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Festival Tudo é Jazz 2020 reúne nomes nacionais e internacionais em programação online

12/11/2020 às 13:36
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11 min
Célio Balona - Foto: Divulgação
Célio Balona - Foto: Divulgação

Festival Tudo é Jazz é reconhecido como um dos mais importantes eventos do gênero. Marcado pela pluralidade vai além do estilo musical que celebra, com uma programação composta por artistas brasileiros e de outros países trazendo o que há de mais sofisticado na música atual. Com 17 anos de história, o Tudo é Jazz já recebeu mais de 1500 músicos e foi apontado pela prestigiada revista Down Beat como um dos 10 melhores festivais de jazz do mundo.

Excepcionalmente, este ano o festival não será realizado em Ouro Preto, cidade que tem sido sua casa, e acontecerá em formato online, com shows transmitidos via streaming no www.tudoejazz.com, de 25 a 27 de novembro, sempre a partir das 20h, reunindo artistas novos e consagrados, brasileiros e estrangeiros. “As parcerias realizadas entre músicos estrangeiros de renome internacional músicos mineiros estabelece conexões importantes, proporcionando um intercâmbio do jazz produzido aqui com o que realizado em outros países”, ressalta Rud Carvalho, produtor do festival. Ainda sobre as parcerias ele ressalta ainda o fato de que o show de Madeleine Peyroux e Celio Balona foi filmado no Blue Note. “É uma parceria do festival com o espaço, que é o bar de jazz de maior renome de Nova Iorque”, conclui.

Parceria de longa data ao longo das edições anteriores, o festival conta com a co-realização da Rede Minas, a primeira emissora pública de Minas Gerais, que este ano completa 35 anos.

A programação contará com nomes como Amaro Freitas, Madeleine Peyroux e Celio Balona, Tulio Mourão e trio (lançamento do novo CD), Natasha Agrama e Rogerio Delayon, Pianissimo Jazz, Marcos Valle e Stacey Kent.

 Todas as apresentações foram previamente gravadas pelos artistas, em seus respectivos países e cidades. Em Belo Horizonte as gravações foram realizadas na sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes, espaço que além de ser um dos principais pontos turísticos da cidade é também símbolo das mais diversas manifestações culturais.

Na estréia de cada show os artistas convidados estarão online, em diálogo com o público, reforçando essa possibilidade de interação online. Os interessados poderão acessar o conteúdo e rever as apresentações dos seus shows favoritos. Toda a programação é gratuita.

O Tudo é Jazz reúne a tradição e a inovação, conectando artistas de gerações e nacionalidades distintas, levando ao público o que há de mais relevante na música produzida atualmente, não apenas no Brasil, mas também em outras partes do mundo. O urbano, o clássico e o contemporâneo se encontram neste espaço marcado pela pluralidade sonora onde o jazz é o fio condutor.

A cultura como caminho e o amor pelo jazz 

Maria Alice “Biiça” Martins é a criadora do tudo é Jazz e durante suas dezessete edições tem atuado como coordenadora e curadora do festival, em Belo Horizonte e Ouro Preto, além de curadora e coordenadora do “Tudo é Jazz no Porto” em 2013 e do projeto Som Clube, em 2001, 2014, 2016 e 2018 em Belo Horizonte. Nascida em Ponte Nova e formada em arquitetura pela UFMG, o interesse pelo jazz vem ainda da adolescência, quando teve contato com a música negra norte-americana através do intercâmbio cultural que, segundo ela, era muito comum na sua cidade, graças a uma professora chamada Vera Soares que enviava alunos para estudar nos EUA e os mesmos voltavam com vários discos, muitos deles com o ritmo criado pela comunidade afro-americana de Nova Orleans. Apesar da formação acadêmica foi na música que Biiça, como é carinhosamente chamada pelos amigos, se encontrou.

Com intensa trajetória cultural atuou em projetos de grande importância, como a coordenação da 1ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, em 1998, o 1º Tiradentes Jazz Festival, em 2000.  Foi responsável também pelas 14 edições Festival da Vida de Mariana, cuja programação contou com nomes como Gringo Cárdia, Benki Pikãko -, Ashaninka entre outros, contando também com grandes nomes da música popular brasileira como Rita Lee, Nando Reis e Maria Betânia.

