No que diz respeito aos mitos relacionados às dietas restritivas e o câncer, uma especulação bastante comum é a de que proteínas de origem animal devem ser cortadas da alimentação, pois estas alimentam o tumor.
A proteína é um nutriente que desempenha funções essenciais no nosso corpo, tais como defesa e proteção celular, construção de novos tecidos, preservação da massa muscular esquelética e redução do catabolismo proteico. A proteína ingerida pode ser de origem animal (carnes, aves, pescados, ovos e laticínios) que é rica em ferro heme (maior biodisponibilidade) ou de origem vegetal (feijão, lentilha, grão de bico, soja, ervilha, etc.) que é rica em ferro não heme (menor biodisponibilidade).
O tratamento do câncer muitas vezes pode levar à perda de massa muscular, dessa forma é necessário que haja um consumo adequado de proteínas, a fim de garantir a manutenção das diversas atividades do organismo e manter os músculos saudáveis, o que pode reduzir o surgimento de efeitos colaterais.
A carne vermelha é um item proteico frequentemente presente nas refeições dos brasileiros, mas quando o seu consumo ocorre em grande quantidade as chances do desenvolvimento do câncer aumentam devido ao fato de que possuem grandes quantidades de ferro heme, nutriente essencial ao corpo, mas que, em excesso, pode ter efeito tóxico sobre as células; dessa forma, deve-se desestimular a ingestão muito frequente de carnes vermelhas. Além disso, é importante que seja evitado o consumo de carnes processadas, como bacon, salsicha, presuntos, defumados, etc.
Definitivamente pode-se dizer que as proteínas de origem animal não devem ser banidas da alimentação do paciente em tratamento de câncer, visto que estas são de excelente qualidade e de suma importância para a boa recuperação do mesmo; contudo a escolha deve ser bem planejada de modo a evitar os excessos e potenciais agravos decorrentes de uma alimentação desregrada.