Engana-se quem pensa que a guerra na Ucrânia afeta apenas o continente Europeu.
A Rússia e a Ucrânia estão entre os principais produtores mundiais no setor agrícola. Além disso, a Rússia também possui minas abundantes de potássio e fosfato, que são ingredientes essenciais para os fertilizantes utilizados para o crescimento das plantações.
No entanto, além desses nutrientes, deve-se considerar também que, mundialmente, a Rússia é o segundo maior produtor e maior exportador de gás natural, combustível necessário em grandes quantidades para a produção de amônia, que é o principal ingrediente dos fertilizantes nitrogenados.
Em meio ao agravamento da guerra, a Rússia recomendou aos produtores locais a suspensão das exportações de fertilizantes e insumos. Vale lembrar que o uso de fertilizantes é responsável pelo fornecimento de alimentos para metade da população mundial. Desse modo, pode-se inferir que haverá um desabastecimento não apenas no Brasil, que é o quarto maior consumidor e importador mundial de fertilizantes e insumos, mas a nível mundial.
A limitação do abastecimento de alimentos básicos fará com que os preços desses produtos aumentem e, consequentemente, esses insumos ficarão fora do alcance econômico para grande parte da população, o que agrava a situação de insegurança alimentar já instalada desde início da pandemia de COVID 19. Dessa forma, pode-se afirmar que a persistência dos conflitos na Ucrânia, será prejudicial para o mundo inteiro.
A insegurança alimentar abrange a alimentação de má qualidade, a instabilidade no acesso a alimentos, bem como a fome propriamente dita. A alimentação segura e sustentável, que é direito de todos, é fortemente ameaçada por inúmeros fatores, o que nos mostra que estamos todos interligados, pois mesmo o que aparentemente não nos afetaria, devido a considerável distância geográfica, economicamente pode causar enorme impacto, gerando consequências nos mais variados setores.