Com olhar atento para aspectos fundamentais como a diversidade cultural, o fortalecimento da cena local e para os novos artistas, Biiça, indo além do obvio, sempre trouxe como marca das suas curadorias novos e promissores nomes da música, a exemplo de artistas como Thiago Pethit, Cobra Coral, Liniker, Gui Hargreaves, entre outros, evidenciando uma sensibilidade rara, de quem assume um compromisso com o desenvolvimento do cenário musical.

Além da atuação marcante como programadora de grandes festivais, Maria Alice compreendeu cedo a importância do fortalecimento das conexões com os demais elos da chamada cadeia produtiva da música, trazendo para a cidade, além de músicos renomados, jornalistas de importantes, do Brasil e do mundo, a exemplo de Zuza Homem de Mello, jornalista e musicólogo falecido em outubro de 2020, foi a maior especialista em música popular brasileira que se tem notícia.

O Festival Tudo é Jazz 2020 é viabilizado pela Lei estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com patrocínio da Cemig. Realização: ALCE – Associação Livre de Cultura e Esporte. Co-realização Rede Minas. 

Produção: New View Entretenimento e Comunicação

Rádio Oficial: CDL FM

 Histórico

Desde 2002, mais de 3000 participantes fizeram parte do festival, a boa parte composta por jovens músicos locais. As consequências culturais e educativas desses encontros podem ser avaliadas no desenvolvimento profissional destes participantes, pois eles tiveram a oportunidade de encontrar seus ídolos e, sobretudo, de se beneficiar dos seus conselhos e de suas experiências. Tudo é Jazz sempre contou com gigantes da música em sua programação, a exemplo de do trompetista  norte-americano Terence Blanchard que tem uma longa história de parcerias com o cineasta Spike Lee, o sexteto novaiorquino Underground Horns, o trompetista vencedor do Grammy Nicholas Payton, ganhadores de Ammy, como o lendário contrabaixista Ron Carter, artista que entrou para o Guinnes Book, como o instrumentista que tocou em 2.221 discos, o que o torna o músico de jazz mais requisitado da história. Vale também destacar a trompetista canadense Ingrid Jensen e o grande músico Eumir Deodato, brasileiro que tocou ao lado de grandes nomes do jazz além de ter assinado parte da trilha sonora do filme “2001 – Uma Odisseia no Espaço”, onde ficou celebre a música “Also Sprach Zarathustra”, além de grandes nomes brasileiros que dialogam ou bebem diretamente da fonte inesgotável do jazz como Toninho Horta e Hermeto Pascoal, entre outros. 

Tributos e conexões

Outro destaque do festival são os tributos. Ao longo dos anos o Tudo é Jazz homenageou grandes nomes, ligados direta ou indiretamente do gênero, levando em conta a importância das suas trajetórias. O primeiro homenageado foi Milton Nascimento, artista brasileiro cujas referências também passam pelo jazz. Posteriormente, também foram homenageados os artistas Milles Davis, trompetista considerado um dos mais influentes músicos do século XX, Tom Jobim, numa programação 100% brasileira, com membros da família Jobim participando com as partituras originais reescritas para o jazz, a incrível Billie Holiday.

 A qualidade da programação, os diálogos e conexões estabelecidas, além da estrada consolidada, colocam o Tudo é Jazz entre os mais importantes festivais do gênero no mundo.

Programação 

Quarta dia 25: 20h

Amaro Freitas

Madeleine Peyroux feat Celio Balona

 Amaro Freitas

Amaro Freitas – Foto: Divulgação

A cultura de Pernambuco transborda naturalmente no estilo de Amaro Freitas, pianista e compositor de 27 anos que é uma das grandes revelações do jazz brasileiro recentemente.

Influenciado pelo mestre do frevo Capiba, por Moacir Santos, Hermeto e Gismonti, mas também pelas grandes referências do piano jazz como Monk, Jarrett ou Corea, lançou o seu disco de estréia Sangue Negro em 2016 e conquistou de imediato a crítica, que nele encontrou uma nova vida no piano jazz, e o Prêmio MIMO Instrumental de 2016.

Madeleine Peyroux feat Celio Balona

Célio Balona e Madeleine Peyroux se encontram no Tudo é Jazz.

