Cerca de 42% dos consumidores irão aproveitar a Black Friday para adiantar as compras de Natal

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A Black Friday é reconhecidamente uma das ações anuais de vendas mais expressivas nos Estados Unidos, onde lojas físicas e virtuais propagam promoções com descontos agressivos. No Brasil, a data iniciou sua fama em 2010, e desde então é muito criticada pelos casos de “maquiagem de preços” e promessas não cumpridas aos consumidores.

Em 2019, cerca de 42% dos consumidores podem aproveitar a ocasião para antecipar as compras natalinas. As ações da data movimentam milhões no mercado on-line, mas têm ganhado espaço no comércio
tradicional, tornando-se uma oportunidade para o empresário conquistar clientes e aumentar as vendas no
período.

A área de Estudos Econômicos da Fecomércio MG realizou uma pesquisa com o objetivo de conhecer a
adesão das empresas varejistas às ações da Black Friday em Minas Gerais.

Resultados da pesquisa sobre Black Friday

Uma pesquisa quantitativa do tipo survey telefônico, baseada em amostra proporcional aos segmentos do comércio varejista de Belo Horizonte, Betim, Contagem e Uberlândia, cidades que tem maior impacto no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de Minas Gerais, foi realizada entre os dias 9 e 14 de outubro de 2019. O método utilizado para a seleção das lojas foi definido com base no cadastro da área de Estudos Econômicos do Sistema Fecomércio MG. Foram avaliadas 256 empresas, perfazendo uma margem de erro da ordem de 5,0% para a amostra a um intervalo de confiança de 90%.

Segundo números apontados na pesquisa, o comércio contará com um movimento intenso no dia 29 de novembro. Na ocasião, 29,0% dos consumidores devem ir às compras em lojas físicas buscando os descontos tradicionalmente oferecidos na data.

Neste ano, 36,3% das empresas já planejaram suas ações; 15,1% oferecerão descontos superiores a 50%
e, 23,8% espera um impacto no volume de vendas superior à 25%.

Em 2018 todas as empresas que aderiram à data ofereceram descontos em produtos, sendo que, para 27,2%
delas, a queda nos preços chegou a um valor superior à 50%. 9,8% das empresas não observaram impacto no volume de vendas com as ações da data, porém, para 13,2%, o impacto foi superior à 25%.

As ações em 2019, serão realizadas por, ao menos, 36% do comércio varejista de Minas Gerais. Esse percentual deverá ser maior devido ao expressivo número de empresas que ainda não realizaram o planejamento para a data. Das empresas que fizeram ações de Black Friday no ano passado, 7% ainda não decidiram se realizarão novamente este ano. Os descontos e a propaganda serão as ações mais empregadas para atrair o consumidor no período.

Em Minas Gerais, as ações irão ocorrer, principalmente, nos segmentos de outros artigos de uso pessoal e doméstico (62,5%); tecidos, vestuário e calçados (58,3%); móveis e eletrodomésticos (56,3%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (55,0%).

81,5% das empresas que realizaram ações no ano passado planejam promovê-las também em 2019. Entre as empresas que não realizaram ações para a data em 2018, 10,2% prometem realizar este ano. 5,5% das empresas do comércio varejista do Estado pretendem contratar funcionários temporários no período, o que corresponde a 15,1% das empresas que farão ações na data.15,1% das empresas que irão realizar ações para a data prometem oferecer mais de 50% de desconto no valor dos produtos. Aproximadamente 24% dos empresários espera que o volume de vendas seja superior à 25% do volume rotineiro.

Segundo os empresários, a inadimplência, o fluxo de consumidores e o governo (37,8%); a concorrência
(23,3%) e a crise econômica/baixo fluxo no comércio (13,3%) são os fatores que mais poderão dificultar as
vendas na data.

Black Friday em Belo Horizonte

Cada vez mais presente no comércio, a “sexta-feira negra” deve levar milhares de consumidores ao comércio de Belo Horizonte. Segundo a pesquisa elaborada pela Fecomércio MG, cerca de 40% dos consumidores aguardam a chegada da Black Friday para ir às compras e 50% planejam gastar valores superiores a R$ 500 no período. A Black Friday é uma data popular entre os consumidores da cidade de Belo Horizonte. Mais de 90% da
população acima de 16 anos afirmou que conhece a data de ações promocionais. Entre aqueles que não conhecem, 75% têm acima de 45 anos.

Neste ano, a Black Friday acontecerá na última sexta-feira do mês (29/11), estendendo-se, em alguns casos, até a segunda-feira seguinte, a chamada Cyber Monday. A cada edição, a ação se consolida no país e atrai novos clientes. “Além das compras planejadas, a data favorece o consumo pela oportunidade, tornando-se um bom momento para que o comércio invista em ações para atrair o consumidor, que, mesmo sem planos de compras, procura por preço e variedade de produtos,” explica o economista-chefe da Federação, Guilherme Almeida.

De acordo com a pesquisa, mais de 62% dos consumidores afirmaram que, mesmo sem planejar, poderão ir às compras, caso os descontos sejam atrativos, Além dos descontos, os consumidores procuram por facilidade de pagamento e variedade de produtos e marcas. Já 42,7% dos clientes querem aproveitar os descontos para garantir os presentes das festas de final de ano.

Os artigos mais procurados serão os eletrônicos (30,1%); eletrodomésticos (21,2%) e roupas, calçados e acessórios (19,9%). Além dos preços mais baixos, as pessoas esperam encontrar mais variedade de marcas e produtos (14,6%), além de facilidade de pagamento (25%).

