Atlético não terá doações de mecenas em 2022

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O principal investidor do Atlético, Rubens Menin, que também é proprietário da MRV, CNN, Banco Inter e Rádio Itatiaia, disse, em entrevista à rádio Bandeirantes que o órgão colegiado, formado pelos “4R’s” — Rubens e Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador — não farão doações ao clube mineiro em 2022.

Após dois anos com empréstimos e doações de altas cifras, os “4R’s” agora querem ver o Atlético “caminhando com suas próprias pernas”. Para isso, eles tiveram a garantia através da apresentação e aprovação do orçamento que o Galo prevê para este ano.

Atlético não terá doações de mecenas em 2022
Foto: Pedro Souza/Atlético

“O Atlético teve um caixa positivo em 2021. Pagamos inúmeras dívidas. Então, foi um ano excelente para o Atlético, como prevíamos. Este ano, o orçamento não prevê um novo empréstimo. Acho que se tudo der certo, o Atlético vai caminhar com as próprias pernas. Vai ter um orçamento robusto e vai poder manter o time. Quando a gente deu aquele gás inicial, a gente sabia que se não desse aquele gás naquela hora, o Atlético iria passar dificuldades em alguns anos, como alguns clubes. E agora, com uma administração séria, tem tudo para caminhar com as próprias pernas. Um clube que precisa de doação todo ano, não é uma coisa saudável. Acho que a gente tem feito muito é preparar o Atlético para ser uma equipe sustentável e ser um time que brigue em todas as competições e seja uma equipe competitiva. Não queremos dar muleta para o Atlético, o Atlético tem que caminhar com as próprias pernas”, declarou.

Menin confia em uma gestão responsável do Atlético para que o clube não precise novamente de uma intervenção financeira dos mecenas no futuro.

“O orçamento do Atlético para esse ano, foi provado, que do jeito que ele está, não precisa de doação. É um orçamento que contempla todo o exercício de 2022. Onde o Atlético terá receitas suficientes para cobrir todos os custos sem a necessidade de uma ingerência financeira por parte dos investidores. Isso é importante. E daqui para frente, organizar a casa e quem não fizer isso no futebol, está fora. Quem fizer, está dentro. Os times que fizerem uma gestão precária, vão ficar para trás. Vai haver uma separação de clubes com gestão e clubes sem gestão. Isso é indiscutível”, finalizou.

Investimentos

Em 2019, ainda na gestão de Sérgio Sette Câmara e Lásaro Cânadido, o Atlético lutou para não cair para a Série B, terminando o Brasileirão na 13ª posição, somando 48 pontos. Além da crise esportiva, o Galo passava por um momento complicado financeiramente.

Prevendo o pior, Sette Câmara mobilizou os “4R’s” a “salvar” o Atlético da crise financeira bilionária do clube e, após a eliminação para o Afogados na Copa do Brasil em 2020, os mecenas entraram em cena, colocando muito dinheiro no Galo e provocando em uma reformulação no elenco alvinegro.

Mais de 10 jogadores chegaram ao Atlético, assim como o técnico Jorge Sampaoli, que tinha, junto de sua comissão técnica, um salário de R$ 3 milhões. Mais da metade dos compromissos com o treinador argentino era pago por Rubens Menin, em uma doação ao seu clube do coração.

O Atlético acabou o Campeonato Brasileiro na terceira posição, faltando apenas três pontos para se sagrar campeão. Em 2021, mais dinheiro foi investido no clube e, assim, o meia Nacho Fernández e os atacantes Hulk e Diego Costa foram contratados, melhorando ainda mais o time do ano anterior. Então, aconteceu o ano mágico para o atleticano, conquistando o Triplete Alvinegro — Campeonato Mineiro, Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil.

A dívida do Atlético ainda é de cerca de R$ 1 bilhão, mas, segundo Rubens Menin, principal investidor do clube, a situação financeira está controlada, com as dívidas urgentes pagas e as demais renegociadas.

Jorge Jesus

Na mesma entrevista, Rubens Menin revelou conversas do Atlético com o treinador Jorge Jesus, antes do acerto com Antonio “El Turco” Mohamed. O investidor disse que o técnico português tinha o interesse de se transferir para a Cidade do Galo, mas que a decisão demandava tempo, algo que o clube mineiro não tinha mais, já que o Campeonato Mineiro se inicia já na próxima semana.

“O Jorge Jesus ainda tem um contrato com o Benfica, que ainda não foi desfeito completamente. Ele até queria vir para o Atlético, tinha interesse, não é que ele não queria. Mas o tempo dele não era o tempo do Atlético. A gente precisava de um técnico para a segunda-feira. Então, na hora que ele falou sobre o tempo, as negociações terminaram”, explicou.

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