Um pouco de você pode salvar ou melhorar a vida de muitos

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Setembro Verde é o nome da campanha de conscientização em prol da doação de órgãos. O primeiro transplante bem sucedido de órgãos ocorreu em 1954, tendo sido feito um transplante de rim entre irmãos gêmeos idênticos, de modo a evitar que houvesse rejeição do órgão. Felizmente, no decorrer do tempo foi possível desenvolver métodos que possibilitassem que os procedimentos de doação e transplante ocorressem entre pessoas que não tivessem parentesco e a partir da década de 80 evoluíram os medicamentos imunossupressores que evitam a rejeição de órgãos aumentando consideravelmente o número de transplantes. Hoje em dia podem ser feitos variados tipos de transplantes, como de coração, fígado, pulmão, etc.

A doação de órgãos é inegavelmente vista como um ato de solidariedade e amor dos familiares, porém ainda é um tema polêmico e cingido por mitos e preconceitos, além da desinformação e preceitos culturais e/ou religiosos que podem dificultar a adesão e consequentemente diminuir o número de doadores.

O processo de doação de órgãos é composto por fases, sendo a primeira delas a identificação de um doador potencial, o qual trata-se de paciente acometido por injúria cerebral severa causada por acidente com traumatismo craniano, derrame cerebral, tumor e outros, com subsequente morte encefálica, e que apresente autorização da família para a doação. Nesse caso, a função dos órgãos deverá ser mantida artificialmente. A segunda fase trata-se dos testes de compatibilidade entre o doador e os potenciais receptores constantes na lista de espera. Após ter sido selecionado o receptor a Central de Transplantes informa as equipes transplantadoras sobre a existência do doador e qual paciente receptor foi selecionado para que assim, então, as equipes façam a extração dos órgãos no hospital onde se encontra o doador, em centro cirúrgico, respeitando rigorosamente todas as técnicas de assepsia e preservação dos órgãos. Terminado o procedimento, elas se dirigem aos hospitais para procederem à transplantação. Tendo sido efetuado o transplante o corpo é devidamente recomposto e entregue à família sem nenhum prejuízo á aparência do corpo, o que geralmente é motivo de grande preocupação por parte dos familiares.

Pode-se ainda ocorrer a doação em vida, no caso de órgãos duplos , como o rim. No caso do fígado e do pulmão, também é possível o transplante entre vivos, sendo que apenas uma parte do órgão do doador será transplantada no receptor. Por lei, pais, irmãos, filhos, avós, tios e primos podem ser doadores. Indivíduos sem parentesco podem ser doadores somente mediante autorização judicial.

A resistência familiar é um importante fator relacionado à escassez de órgãos para transplante. A recusa da autorização da doação de órgãos está em grande parte dos casos relacionada à falta de informação e compreensão sobre o diagnóstico de morte encefálica, por exemplo, visto que comumente se associa a morte exclusivamente à interrupção irreversível do funcionamento cardíaco. Dessa forma, o esclarecimento por meio de  campanhas de conscientização  é de fundamental importância para que a população possa compreender  sobre a doação de órgãos, ​e a relevância desse ato de estimada nobreza e seu papel protagonista na salvação de vidas.

Franciele Santana - Coluna Nutrição e Alimentação

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