A Vale acaba de dar um importante passo para garantir a segurança da comunidade de Macacos, em Nova Lima (MG). A mineradora concluiu, neste mês de maio, as obras de descaracterização da barragem B3/B4, da Mina de Mar Azul, que foi classificada com o nível máximo de emergência em 2019, quando mais de 100 famílias precisaram deixar suas casas preventivamente.
Desde então, a Vale não tem medido esforços no sentido de reparar e compensar, de maneira definitiva, os transtornos causados. Além da descaracterização da barragem, a empresa firmou acordo, em dezembro de 2022, no valor de R$ 500 milhões para ações de reparação no distrito, tendo como foco transferência de renda, requalificação do comércio e turismo e fortalecimento do serviço público municipal, além de demandas das comunidades atingidas. O acordo foi firmado em audiência no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, com a participação do Ministério Público de Minas Gerais, Defensoria Pública do Estado, Município de Nova Lima e Ministério Público Federal.
Paralelamente às ações destinadas à comunidade local, a empresa investiu mais de R$ 80 milhões no desenvolvimento de tecnologias para garantir que as obras de descaracterização da barragem B3/B4 ocorressem com a máxima segurança para as pessoas e o meio ambiente. Quase todo o processo de remoção de rejeitos da B3/B4, principal etapa do processo de descaracterização, foi realizado por equipamentos operados remotamente.
“No processo de descaracterização, utilizamos em larga escala equipamentos não tripulados controlados por um centro de operações localizado a cerca de 15 quilômetros da barragem, resultando na remoção de um volume de rejeitos de 3,3 milhões de metros cúbicos. Essa estratégia operacional inovadora foi essencial para eliminar a presença de trabalhadores na barragem até que as condições de segurança adequadas fossem alcançadas”, informou Alexandre Pereira, Vice-Presidente Executivo de Projetos da Vale.
A B3/B4 ainda receberá obras complementares de reconformação do terreno, implantação de sistema de drenagem e revegetação, mas, com a conclusão da descaracterização, não existem mais riscos associados à barragem, que teve seus 3,3 milhões de metros cúbicos de rejeito removidos.
A eliminação de estruturas construídas a montante é um compromisso assumido pela Vale logo após o rompimento da barragem B1, em Brumadinho, além de atender às legislações federal e estadual vigentes sobre segurança de barragens.
“Vamos continuar avançando com a execução de nosso Programa de Descaracterização, com segurança e transparência, e de medidas efetivas para a melhoria das condições de segurança até a eliminação de todas as barragens a montante no Brasil. Já completamos 46% do programa, com desembolsos de US$ 1,7 bilhão, e esperamos concluir outros 2 projetos ainda em 2024, alcançando cerca de 70% até o final de 2026. Essa medida é fundamental para garantirmos a não repetição e tornarmos a Vale ainda mais segura”, afirmou Eduardo Bartolomeo, Presidente da Vale.
Todas as estruturas a montante da Vale no Brasil estão inativas e são monitoradas permanentemente pelos Centros de Monitoramento Geotécnico (CMGs) da empresa. As soluções são customizadas para cada estrutura e estão sendo realizadas de forma cautelosa, tendo como prioridade, sempre, a segurança das pessoas, a redução dos riscos e os cuidados com o meio ambiente. As ações implementadas para descaracterização dessas estruturas são objeto de avaliação e acompanhamento contínuo de auditorias independentes, bem como pelos órgãos reguladores competentes. Informações sobre a gestão de barragens da Vale estão disponíveis em www.vale.com/barragem.
Atividades para a retirada da contenção em Macacos serão iniciadas
Com a conclusão da descaracterização da barragem B3/B4, a empresa iniciará as atividades para retirada da Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ) construída no Ribeirão Macacos, no distrito de Macacos, em Nova Lima (MG). O objetivo, com a retirada da ECJ, é reintegrar a área ao seu entorno e diminuir o impacto visual, recompondo, o máximo possível, a topografia original da área.
O projeto escolhido para descaracterizar a ECJ priorizou a solução com menos impacto para a comunidade e o meio ambiente e com maior viabilidade técnica, contemplando o aproveitamento de todo o material e evitando o tráfego de equipamentos pesados nas estradas e rodovias do entorno.
A Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ) começou a ser construída em 2019, de forma emergencial, e foi concluída em 2020. Ela teve um papel importante para descaracterização da barragem B3/B4, garantindo que o meio ambiente e as pessoas a jusante da estrutura estivessem seguros em caso de acidente durante as atividades de eliminação da barragem.
Desde o início, a ECJ em Macacos foi construída para ser uma estrutura temporária, uma vez que a eliminação dos riscos representados pela barragem B3/B4 tornam a contenção desnecessária. Além disso, a retirada da contenção é importante para garantir a reintegração do local ao meio ambiente.
As Estruturas de Contenção a Jusante (ECJs) das barragens da Vale fazem parte do Programa de Descaracterização de Barragens a Montante da empresa e seguem as normas vigentes no que se refere à adoção de medidas para reduzir possíveis impactos em caso de eventual rompimento. Nesse cenário, as ECJs cumprem o papel de conter os rejeitos. Elas foram concebidas e construídas de forma emergencial e acompanhadas pelas empresas de auditoria independentes que fazem parte dos Termos de Compromisso firmados com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais. As contenções são descomissionáveis, ou seja, podem ser desmontadas quando não forem mais necessárias.
Fonte: Vale