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“Informações falsas motivam pânico desnecessário”, diz CSN Mineração sobre vídeo “viralizado”

02/09/2019 às 19:38
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4 min

Nó último dia 17, um vídeo publicado na página Congonhas em Foco, no Facebook, “viralizou” na região de Congonhas, em Minas Gerais. No vídeo, um homem, supostamente um funcionário da empresa (ou terceirizado), grava o momento em que rejeitos são despejados na Barragem Casa de Pedra, da CSN Mineração. Na legenda do vídeo consta que o homem é um operador da empresa.

Usando uma voz “diferente”, supostamente para não ser identificado, o homem grita: “continua jogando rejeito na barragem, barragem Casa de Pedra. Falou que parou de jogar rejeito, não parou oh, vocês tão vendo aí oh. Uma vergonha. Mentirosa essa CSN“.

https://www.facebook.com/congonhasEmFoco/videos/2351898715129986/

O vídeo já conta com mais de 41 mil visualizações, e cerca de mil compartilhamentos.

Procurada pelo Mais Minas, a CSN informou que “reafirma seu compromisso de eliminar o uso de barragens até o fim de 2019 para garantir tranquilidade da população de Congonhas”. A empresa ainda relatou que “as informações falsas que estão circulando nas redes sociais sobre a Barragem Casa de Pedra prejudicam a população de Congonhas, motivando pânico desnecessário”.

Veja a nota da empresa na íntegra:

[su_quote]A CSN Mineração reafirma seu compromisso de eliminar o uso de barragens até o fim de 2019 para garantir a tranquilidade da população de Congonhas. Isso será possível com o término da instalação, no Complexo Casa de Pedra, da segunda planta do sistema de Filtragem de Rejeitos, que hoje já processa 45% do material e o empilha a seco. Além disso, a Companhia ressalta que está avançando com a descaracterização das suas estruturas. A empresa esclarece que as informações falsas que estão circulando nas redes sociais sobre a Barragem Casa de Pedra prejudicam a população de Congonhas, motivando pânico desnecessário. Todas as providências estão sendo tomadas para identificar os responsáveis pela divulgação das informações mentirosas e criminosas.[/su_quote]

Entenda o caso

A discussão em torno da Barragem Casa de Pedra se intensificou após a tragédia ocorrida com a barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho, ocorrida em janeiro. AA população local teme por uma tragédia que poderia devastar a cidade, já que a Barragem Casa de Pedra tem capacidade quatro vezes maior que a que se rompeu em Brumadinho, sendo a maior da América Latina em área urbana.

Entre os meses de janeiro e março, houve diversas reuniões envolvendo a população, o Ministério Público, a Prefeitura, a Câmara Municipal e a CSN Mineração, a fim de se discutir sobre a segurança da barragem para a população congonhense. A última discussão pública sobre o assunto ocorreu no dia 1º de julho de 2019, em uma audiência pública que envolveu a sociedade civil, autoridades e a CSN. Na ocasião, o promotor de Justiça, Vinícius Alcântara Galvão, informou sobre as medidas exigidas à empresa por meio de  Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público, que solicitava, dentre outros pontos, a realocação dos moradores das áreas de risco pela CSN e a construção de prédios para a creche e a escola, fechadas por estarem na rota da lama caso aconteça rompimento da barragem.

No mesmo encontro, o prefeito de Congonhas, Zelinho, destacou que acreditava que a barragem Casa de Pedra era segura, por se tratar de uma estrutura a jusante. Todavia, o prefeito complementou que não se pode garantir nunca a segurança. 

Ainda na audiência, o Gerente-Geral de Exploração Geológica da CSN, Henrile Meireles, destacou compromisso de filtrar os rejeitos a seco. “Somos a única mineradora do mundo que vai fazer 100% da filtragem de rejeito em grande escala. Nós visitamos, em 2017, a mineradora Vallourec, que faz a filtragem de rejeito em um volume pequeno, que corresponde a 1/8 do que nós produzimos. Desenvolvemos, durante um ano e conseguimos concretizar a tecnologia de filtragem em larga escala. Assumimos, perante à Prefeitura, em primeira mão, que a partir de 1º de janeiro de 2020 não disporemos mais na barragem e filtraremos 100% do nosso rejeito”, concluiu.