Na última sexta-feira, 22, a TV Globo anunciou os participantes do BBB 22. A emissora fez de tudo para tentar surpreender o público que acompanha o programa, porém, a última edição marcou tanto que internautas, após checar o perfil dos brothers e sisters, começaram a fazer comparações com o antigo elenco e estereótipo em relação a posicionamentos políticos.
O primeiro nome a ser anunciado foi o da médica Laís Caldas, médica que está sendo “cancelada” mesmo antes de entrar na casa. O motivo? fanfiqueiros do Twitter dizem ser bolsonarista.
O mesmo aconteceu com a cantora sertaneja Naiara Azevedo, que além de ser chamada de apoiadora do presidente jair Bolsonaro, foi comparada com uma das principais “peças” do BBB 21, Karol Conká, o que é uma contradição grande, pois a cantora de rapper é apoiadora de Lula.
Outra personagem que além de marcar o Big Brother Brasil no ano passado, conquistou o país inteiro, se consolidando como campeã da edição, foi Juliette Freire. A nova milionária vem sendo, desde o anúncio dos novos nomes, comparada à Vyni e Eslovânia. A analogia é fácil de entender: os três são nordestinos.
O fato é que nem as comparações e nem a estereotipação são saudáveis para os jogadores. Pois tira deles a oportunidade de mostrar suas personalidades.
Sem contar que comparações do tipo da última aqui mencionada, pode ser compreendida como xenofobia, semelhante ao que acontece quando se coloca todas as pessoas negras como iguais, tirando das pessoas a pessoalidade e os colocando dentro da trivialidade, o que configura racismo.
Por mais que vivamos em uma sociedade das “bolhas”, é muito perigoso basear uma pessoa em antigas vivências, que praticamos com outras pessoas, se baseando em suas preferências.
Embora algumas preferências, como políticas, por exemplo, revele alguns comportamentos em comum, a individualidade de cada participante do BBB 22 deve ser além de respeitada, garantir o direito delas se revelarem ao público como pessoas singulares.
Outra viralização que causa bastante estranheza é a comparação do participante Luciano Estevans com o professor João Luiz Pedrosa, que ocorreu logo após o nome e imagem do bailarino serem revelados.
Para o início das observações aqui, ambos possuem profissões distintas, sendo João professor de Geografia, quanto que Estevan, artista. Mas a internet ao percever a cor da pele e o cabelo “black power” de Stevan foi logo o chamando de “planta” ou “João Luiz, versão 2.0”. Demonstrando que nada se aprendeu com o racismo sofrido pelo professor na última edição.
Diante disso deixamos os seguintes questionamentos: pretos são todos iguais? E porquê?
Situação que não se viu com a influenciadora Jade Picon. Ninguém a comparou com uma milionária ou branca. Pelo contrário, sua participação no BBB 22 foi até mesmo, de certa forma glamourizada nos aplicativos mais divertidos como TikTok e Instagram. Já são esperadas situações de muito entretenimento e diversão com a rica que vai conviver com pessoas pobres.
O que também revelou uma outra faceta de parte da população brasileira, a inveja de ricos disfarçada de ironia ou protesto. Já que muitos estão ansiosamente aguardando a jovem de apenas 20 anos passar perrengues, por precisar passar situações que o público entende como inusitada para ricos.
Portanto, perrengues de Jade, a branca e rica será divertido e inusitado, demonstrando uma novidade ao reality, já pretos e nordestinos são todos iguais. Curioso, não?
O programa começa nesta segunda-feira, 17, às 22h15.