Black Friday requer cuidados para cliente não cair em ciladas

A “Black Friday”, uma iniciativa promocional do comércio em que se oferecem descontos significativos em vários produtos e serviços, acontece na última sexta-feira de novembro, dia 29. A promoção inclui lojas físicas e também o comércio eletrônico. O Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) orienta que os consumidores devem ficar atentos e tomar alguns cuidados para conseguirem não só preços mais baixos, mas principalmente garantirem o recebimento dos produtos.

De acordo com o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa, a Black Friday é uma oportunidade para que lojistas provem sua capacidade de manter uma relação comercial transparente com os consumidores, oferecendo descontos reais nos produtos anunciados. “Nenhum comerciante é obrigado a participar da Black Friday, mas os que participarem devem fazer por merecer a confiança de seus clientes”, afirma. Ele acrescenta que os órgãos de defesa do consumidor estão atentos e que “qualquer abuso detectado será prontamente combatido com os instrumentos previstos pela legislação (Código de Defesa do Consumidor)”.

Os maiores problemas envolvendo a Black Friday são a não entrega de produtos, atrasos na entrega e também os sites falsos. Por isso, o Procon Assembleia preparou uma série de dicas para ajudar o consumidor a evitar dores de cabeça em suas compras:

  •  Não faça compras por impulso. Analise seu orçamento; reflita se você realmente precisa daquilo; avalie se essa compra não vai desequilibrar suas contas.
  •  Durante as próximas semanas, pesquise a evolução do preço do produto que pretende adquirir, bem como as condições de pagamento disponibilizadas pelos diversos fornecedores. No dia 29, confira se o produto faz parte da Black Friday e compare seu preço com os que você coletou.
  •  Visite estabelecimentos diferentes e compare os preços dos produtos que pretende adquirir.
  •  Confira se o produto que você deseja adquirir existe de fato no estoque da loja. Há registros de casos em que o consumidor comprou um artigo pelo preço promocional mas a loja não entregou alegando falta de estoque. Se isso acontecer, o consumidor tem três opções: exigir o cumprimento forçado da oferta, aceitar um outro produto pelo mesmo preço pago ou ainda receber de volta o dinheiro que pagou.
  •  Muito cuidado com sites falsos. Eles são praticamente idênticos aos originais. Suspeite de ofertas muito tentadoras. Em caso de dúvida, ligue para o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa e confira se o preço praticado é aquele mesmo.
  •  Suspeite dos anúncios recebidos por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens. Em 2016 o Procon Assembleia detectou em uma rede social a oferta de uma TV por menos da metade do preço normal, supostamente publicada por uma grande loja de varejo. Uma ligação para o SAC da empresa foi o suficiente para comprovar que se tratava de uma fraude.
  •  Evite acessar sites que são enviados por e-mail ou SMS. Se quiser entrar no site de alguma empresa, digite o endereço eletrônico dela no navegador de seu computador. Não entre pelo link fornecido.
  •  Grave todas as telas e comunicações eventualmente realizadas com o fornecedor.
  •  O site da ALMG contém um link para uma lista preparada pela Fundação Procon SP chamada “Evite esses sites”, contendo o endereço eletrônico em ordem alfabética, razão social da empresa e número do CNPJ ou CPF, além da condição de “fora do ar” ou “no ar”. Essa lista é composta por sites que cometeram fraudes ou que não puderam ser encontrados, quando notificados pelo Procon.
  • O site deve conter o nome da empresa, endereço físico e demais informações necessárias para que o fornecedor possa ser localizado e contatado. O Procon Assembleia recomenda ligar para confirmar todos os dados. O site deve conter o nome da empresa, endereço físico e demais informações necessárias para que o fornecedor possa ser localizado e contatado. O Procon Assembleia recomenda ligar para confirmar todos os dados. Faça uma consulta de CNPJ para se certificar.
  • Algumas ferramentas do Google, como o “Google Maps” e o “Street View”, podem ajudar a descobrir se o endereço fornecido no site realmente existe.
  • Verifique se o site é seguro: no momento da transação, confira se no canto inferior da tela há um cadeado ou chave. Atualize seu programa antivírus, bem como os programas de monitoramento contra spywares e firewall.
  • Forneça apenas os dados solicitados pelo site durante a transação, nada mais.
  • Fique atento à reputação do vendedor. Verifique depoimentos, reclamações e as avaliações da empresa. Os sites “Reclame Aqui” e “Consumidor.gov.br” são boas fontes para essas informações.
  • Guarde todos os dados da compra, como o nome do site, produtos pedidos, valor pago, forma de pagamento, data de entrega do produto e número de protocolo da compra ou do pedido, se houver.
  • Direito de arrependimento: nas compras online, o consumidor pode desistir da compra no prazo de sete dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço. O fornecedor deve informar, sempre de maneira clara e ostensiva, os meios adequados e eficazes para o exercício do direito de arrependimento pelo consumidor.
  • Não faça compras ou qualquer operação bancária utilizando computadores de lan houses ou cybercafés. Eles podem conter programas maliciosos que furtam números de cartões de crédito e senhas.
  • Não se impressione com aqueles cronômetros enormes em contagem regressiva informando que a promoção está acabando. Isso é apenas uma pressão para que você compre logo, sem pensar muito.
  • Em caso de reclamação ou dificuldade, procure o Procon de sua cidade.

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