Diabetes: o consumo de um alimento pode substituir o uso de medicamentos?

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A ingestão de água com quiabo tornou-se popularmente uma prática considerada como tratamento alternativo para o diabetes.

A divulgação dos possíveis benefícios milagrosos da água de quiabo iniciou-se quando no ano de 2013, dois estudantes do ensino médio foram premiados em uma feira de ciências da Universidade de São Paulo (USP), sendo, então convidados para participarem do quadro “Jovens Inventores”, do programa Caldeirão do Huck, onde também foram premiados.

O experimento realizado pelos jovens estudantes foi embasado em uma pesquisa na qual os resultados mostraram que ratos alimentados com farinha de quiabo apresentavam menores níveis de glicemia. Com isso surgiu a ideia de ampliar o estudo realizando o teste em humanos, utilizando uma preparação que apresentasse melhor aceitação para o consumo, surgindo assim o “chá frio de quiabo”, onde o quiabo misturado à água liberaria a mucilagem a qual seria responsável pelos resultados esperados. Alguns voluntários consumiram constantemente a água de quiabo durante o período de estudo e no final foram detectadas diminuições nos níveis de glicose sanguínea.

A explicação para a utilização do quiabo como uma opção de tratamento consiste no fato de que esse vegetal é um alimento rico em fibras e é na sua mucilagem (baba) onde se encontra a maior concentração de fibras. É sabido que uma dieta rica em fibras diminui a absorção de carboidratos, diminuindo, dessa forma, os níveis glicêmicos. A ingestão de fibras ainda aumenta a sensação de saciedade, diminuindo, portanto, a sensação de fome. Dessa forma, a utilização do quiabo seria uma forma simples e acessível para controlar o diabetes.

Porém, embora tenham sido observados resultados satisfatórios, não existem evidências científicas que justifiquem a utilização da água com quiabo como alternativa de tratamento do diabetes.  Não existem efeitos nocivos relacionados a essa prática, a única preocupação associada à divulgação da pesquisa se deve ao fato de muitas pessoas acreditarem, erroneamente, que foi descoberta uma fórmula mágica capaz de substituir os medicamentos e curar a doença.

O diabetes não tem cura, mas com uma alimentação balanceada, controle de peso e prática regular de atividade física, associados à adesão ao tratamento medicamentoso prescrito, é possível manter sob controle os níveis de glicose sanguínea, evitando assim os sintomas associados ao diabetes. É essencial que, sobretudo, não se deixe influenciar por informações sem embasamento científico que garantam a cura milagrosa ou um tratamento revolucionário.

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