Tarifa de água começa a ser cobrada, em Mariana

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A Tarifa Básica Operacional (TBO) sobre os serviços de distribuição de água do SAAE de Mariana começou a ser cobrada neste mês na cidade. Os funcionários da autarquia já começaram a entregar os boletos de cobrança nas residências e estabelecimentos comerciais do município.

Vencimento

A primeira fatura tem vence junho e, por enquanto, pode ser paga apenas na Caixa Econômica Federal e Casas Lotéricas ou via internet bank. O consumidor poderá mudar a data de vencimento, para aquela que melhor o atender, ligando para o SAAE Mariana através do número 115 ou 3557-9300.

Valores

Os valores variam com base em uma estimativa de gastos. Para residência comum, a tarifa será R$19,60. Residências sociais vão pagar um valor mais baixo, de R$9,80, enquanto indústrias, comércio e estabelecimentos vão pagar uma quantia de R$46,90.

A taxa estabelecida para comércios no geral causou controvérsias entre alguns donos de estabelecimentos. Irene Alves Moreira é proprietária da loja Câmbio Negro Decorações há 17 anos. Ela acha injusto pagar o mesmo valor que o dono de um restaurante, por exemplo, que consome muito mais água.

Posição do SAAE

Questionada sobre o fato, Ana Paula da Silva, que é chefe do setor comercial da SAAE, explica que é muito difícil dividir em tantas subcategorias assim o comércio. Portanto, ela enfatiza que o valor é uma estimativa de consumo.

Ana Paula também informou que o preço da tarifa foi estabelecido pelo Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico (CISAB), e não pelo SAAE.

Qualidade da água

O fornecimento de água em Mariana tem sido precário. A população sofre constantemente com a falta de água e as famosas “manobras” realizadas pelo SAAE deixam a população durante um longo período sem abastecimento.

Georgyanne Sena é moradora do Centro e também tem dificuldades com os serviços prestados pela SAAE. “Sempre tive problemas com relação ao abastecimento de água. Inclusive, moro em um prédio que a síndica sempre precisa comprar caminhão pipa para resolver o problema”.

Além disso, uma reclamação constante que atinge Georgyanne, Irene e muitos outros marianenses, é a propriedade da água. Irene declarou que a água é de péssima qualidade. “Quando eu lavo roupa e a água cai diretamente nela, a roupa fica manchada, uma mancha marrom”, constata.

Georgyanne nos diz que um exemplo da má qualidade da água são as velas do filtro de sua casa: “Elas sempre ficam muito barrentas. E sempre temos problemas de saúde devido a isso, como diarreia e virose. Pelo que eu sei, a água não é tratada por completo, pois falta o último estágio de tratamento”.

Ana Paula da Silva afirma que a água é sim de qualidade: “Temos quatro Estações de Tratamento de Água (ETA’s) que tratam  90% da água de Mariana, o restante é por cloração. Realizamos análises periódicas e enviamos para órgãos como a Vigilância Sanitária”.

Ela ainda reitera que os serviços prestados pelo SAAE estão dentro dos padrões estabelecidos na Portaria no 518 do Ministério da Saúde.

Sobre a falta de água, Ana Paula diz que é preciso uma educação para o consumo na população. “ Há muito desperdício, por isso o abastecimento não é satisfatório”, conclui a chefe do setor.

Pagar vai solucionar o problema?

Segundo Ana Paula, o valor arrecadado pela cobrança da tarifa não vai ser utilizado para melhorias. O seu uso será exclusivo para a instalação dos hidrômetros em Mariana.

Futuramente eles serão utilizados para a cobrança por micro medida da água. Que será mais justa, visto que a população vai pagar com base no que consumir.

Para as moradoras Georgyanne e Irene, a cobrança do TBO não é injusta somente pelo valor, mas também pelo fato de não garantir à população uma melhoria nos serviços. “Se a água for tratada, tudo bem a cobrança, mas do contrário, só vai ser mais uma despesa pra gente”, expressa Irene, indignada.

Georgyanne completa dizendo que “normalmente esse é o preço de uma conta de água em cidades cujo o tratamento é feito. Se o fornecimento de água fosse de qualidade e os serviços prestados não deixasse falhas, era uma taxa razoável”. Apesar da retaliação sobre a cobrança, a moradora vê um lado positivo na medida: “Quando falamos em dinheiro, o consumidor terá mais respaldo em buscar seus direitos. Se eu pago, tenho direito de ter o meu produto de boa qualidade”.

Por fim, a marianense diz acreditar que a cobrança com hidrômetro pode melhorar o serviço e disponibilidade da água: “a partir do momento que for colocado os relógios, acredito que a situação deve melhorar”.

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