões para que a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) atue como perita em ações judiciais que envolvam o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho. O recurso saíra do montante que foi bloqueado nas contas da mineradora em decorrência da tragédia.
Dessa forma, entre as atividades, a universidade irá elaborar estudos sobre os danos causados na tragédia ocorrida em 25 de janeiro deste ano, que deixou mais de 200 mortos e contaminou o Rio Paraopeba. Pesquisadores lotados na instituição deverão avaliar, por exemplo, a qualidade da água do rio, além de outras amostras.
Recursos foram autorizados em audiência judicial
A liberação dos recursos para a UFMG ocorreu através de uma audiência judicial realizada na última terça-feira (20). O dinheiro será administrado pela Fundação de Desenvolvimento de Pesquisas (Fundep), entidade vinculada à universidade. Os estudos a serem desenvolvidos subsidiarão futuras decisões judiciais.
Durante a audiência, o juiz Elton Pupo Nogueira manifestou preocupação com a auditoria parcial no processo de avaliação da qualidade da água que é conduzido pela Vale. De acordo com o magistrado, o transporte até os laboratórios, a abertura e a análise das amostras precisam passar por auditoria.
“Não há nenhuma entidade independente capaz de certificar a realidade dos dados obtidos, o que implica em falha de confiança nos dados coletados nas análises de água do Rio Paraopeba“, diz fala do juiz registrada em ata.
Além dos recursos liberados para a UFMG, Outros R$ 3 milhões das contas da Vale, em acordo com a mineradora, serão destinados para uma campanha que a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) irá desenvolver em 22 municípios mineiros. O objetivo da campanha é informar as populações locais sobre a qualidade da água.
*Com informações da Agência Brasil.