Quem acha que a época de carnaval só combina com o clima quente e de sol está muito enganado. A segunda-feira (24) de carnaval, na cidade de Ouro Preto, foi marcada por um clima de frio e neblina, mas que não deixou os foliões desanimados. As ruas da cidade receberam um grande público, além de turistas e blocos tradicionais durante todo o dia. Saiba mais sobre a segunda-feira de carnaval com a cobertura do Portal Mais Minas.
Charanga de Lata
O trajeto da charanga acompanhado pela batida nas latas foi feita pela Escola Dom Pedro II – Largo do Cinema – Rua Direita – Praça Tiradentes – Rua das Flores.
O bloco surgiu a partir da ideia de ex-funcionários da antiga fábrica Aluminas Minas Gerais, que produziam músicas com latas de carboreto, para a fabricação de solda. Os sons eram tocados no horário do almoço, como forma de alegrar e também descansar. Após um tempo, os funcionários decidiram desfilar pelas ruas de Ouro Preto, se tornando tradição do carnaval de rua.
Os instrumentos utilizados são feitos com latas antigas reproduzindo os objetos utilizados da época. Durante a segunda-feira, o desfile agitou a Praça Tiradentes.
Bloco Balanço da Cobra
Muito tradicional nas ruas de Ouro Preto, o Balanço da Cobra é formado por diversos foliões e uma cobra representativa com mais de 10 metros de comprimento. Com seu corpo colorido e maleável o símbolo é carregado pelos foliões durante o desfile.
Além de questões de animação e muita cor, o bloco apresenta denúncias pertinentes a atual situação do país, trazendo fantasias e cartazes como forma de denúncia.
Apresentando-se na Praça Tiradentes no fim da tarde de segunda, o Balanço da Cobra trouxe para a folia muita cor e fantasias criativas. As denúncias, a maioria sobre o atual governo, também estavam presentes em cartazes em forma de sátira, como de um folião que dizia “O balanço da cobra do Trump encanta Bolsonaro”.
Juliana de Assis, foliã do bloco, faz parte do cortejo há três anos e afirma que o cortejo é muito conhecido e animado. “A denúncia trazida pelo bloco traz a realidade em forma de brincadeira”, conclui.
Além de Juliana, foliões de fora de Ouro Preto também fizeram parte do bloco. Djalma Guimarães, morador de Natal, localizado no Rio Grande do Norte, participou pela segunda vez do bloco O balanço da Cobra. “Gosto muito do carnaval de Ouro Preto. Eu me divirto muito. Por indicação de um colega mineiro, nascido em Ouro Preto, eu escolhi participar do bloco”, afirma. E assim como a outra foliã, Djalma acredita que mesmo em um momento de festa é necessário se lembrar sobre a atual situação do país.
Trajeto: Rua Antônio Albuquerque – Rua da Escadinha – Rua São José – Praça Reinaldo Alves de Brito – Rua Direita – Praça Tiradentes – Rua das Flores – retorno
Bloco Vilodum
O Bloco Vilodum, com cinco anos de história, chegou à Praça Tiradentes já durante a noite com os participantes e o público muito animados com batuque e balões amarelos. O bloco se apresentou no centro histórico da cidade com a banda no palco e a bateria no chão e o sucesso foi grande, com direito a pedido de mais músicas após o fim do desfile.
Breno Matias, músico e um dos fundadores do Vilodum, é nascido em Ouro Preto e conta que tocar em sua cidade natal é sempre muito emocionante. “A receptividade do público é sempre muito grande e as pessoas aceitam muito bem o repertório que a gente traz”, explica.
Fernanda Malta, foliã do bloco, mesmo com o pé quebrado não deixou de prestigiar a apresentação. “O bloco faz parte da minha vida há cinco anos. Estamos sempre aí para curtir. O pé descansa na quarta-feira de cinzas porque não tem como deixar de vir”, conta Fernanda.
Trajeto do bloco: Alto das Dores – Rua Bernardo Vasconcelos – Rua do Ouvidor – Praça Tiradentes
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