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Chegada do verão e período de férias reforça cuidados contra o Aedes aegypti

24/12/2019 às 12:44
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6 min

Verão, férias, Natal e Ano Novo, os meses de dezembro e janeiro costumam ser os mais aguardados pela população por tudo aquilo que trazem consigo. Mas apesar das inúmeras coisas boas quem vem nesta época do ano, ela também inspira algumas preocupações e algumas das principais delas são os vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti: a dengue, o zika e a chikungnya.

O Verão, que é marcado por temperaturas mais quentes e incidência maior de chuvas é a estação perfeita para os mosquitos se proliferarem. Como se sabe, os Aedes aegypti botam seus ovos em água morna e parada. Ou seja, as chuvas acumulam água em recipientes e o calor a deixa em temperatura agradável para as larvas.

Outro fator que torna o período mais suscetível à proliferação dos mosquitos são as férias e feriados. Nessa parte do ano, as famílias costumam viajar e se ausentar das casas por longos períodos. Caso as pessoas não tomem os devidos cuidados, focos de dengue podem permanecer por dias sem ter ninguém para notá-los e na volta das viagens, os moradores terem algumas surpresas desagradáveis.

Cuidados

Por todos estes agravantes no período atual, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reforça sobre os cuidados com a saúde e proteção contra às infecções causadas por vírus transmitidos pelo Aedes aegypti e que podem causar a dengue, chikungunya e zika.

Carolina Amaral, coordenadora do programa estadual das Doenças Transmitidas pelo Aedes, da SES, falou para o site Agência Minas Gerais sobre os cuidados que devem se tomar para evitar as picadas dos mosquitos, que são as principais formas de transmissão.

“Para evitar o acometimento destas arboviroses alguns cuidados são essenciais e proporcionam proteção contra a picada, como o uso individual de repelentes domésticos em aerossol, espiral ou vaporizador, roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos. Para quem dorme durante o dia, como bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos, os mosquiteiros também podem ser utilizados para auxiliar na proteção. Em caso do surgimento de algum sintoma, a orientação é procurar ajuda médica”, afirma.

Carolina falou ainda do cuidado a ser tomado para eliminar os focos e possíveis focos do mosquito.

“Os cuidados devem ser permanentes. Portanto, cheque sempre se as calhas estão limpas, verifique se a caixa d’água está bem tampada, limpe a bandeja coletora de água do ar-condicionado e geladeira, tampe os ralos e abaixe as tampas de vasos sanitários, limpe periodicamente as vasilhas dos bichos de estimação, coloque areia nos pratos de plantas, mantenha a piscina tratada e devidamente tampada, recolha e acondicione o lixo do quintal e deixe as lixeiras bem tampadas, entre outros”, ressaltou.

Chegada do verão e período de férias reforça cuidados contra o Aedes aegypti

Crédito da imagem: Reprodução

As doenças

Dengue

Dengue é uma doença febril grave causada por um arbovírus. Arbovírus são vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente os mosquitos. Existem quatro tipos de vírus de dengue (sorotipos 1, 2, 3 e 4). Cada pessoa pode ter os 4 sorotipos da doença, mas a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele.

Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis, porém as pessoas mais velhas têm maior risco de desenvolver dengue grave e outras complicações que podem levar à morte. O risco de gravidade e morte aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo tratada.

Zika Vírus

O vírus Zika é um arbovírus. Arbovírus são os vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente mosquitos. A doença pelo vírus Zika apresenta risco superior a outras arboviroses, como denguefebre amarela e chikungunya, para o desenvolvimento de complicações neurológicas, como encefalites, Síndrome de Guillain Barré e outras doenças neurológicas. Uma das principais complicações é a microcefalia. A doença inicia com manchas vermelhas em todo o corpo, olho vermelho, pode causar febre baixa, dores pelo corpo e nas juntas, também de pequena intensidade

Chikungunya

A Febre pelo vírus chikungunya é um arbovírus. Arbovírus são aqueles vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente mosquitos, mas também pode ser um carrapatos ou outros. O transmissor (vetor) do chikungunya é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para proliferar, portanto, o período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região. No entanto, é importante manter a consciência e hábitos sadios de higiene para evitar possíveis focos/criadouros do mosquito Aedes Aegypti, que pode ter ovos resistindo por um ano até encontrar as condições favoráveis de proliferação (tempo quente e úmido).

A infecção por Chikungunya começa com febre, dor de cabeça, mal estar, dores pelo corpo e muita dor nas juntas (joelhos, cotovelos, tornozelos, etc), em geral, dos dois lados, podendo também apresentar, em alguns casos, manchas vermelhas ou bolhas pelo corpo. O quadro agudo dura até 15 dias e cura espontaneamente.

Algumas pessoas podem desenvolver um quadro pós-agudo e crônico com dores nas juntas que duram meses ou anos.

Casos em 2019

Em 2019, até 18/12, Minas Gerais registrou 483.733 casos prováveis (casos confirmados + suspeitos) de dengue e 171 óbitos em 50 municípios. Em relação à chikungunya, Minas registrou 2.805 casos prováveis. Até o momento, foi confirmado um óbito por chikungunya no município de Patos de Minas e existe um óbito em investigação. Já em relação à zika, foram registrados 725 casos prováveis da doença até a data de atualização do boletim. O estado está em situação de alerta para esse aumento no número de casos das doenças transmitidas pelo Aedes.

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