Desde 1986 sem conquistar a Copa do Mundo, a Argentina sonha, a cada edição do torneio, em repetir os feitos históricos de Mário Kempes e Diego Maradona. Vice em duas ocasiões após as glórias, os hermanos sempre esbarraram em pequenos detalhes, caos e desorganização, o que não mais são problemas no ambiente da equipe.
Em 2018, até de forma involuntária, o ex-zagueiro e à época auxiliar Lionel Scaloni assumiu o comando e mudou o espectro da equipe, que sempre atravessou trabalhos controversos e mal executados. À frente da Seleção Argentina, Lionel Scaloni conseguiu promover uma renovação importante no plantel, afirmando nomes como o goleiro Emiliano Martínez (Aston Villa-ING), o zagueiro Lisandro Martínez (Manchester United-ING) e o meio-campista Rodrigo De Paul (Atlético de Madrid-ESP).
Esses nomes, aliados a jogadores históricos, conseguiram formar uma base de sustentação organizada e com identidade de jogo, que possibilitou, finalmente, um grande desempenho do craque Lionel Messi (Paris Saint-Germain-FRA) pela Albiceleste.
Os resultados foram evidentes. Desde a chegada de Scaloni, foram 49 partidas disputadas, com 33 vitórias argentinas, 12 empates e apenas quatro derrotas. Aliás, a invencibilidade dos hermanos já dura mais de três anos. O último revés foi em 2019, por 2 a 0 para o Brasil, na semifinal da Copa América.
Além do alto aproveitamento, a Argentina voltou a erguer troféus. O incômodo jejum de 27 anos foi finalizado em 2020, em outra Copa América disputada no Brasil. O troco por 2019 foi dado com requintes de crueldade, afinal, os argentinos levaram a taça com uma vitória por a 1 a 0, em gol de Di María. A conquista pôs fim à angústia vivida por Messi e sua geração, que haviam batido na trave em diversas oportunidades. De brinde, o país ainda conquistou a Finalíssima, um torneio que pôs em rota de colisão o campeão sul-americano e o campeão europeu – a Itália. A Azzurra, porém, não foi páreo e tomou 3 a 0 de “La Scaloneta”.
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A última chance de Messi
Aos 35 anos de idade, Messi caminha para, provavelmente, sua última Copa do Mundo, que será a quinta participação do atleta do PSG. Nas outras quatro, o ‘E.T’ fracassou na tentativa de dar novamente aos argentinos o título mundial, sendo muito criticado e taxado de pouco decisivo.
Agora, porém, o atacante do PSG vive sua melhor e mais feliz fase com a camisa azul e branca. A conquista da Copa América aliviou a tensão por títulos, e o momento coletivo do time favorece a qualidade do jogador. Afinal, são os dez outros jogadores dando a vida os 90 minutos por Messi.
‘La Scaloneta’
Por muitos anos, a defesa foi o calcanhar de aquiles da Argentina, por conta de de goleiros inseguros e defensores de pouco renome. Com Lionel Scaloni, o jogo mudou e a equipe é cada vez mais confiável e difícil de ser furada. O meio-campo com Leandro Paredes (Juventus-ITA) e Rodrigo de Paul (Atlético de Madrid-ESP) oferece equilíbrio e sustentação para o perigoso ataque de Messi (Paris Saint-Germain-FRA), Di María (Juventus-ITA) e Lautaro Martínez (Internazionale-ITA).
A convocação dos 26 jogadores que foram convocados para a Copa do Mundo não teve surpresas, com a lista formada por jogadores quase todos do futebol europeu, em especial das ligas italiana, espanhola e inglesa.
No Grupo C, a Argentina deve nadar de braçada contra México, Arábia Saudita e Polônia. Nas oitavas, o embate deve ser contra Dinamarca ou França, times considerados fortes, que podem complicar a vida para os hermanos. A tendência, no entanto, é que a Argentina chegue, pelo menos, à semifinal.
- Time base (4-2-3-1): Emiliano Martínez (Aston Villa-ING); Nahuel Molina (Atlético de Madrid-ESP), Christian Romero (Tottenham-ING), Nicolás Otamendi (Benfica-POR) e Marcos Acuna (Sevilla-ESP); Leandro Paredes (Juventus-ITA), Rodrigo de Paul (Atlético de Madrid-ESP); Angel Di María (Juventus-ITA), Lionel Messi (Paris Saint-Germain-FRA) e Papu Gómez (Sevilla-ESP); Lautaro Martínez (Internazionale-ITA).
- Técnico: Lionel Scaloni
- Capitão: Lionel Messi
- Destaque: Lionel Messi
- Jogos: Arábia Saudita (22/11); México (26/11); Polônia (30/11).
- Prognóstico: Candidata ao título
- Melhores participações: 1978 e 1986 (campeã)
- Ídolos históricos: Mário Kempes, Diego Maradona, Gabriel Batistuta , Lionel Messi e Daniel Passarella
- Maior goleador: Lionel Messi (90 gols)
- Jogador que mais vezes atuou: Lionel Messi (164 gols)