Conheça o jogador de Ouro Preto que foi “Campeão dos Campeões” com o Atlético
O Atlético pleiteia na Confederação Brasileira do Futebol (CBF) o reconhecimento do título de Campeão dos Campeões, de 1937, como uma conquista do Campeonato Brasileiro, já que foi a primeira competição nacional entre clubes do país. O Galo se consagraria, então, tricampeão brasileiro. Mas existe uma história dentro dessa campanha do século passado que liga o clube de Belo Horizonte com a cidade de Ouro Preto.
A importância do título de Campeão dos Campeões foi tamanha que integrou até o hino do Atlético. Entre os jogadores que fizeram parte dessa conquista histórica, estava Alcindo de Souza Alves, também conhecido como “Peitão”. Ele era nasceu na Rua Conselheiro Quintiliano, no Bairro Lages, em 1907 (um ano antes do clube), em Ouro Preto.
No grupo atleticano Floriano Peixoto era o comandante e tinha ainda Kafunga, Florindo, Zezé Procópio, Lola, Bala, Quim, Clóvis, Paulista, Alfredo, Guará, Nicola, Rezende e Elair. Além desses, o center-half, posição da época que se assemelha ao volante, era Alcindo, o único ouro-pretano a levar o nome da cidade histórica para o cenário futebolístico nacional.
O filho mais velho de Alcindo, Virgílio Augusto Alves, contou à Nívia Machado, do Superesportes, que seu pai iniciou a carreira no Tiradentes Foot Ball, de Ouro Preto. Depois, atuou em Itabirito e pelo extinto Retiro Esporte Clube, de Nova Lima. Então, foi convidado para jogar pelo Atlético, em 1936. A estreia do ouro-pretano no alvinegro da capital foi em setembro daquele ano, com a vitória por 4 a 0 sobre o seu ex-clube de Nova Lima.
Alcindo, então, participou das conquistas dos estaduais de 1936, 1938, 1939, 1941 e 1942, além da Copa dos Campeões. Conforme Virgílio contou ao Superesportes, após encerrar a carreira de jogador, em 1942, “Peitão” foi trabalhar como funcionário do clube, no cargo de diretor de concentração. O ouro-pretano montou uma espécie de pensão, onde os jogadores almoçavam e jantavam. Ele ficou no Galo até 1946.
De acordo com Virgílio, Alcindo saiu do Atlético em 1947 para trabalhar como auxiliar técnico no Metaluzina Esporte Clube, em Barão de Cocais, onde também chegou a assumir o comando técnico.
Alcindo teve quatro filhos, morou em Barão de Cocais durante 22 anos, até se aposentar e voltar para Ouro Preto, onde viveu até o dia de sua morte, em 1978, de parada cardíaca causada por uma pneumonia.
No dia 14 de fevereiro, o Atlético comemorou em suas redes sociais o aniversário de 85 anos da primeira taça nacional. Com algumas postagens, o clube mostrou como a imprensa da época tratou o título de Campeão dos Campeões. O jornal Estado de Minas noticiou a vitória em cima do Rio Branco colocando na reportagem a conquista desejada pelos torcedores atuais. “O Club Athletico Mineiro conquistou para Minas Geraes o título de Campeão Brasileiro”.
O Atlético também mostrou outros jornais colocando o Galo como campeão brasileiro na época. Os documentos fazem parte de um dossiê apresentado à CBF para o reconhecimento do tricampeonato nacional atleticano. Veja:
