Ano novo, vida nova. A máxima é ouvida e lida com muita frequência nas redes sociais no mês de janeiro, época que marca o início de um novo ano. Algumas pessoas utilizam para fazerem revisões pessoais e planejamento de vida. São inspiradas para refletir sobre o presente, o futuro e o passado. E, aproveitando essa inspiração, a campanha Janeiro Branco, criada em 2014, tem como objetivo debater sobre a importância da saúde mental nas relações humanas. A equipe de comunicação da Clínica Veterinária Habitat traz a discussão para o âmbito animal, bem como uma discussão sobre os profissionais da saúde, que convivem com distúrbios emocionais.
A saúde mental estudada dos profissionais veterinários
Amplamente conhecidos como o mal dos tempos modernos, você possivelmente já ouviu falar na Síndrome de Burnout e na Fadiga por Compaixão. Caso não tenha ouvido falar, a primeira, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, trata-se de um distúrbio emocional, com a principal causa no excesso de trabalho. Já a segunda, a fadiga por compaixão é uma síndrome que acomete principalmente profissionais da saúde, que trabalham cuidando de outros seres vivos. A pesquisadora estadunidense Susan P Cohen escreveu o artigo Compassion Fatigue and the Veterinary Health Team (Fadiga por Compaixão e a Equipe Médica Veterinária). No artigo, ela traz uma série de problemáticas que as equipes médicas veterinárias enfrentam, pois desenvolvem grande afeição por seus pacientes.
Apesar de diferentes, ambos distúrbios estão relacionados ao tipo de profissão que a pessoa exerce. O próprio Conselho Federal de Medicina Veterinária trouxe a discussão para o âmbito dos profissionais da área. Em entrevista concedida para o CFMV, o médico veterinário Rodrigo Cardoso Rabelo contou sobre como a saúde mental deve ser tratada com seriedade. De acordo com Rodrigo, doutor em ciências veterinárias pela Universidade Complutense de Madrid, dados do Sistema Único de Saúde apontam os profissionais da medicina veterinária como os de maior risco de suicídio no Brasil. Ainda de acordo com ele, “invariavelmente, a questão da eutanásia em animais e a frequência em lidar com a morte dos pacientes seja mais comum nesta especialidade do que em outras profissões. Infelizmente, é uma relação que afeta muitos profissionais de saúde e, embora seja uma questão problemática, os profissionais precisam estar preparados desde a formação na graduação”.
A discussão sobre saúde mental dos profissionais da medicina veterinária também alcança outras áreas da ciência, tais quais a psiquiatria e a psicologia. Fatores de risco diversos, que podem acarretar até mesmo em transtornos mentais e quadros clínicos mais severos. Na psicologia, por exemplo, alguns artigos científicos, tão recentes como 2018, mostram que o manejo do luto não é tratado nos cursos de graduação em medicina veterinária. O fato do próprio profissional se enlutar por seus pacientes é bastante visto no que foi falado anteriormente com a fadiga por compaixão.
Será que os animais sentem emoções?
A pergunta que muitos fazem e que ainda segue sendo tema de discussões no campo da ciência: afinal de contas, os animais sentem emoções? São diversas vertentes científicas e estudos que tentam explicar o fato por trás dos sentimentos dos animais. Quando falamos de animais, devemos também tentar conceituar emoção e sentimento. A primeira está ligada às reações instintivas, que se faz sem pensar, irracionalmente. A segunda, trata-se de uma reflexão sobre o que se sente. Conceitos diferentes, mas com um significado amplo mais importante para o que se pretende mostrar neste texto. Os animais são seres sencientes. Ou seja, eles são capazes de sentir emoções. Mesmo que de forma irracional, ou melhor, ainda não se pode afirmar que essas emoções são ‘pensadas’, digamos assim.
Mas sim, eles sentem. Desde aves a mamíferos, os animais têm o poder de sentir emoções. Eles possuem circuitos e estruturas neurológicas que geram essa interpretação. Em 2012, a Declaração de Cambridge, que foi publicada em diversos jornais e artigos científicos, apresentava a conclusão de um grupo de neurocientistas. Em resumo, ela explicava que os humanos não eram os únicos seres vivos que apresentavam consciência, mas os animais não-humanos também. Inclusive animais invertebrados, como o polvo, apresentam consciência.
Para cuidar do seu bem-estar e também do seu pet…
A relação humana com os animais de estimação é vista com bons olhos pela comunidade científica. Novamente, não falta acervo de pesquisas científicas que comprovam os benefícios de humanos compartilhando suas vidas com um animal de estimação. Inclusive, trouxemos alguns deles aqui. Portanto, ter um pet ajuda que pessoas consigam superar o estresse diário, sendo um ótimo companheiro para os momentos mais difíceis de suas vidas.
Falando agora dos animais, existem, inclusive, algumas empresas que estão tratando sua criação de forma mais ‘humana’. Já ouviu falar do conceito ‘cage-free’? Esse sistema de criação dispensa as gaiolas no processo de produção de ovos de galinhas. Cientificamente comprovado que os ovos produzidos por galinhas que ficam livres pelo galinheiro, são mais nutritivos. Inclusive, algumas rações de cães e gatos contam com esses ovos. Basta o consumidor reparar no adesivo ‘cage-free’. Essas galinhas, livres de qualquer estresse ligados ao confinamento em gaiolas, produzem ovos de mais qualidade, digamos assim.
Se até grandes empresas, multimilionárias, pensam em melhorar a experiência de sua própria criação de animais, pensando no lado emocional como um fator relevante para a produção de produtos de mais qualidades, porque nós, como humanos, não poderíamos também pensar em algo interessante na vivência com nossos pets? Portanto, a dica está dada. Trate seu pet com carinho e gratidão. Sabia que até mesmo as tartarugas conseguem sentir através do casco? Portanto, se você tem uma tartaruga como seu bichinho de estimação, ela vai sentir quando acariciar o seu casco. No mais, a equipe médica veterinária da Habitat deseja a todos os profissionais da saúde um ótimo início de ano e que a saúde mental de todos os veterinários seja levada a sério. Também, que todos os tutores ofereçam carinho, atenção, passeios, tratamento médico veterinário e um espaço adequado para que aos seus pets possam se divertir.