As montanhas e o patrimônio histórico de Catas Altas, pacata cidade do interior de Minas Gerais, localizada a 120 quilômetros de Belo Horizonte, foram escolhidos pela Rede Globo de Televisão para servirem de cenário de uma nova minissérie: Se Eu fechar os olhos Agora, de autoria de Ricardo Linhares e direção de Carlos Manga Júnior. A narrativa é uma adaptação da obra literária homônima de Edney Silvestre.
As gravações começaram em novembro e estão movimentando o município de pouco mais de cinco mil habitantes, que estão encantados com o cenário montado e com o time de peso escalado para fazer parte da produção. Murilo Benício, Mariana Ximenes, Débora Falabella, Antônio Fagundes, Jonas Bloch, Antônio Grassi, Marcos Breda, Lidi Lisboa, Paulo Rocha são alguns dos artistas que já estão circulando pela cidade.
A série, um thriller, se passa na fictícia Vila de São Miguel, em 1961, e contará a história de dois adolescentes que investigam um crime. A previsão é que ela seja exibida na televisão em janeiro de 2019 e, um pouco antes, para assinantes.
Escolha de Catas Altas – Embora Vila de São Miguel seja uma cidade do interior do Rio de Janeiro, as gravações estão acontecendo em Catas Altas, visto que ela possui todas as características que a história exige. A sua beleza natural e a preservação do patrimônio histórico-cultural foram fatores determinantes para esta escolha.
De acordo com os produtores da minissérie, o município foi selecionado entre diversos outros em potencial da América Latina depois que foi descoberto pela cenógrafa titular da Rede Globo, Anne Marie Bourgeois, através de uma pesquisa na internet.
O primeiro contato com a prefeitura foi feito em setembro, quando uma equipe esteve em Catas Altas para identificar os locais que poderiam servir de cenário para a história. Na ocasião, os produtores e diretores ficaram encantados com o que viram e visualizaram o potencial que ela tem para se transformar em uma cidade cenográfica para produção de diversos trabalhos audiovisuais. A confirmação, porém, de que o município seria a locação para a minissérie só foi feita em outubro.
“Como o tempo para a gravação da série estava muito curto, além do potencial natural da cidade, a viabilização do projeto só foi possível graças ao total apoio oferecido pela atual Administração, que se colocou à disposição para ajudar no que fosse preciso, e da população, que entendeu a importância que essa produção terá para todos de um modo geral”, destaca o Assessor de Comunicação Miguel Sá.
“É motivo de muito orgulho para todos nós que amamos Catas Altas saber que nossas belezas serão apresentadas ao mundo. Nossa cidade foi escolhida por conta da preservação de seu patrimônio e esse trabalho teve início lá em 1997, quando foi emancipada”, comemora o prefeito José Alves Parreira.
A preparação do município para virar a cidade cenográfica começou no final de outubro. Para que isso fosse possível, foram feitas diversas intervenções no núcleo histórico tombado, incluindo casarões públicos e particulares e a praça. Remoção de postes e orelhões, pintura de fachadas e instalação de vitrines foram algumas das mudanças.
“É importante ressaltar que todas essas alterações são temporárias e foram aprovadas por unanimidade pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural e licenciadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha)”, destaca o secretário de Turismo e Cultura Lucas Nishimoto.
De acordo com a nota técnica GAP 342/2017 emitida pelo Iepha, todas as intervenções deverão ser revertidas após a finalização da produção da minissérie. Entretanto, a partir de resolução a ser produzida pelo Instituto e, desde que seja acordado pelos proprietários das edificações em questão, as intervenções poderão, eventualmente, se tornar permanentes caso proporcione alguma melhoria significativa para o núcleo histórico e para o estado de conservação dos casarios e seu entorno.
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