Estamos diante da encruzilhada e temos duas opções: agir, ao que nos é imposto, ou reagir, ao que nos é imposto.
Reagir é o que geralmente acontece. Reagimos tapando buracos ou apagando incêndios.
Já agir é uma formula mágica.
A ação requer visão e confiança para superar os desafios.
Uma vez superados, maior são as probabilidades de encontrar caminhos e novas possibilidades de viver.
O estado de necropolítica em que estamos vivendo, onde quem vive ou quem morre é uma opção do estado, nos impõem uma gritante necessidade de reflexão, que pode ser traduzida, em ação ou reação.
Agir em defesa da vida ou reagir para evitar a morte. Reconstruir a imagem do nosso povo, tendo a inteligência como estandarte, é uma ação em defesa da vida.
Dar foco a nossa inteligência ancestral é uma ação que quebra a narrativa oficial, além de restituir a dignidade e o respeito, através do fortalecimento da autoestima.
Afirmar e levantar a bandeira da inteligência Preta é acender um farol.
Trata-se de Elevar um monumento à memória; prestar reverências a inteligência daqueles, cuja atenção e cuidado, tem como fruto, nossa existência.
O desenvolvimento de nosso Estado, nos aponta pistas e provas que nos habilita a questionar a história.
Basta um pouco de informação sobre a riqueza deste território e da alta demanda de conhecimento, necessário, para acessa-la.
Foi através da cultura e da inteligência herdada, do continente Africano, que se consolidou a matéria mais fina dos hábitos e costumes da cultura mineira.
Minas Gerais foi o estado brasileiro mais importante do sec.
XVIII e foi a inteligência africana, concentrada neste território, que possibilitou um fluxo de riqueza, até aquele instante, não registrada.
Riqueza que transformou o mundo, propiciando a transição do mundo arcaico para o mundo moderno.
Faz-se necessário estabelecer conexão.
Cruzar passado e presente em busca de um entendimento de futuro.
A força que movimenta uma energia sedenta por investigação. Ocupada em escovar a história a contrapelo, em busca de embasamentos, informação e conhecimentos, que nos autorizem e legitimem a apresentar ao mundo, as contribuições do Povo Preto para formação do que entendemos hoje por existir.
Buscar novas visões sobre os fatos.
Valendo-se do uso da força cultural e da inteligência sufocada, para construir novas formas de narrativas; compreender em que os valores civilizatórios afro-brasileiros, nos possibilitaram trilhar outros caminhos; utilizando de outras metodologias de ensino/aprendizado que, nos permitem, hoje, entender e utilizar de nossa história, na construção de uma pedagogia antirracismo e para restituição do respeito e reconhecimento público, e assim, conjuntamente, por possibilidades de emancipação.
Todas as conquistas, até então, só foram possíveis a partir de muita luta e resistência.
Assumir a responsabilidade de mudança é compreender que ela só́ é possível de fato, se for agindo.
Agindo coletivamente.
E tudo isto, com um único propósito, de reconhecer e reverenciar nossas raízes.