Projeto da UFOP cria aplicativo para mulheres mapearem locais violentos no país

Projeto da UFOP cria aplicativo para mulheres mapearem locais violentos no país

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O projeto de extensão “Ouvidoria Feminina” da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) lançou o aplicativo Segurança da Mulher, que permite que mulheres em todo o território nacional possam transitar em espaços públicos e privados com segurança, podendo sinalizar em um mapa o local onde foram, de alguma forma, violentadas, assediadas ou importunadas.

Fazendo o download do aplicativo no Google Play, a mulher se cadastra com o CPF e a declaração de que ela se reconhece no gênero feminino. Assim, a usuária pode sinalizar denúncias no mapa. Ao clicar na opção para incluir uma denúncia, ela vai responder um formulário de múltipla escolha, com elementos objetivos e de alta percepção da violência que vão desde a iluminação no local, presença de policiamento, até o tipo de violência sofrida.

Carrossel de Banners Responsivo

Dessa forma, o algoritmo do aplicativo classificará o determinado lugar com violência leve, média ou grave. Isso será sinalizado no mapa com as cores verde amarela ou vermelha. Além disso, o aplicativo fornece um opção de denúncia. Caso a mulher deseja denunciar, há o botão para encaminhar o caso tanto para a ouvidoria feminina, que é um espaço institucional de acolhimento da mulher em situação de violência, quanto para outros canais, como o Frida — canal de informação, acolhimento e denúncia da Polícia Civil de Minas Gerais para mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

O aplicativo foi lançado no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, em parceria com o TerraLab, coordenado pelo professor Thiago Carneiro do Departamento de Computação. No momento, ele está disponível apenas para aparelhos do sistema android.

Veja como mais sobre o aplicativo Segurança da Mulher:

Histórico

O projeto de extensão Ouvidoria Feminina nasceu em 2017, em razão de um episódio de assédio sexual sofrido por uma aluna do curso de Direito da UFOP. Ela não sabia a quem recorrer, então, se juntou à professora substituta da época, Bárbara Valadares, e as duas fundaram o projeto que fazia um trabalho na vertente preventiva-educativa, com palestras, cartilhas, rodas de conversa. A iniciativa trabalhava, também, em uma dimensão de acolhimento da mulher em situação de violência da comunidade e da universidade, fazendo a devida orientação jurídica e encaminhando as vítimas de importunação para psicólogas parceiras que atendem de forma gratuita.

Em 2019, houve um salto no projeto após o Conselho Universitário (Cuni) reconhecer a Ouvidoria Feminina como espaço institucional de recebimento de denúncias de mulheres em situação de violência na universidade. “Foi um marco na história da UFOP e das universidades brasileiras, porque foi a primeira norma que reconheceu a existência de violência contra a mulher na universidade e estabeleceu procedimentos de denúncia”, diz Flávia Máximo, professora da universidade e coordenadora do projeto, ao Mais Minas.

Em 2021, foi aprovada uma outra resolução que faz com que as denúncias sejam feitas pelo canal “Fala.BR“, que é digital da controladoria geral da União. Além disso, também houve a regulamentação da figura da ouvidora adjunta, que é uma servidora do gênero feminino, responsável por receber e encaminhar denúncias de violência contra a mulher.

“Esperamos que o aplicativo seja um exemplo da potência que a junção de saberes transdisciplinares, ou seja, um saber de tecnologia digital com tecnologias sociais para o enfrentamento da violência interseccional de gênero, criando-se uma rede coletiva em nível nacional para que mulheres possam transitar de forma segura pelas ruas e espaços privados”, finaliza a professora Flávia Máximo ao MM.

Ainda não há a versão do aplicativo para IOS, sendo possível apenas fazer o download pelo Google Play, em celulares que possuam o sistema operacional Android. Para ter acesso ao link e baixar a ferramenta, clique aqui.

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