Eu, Vanessa, sou de Juiz de Fora. Indo ou voltando de Belo Horizonte sempre passava às margens da cidade de Santos Dumont, na BR 040, mas nunca parava. Resolvi aproveitar uma visita familiar à JF para voltar um pouco mais cedo e dar uma “passadinha” em Santos Dumont, para enfim conhecer a casa natal do pai da aviação.
A casa, hoje transformada no Museu Cabangu (em referência ao nome da antiga fazenda da família), fica na zona rural da cidade que leva o nome de seu filho ilustre. É bem fácil chegar, o Gmaps guia até lá corretamente. O caminho é bem bonito e faz parte da Estrada Real, tudo plano e bem tranquilo de chegar. Assim que a gente vai se aproximando já nota o estacionamento numa ampla área gramada, antes mesmo de cruzarmos a linha do trem, que passa na frente da propriedade.
A porteira da fazenda fica aberta e embora exista uma placa informando da taxa de visitação no valor de R$2,00, em nossa visita não havia ninguém para cobrar. Apenas um soldado fazia a guarda do local – hoje quem cuida da casa é a Aeronáutica – e logo na entrada, uma caixa sugere doações espontâneas, para ajudar na manutenção e cuidado com o espaço. Podemos entrar na casa e andar livremente por todos os cômodos, o passeio é todo auto-guiado.
O museu abriga mobiliário, documentos, objetos pessoais e muitas fotos que contam a história do pai da aviação e sua relação muito próxima com a casa. Ali ele criou gado e, mesmo à distância, cuidava de detalhes como manutenção e gerenciamento dos negócios, como podemos ver em cartas que enviava ao caseiro João – são várias delas emolduradas e expostas nas paredes.
Santos Dumont viveu na casa até os dois anos de idade e voltou a residir nela por apenas um ano em 1919, quando a casa lhe foi doada pelo Governo Federal. Porém no ano seguinte precisou voltar à Europa para tratar questões de saúde.
No museu encontramos informações que explicam o motivo da família ter se instalado em local tão ermo. Henrique Dumont, pai do aviador, era um engenheiro francês e foi encarregado, em 1872, de construir um trecho da Estrada de Ferro Central do Brasil, na subida da Serra da Mantiqueira. O canteiro de obras foi fixado na localidade de Cabangu e por isto a família se instalou na fazenda que visitamos. Nesta casa nasceu Santos Dumont, em 1873.
Além da engenharia, Henrique dedicou-se também ao cultivo de café. Tratava-se de uma família bastante rica e por isto Santos Dumont sempre pôde frequentar bons colégios, inclusive na Europa.
Eu já tinha conhecido a casa de verão que o aviador projetou na cidade de Petrópolis, mas ainda não tinha conhecido sua casa de origem. Foi uma experiência muito rica, parece que assim a gente vai meio que juntando os retalhos e completando sua história.
Depois de visitar a casa a gente ainda pode explorar uma ampla área externa verde que se assemelha a um parque, espaço gostoso para uma caminhada, piquenique e para levar crianças. Uma réplica do 14 Bis encanta os visitantes e garante uma bela foto!
A cidade de Santos Dumont faz parte da Estrada Real, Caminho Novo, e tem fácil acesso: está às margens da BR 040, a 50 kms de Juiz de Fora. A visita ao Museu Cabangu é parada obrigatória para os turistas que querem percorrer a Estrada Real. Um programa barato e que agrada toda a família!
Museu de Cabangu
Rodovia BR-499, Santos Dumont – MG, 36240-000
Diariamente de 08 as 17 h
Telefone: (32) 3251-3646
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