Processos envolvendo desastre de Mariana têm novo juiz

por Rômulo Soares

Os processos que tratam da reparação das vítimas do desastre ambiental em Mariana, em que uma barragem de dejetos da mineradora Samarco se rompeu em 2015, causando 19 mortes e na poluição de todo o Rio Doce, serão conduzidos por um novo juiz, a partir de 2022.

Processos envolvendo desastre de Mariana tem novo juiz
Foto: Biblioteca de Imagens do Canva

Com a promoção de Mário de Paula Franco Júnior, juiz federal substituto da 12ª Vara Federal, a juiz federal titular em 17 de dezembro, com atuação na 4ª Vara Federal do Amapá, os processos envolvendo o desastre de Mariana estarão sob responsabilidade do juiz federal Cláudio José Coelho Costa, titular da 12ª Vara Federal de Minas Gerais.

Franco Júnior é presidente da Associação dos Juízes Federais de Minas Gerais (Ajufe-MG) e foi o responsável por implementar um novo sistema indenizatório simplificado, para facilitar e agilizar a indenização em massa dos atingidos e prejudicados. Esse modelo usa a técnica de matriz de danos para o cálculo de indenização em massa, assim, grupos específicos de vítimas recebem pagamentos pré-determinados de forma simplificada.

O novo sistema de indenização já foi referendado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), mas foi muito contestado pelo Ministério Público Federal e defensorias locais, que ajuizaram terem suspeição contra o juiz Mário de Paula Franco Júnior, em abril de 2021. O TRF-1, no entanto, negou o afastamento do magistrado, em maio.

Além disso, corre um processo na Justiça britânica, movido por 202 mil brasileiros atingidos pelo desastre de Mariana, com pedido de indenização e críticas à atuação do Judiciário brasileiro no caso.

Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2021 mais de 5 mil pessoas haviam aderido ao novo sistema indenizatório, porém, seis anos depois do rompimento da Barragem do Fundão, ainda há muito a ser reparado. Centenas de casas ainda faltam ser entregues nos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, que tiveram comunidades dizimadas pelo mar de lama.

A negociação para repactuação e definição de um novo acordo entre governo, vítimas e mineradoras responsáveis — Samarco, Vale e BHP Billiton. A previsão é que a última audiência pública seja feita em fevereiro de 2022.

O juiz Mário de Paula Franco Júnior ainda informou que permanecerá à frente da Ajufe-MG, que concentrará esforços na instalação do recém-criado Tribunal Regional Federal da 6ª Região.

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