Célio Balona – Foto: Élcio Paraíso
Madeleine – Foto: Yann Orhan

Célio Balona é um dos grandes nomes da música mineira, se destacando como compositor, arranjador, tecladista e acordeonista, uma verdadeira referência da arte sonora. Já a cantora de jazz norte-americana. Madeleine Peyroux traz sua fusão de jazz, blues, folk, soul-funk e pop, multiplicidade sonora que traduz sua inquietação artística. O encontro destes dois talentos traduz a relação com o jazz para além das fronteiras e das gerações.

Quinta dia 26: 20h

Tulio Mourão e trio, lançamento do novo CD

Natasha Agrama feat Rogerio Delayon 

Tulio Mourão e trio, lançamento do novo CD

Tulio Mourão – Foto: Maria Mourão

Pianista, compositor e arranjador, Túlio Mourão é protagonista de uma rica história dentro da Música Brasileira. Integrou a banda Mutantes na fase do rock progressivo e em seguida esteve na banda de artistas como Milton Nascimento, Maria Bethânia, Chico Buarque, Ney Matogrosso, Fagner, entre outros. Tem em sua discografia 15 CDs lançados, entre trilhas orquestrais, canções e jazz/instrumental, além dos principais prêmios por trilhas sonoras para o cinema. O artista lança seu novo CD neste no festival.

Natasha Agrama feat Rogerio Delayon 

Natasha Agrama – Foto: Paige Bittner
Rogério Delayon – Foto: Elaine Martin

Natasha Agrama e Rogério Delayon juntos no tudo é Jazz. Este é outro dos grandes encontros dessa nova edição do festival. Cantora norte-americana de timbre inconfundível, Natasha tem uma herança musical profunda, seu padrasto é a lenda do jazz Stanley Clarke, seu mentor de longa data, e seu avô, o maior crooner de Jazz no Chile, Antônio Prieto. Além desta escola musical que ela traz de família, a artista tem influências urbanas como o pop e o hip Hop. Natasha Agrama vai dividir a cena com o talento do mineiro Rogério Delayon. Multi artista, compositor, arranjador e produtor musical, com um currículo que traz participações ao lado de nomes como Zeca Baleiro, Vanessa da Mata, Vander Lee e Beto Guedes.

Sexta dia 27: 20h

Pianíssimo Jazz

Marcos Valle feat Stacey Kent

Pianíssimo Jazz

Pianíssimo Jazz – Foto: Alberto Lopes

PIANISSIMO JAZZ é um duo de piano e baixo acústico formado pelo pianista carioca Mauro Continentino e a baixista mineira Catarina Moura. Tocando juntos e com exclusividade desde 2011, a dupla apresenta um repertório de clássicos do jazz, especialmente composições dos anos 1920 aos 40, e enfatiza a importância da fusão entre o piano e o baixo, traçando um diferencial na formação pouco comum entre bandas atualmente.

Marcos Valle feat Stacey Kent

Marcos Valle e Stacey Kent – Foto: Divulgação

Talvez pela imensa afinidade com a MPB, e pela fluência no idioma, que claramente define seu interesse pela cultura brasileira, Stacey Kent foi a única convidada estrangeira para participar do concerto em homenagem aos 80 anos do Cristo Redentor, em dezembro de 2011, no Rio de Janeiro. Na véspera da apresentação, Stacey conheceu Marcos Valle, com quem dividiria o palco para cantar Samba de Verão. A parceria gerou frutos, como os shows no “Tokyo Blue Note”, um dos clubes de jazz mais renomados do mundo, e logo em seguida uma temporada no “Birdland Jazz Club” de Nova Iorque, outro clube emblemático para os adoradores do jazz, tiveram a ideia de registrar essas duas temporadas. Com a direção de Charles Gavin, lançaram pela Sony Brasil um box com 3 mídias, um CD ao vivo no Birdland Jazz Club, um DVD do show, e um DVD com o documentário Marcos Valle & Stacey Kent – “FromTokyoto New York” (disponível no NOW – TV por assinatura) com cenas dos shows em Tokyo, entrevistas e depoimentos sobre os dois artistas. O álbum também foi lançado em vinil pela Sony Japão.

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Última atualização em 12/11/2020 às 13:37