A avaliação dos governos de Jair Bolsonaro, Romeu Zema e Alexandre Kalil entre os moradores de Belo Horizonte se estabilizou, mas com uma ligeira tendência de queda. É o que mostra pesquisa inédita do Instituto Quaest encomendada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).
De acordo com o levantamento, a avaliação positiva do presidente, vinha crescendo até chegar a 33% em novembro de 2019. Agora, oscilou para 28%. Tendência semelhante aconteceu com o governador de Minas Gerais, que foi de 21% a 19% de aprovação, e com o prefeito de Belo Horizonte, que foi de 50% a 48%, sendo o mais aprovado dos três níveis de governo.
Presidente, governador e prefeito são mais bem avaliados por um mesmo estrato da sociedade: entre os homens, adultos, com ensino superior e renda acima de 20 salários mínimos.
Para a maior parte dos belorizontinos, Bolsonaro e Zema estão mais errando do que acertando: 55% dos entrevistados têm essa impressão sobre o presidente e 53% sobre o governador. Já Kalil acerta mais do que erra, demonstra a pesquisa, para 68% dos moradores da capital dos mineiros.
Os entrevistados também consideram que os três mandatários têm boas intenções, mas não conseguem colocá-las em prática.
“Esse levantamento traz pontos positivos para Zema e Bolsonaro, que se beneficiam com a melhora dos indicadores de empregos e com a inflação controlada. Ano passado eram muitas expectativas logo para o primeiro ano de governo, talvez por isso as pessoas não conseguiam fazer uma avaliação mais precisa sobre as administrações estadual e federal. Por outro lado, as pessoas agora já percebem que eles não conseguiram fazer tudo que era esperado de forma rápida, que é necessária uma habilidade na interlocução com o Poder Legislativo e tanto Zema quanto Bolsonaro tiveram essa dificuldade”, analisa o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
O levantamento foi feito entre os dias 16 e 20 de janeiro, portanto antes das chuvas que assolaram Belo Horizonte, e ouviu 1 mil pessoas na cidade de Belo Horizonte. O nível de confiança da pesquisa é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem a realidade, considerando a margem de erro, que é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Para manter o histórico da série e os padrões de comparação entre as pesquisas feitas a cada dois meses, a Quaest e a CDL/BH decidiram divulgar o levantamento mesmo
sem os impactos das chuvas sobre a popularidade dos mandatários e de seus governos. A próxima pesquisa, a ser divulgada em março, já levará em conta esse fator.
Kalil lidera a corrida pela Prefeitura de Belo Horizonte
A pesquisa da CDL/BH-Instituto Quaest também levantou as preferências dos moradores de Belo Horizonte para as eleições para prefeito, que serão realizadas em outubro. Em todos os cenários pesquisados, o atual prefeito, Alexandre Kalil (PSD), lidera a disputa.
No cenário espontâneo, no qual os nomes dos candidatos não são apresentados, Kalil tem 26% e o deputado Mauro Tramonte (Republicanos) tem 2%. Os outros candidatos pontuam com menos de 2% e 58% dos entrevistados não apontam nenhum nome.
Nos dois cenários estimulados, nos quais os nomes dos possíveis candidatos são apresentados, Kalil lidera com folga. No cenário com Tramonte, o atual prefeito venceria por 46% a 21%, com uma série de nomes aparecendo bem abaixo, com 2% ou menos.
Já no cenário sem o deputado do Republicanos, Kalil vai a 58%, seguido de longe pelos deputados Áurea Carolina (PSOL) e João Vitor Xavier (Cidadania), que aparecem com 3%.
“A situação equilibrada das contas municipais e a falta de um nome confirmado como adversário explicam porque Kalil sai na frente na intenção de votos deste ano. Apesar de faltar investimentos em obras, a atual gestão continua bem avaliada. Os efeitos da chuva, que geraram muitos questionamentos até então inéditos para o prefeito, porém, não aparecem neste levantamento e vamos poder analisar esse impacto nas próximas pesquisas”, avaliou Marcelo de Souza e Silva, presidente da CDL/BH.
Segundo ele, o alto número de eleitores indecisos no início do ano demonstra que a população ainda não voltou suas atenções para a disputa política deste ano. “A partir de agora as pessoas começam a conversar cada vez mais sobre o cenário eleitoral e sobre as opções de candidaturas em suas cidades. Os levantamentos que começamos a fazer desde o ano passado vai nos permitir acompanhar também esse comportamento e como a aumento do interesse vai influenciar na intenção de voto de cada candidato”, afirmou Souza e Silva.