Crítica de Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald

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O universo de Harry Potter continua a se expandir com a chegada aos cinemas da segunda parte da saga escrita por J.K. Rowling: Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald. Um longa-metragem que apresenta elementos bem conhecidos de fãs como Hogwarts e Dumbledore.

O bruxo mais perigoso do mundo mágico escapa e pretende ir à guerra contra os trouxas. No caminho, ele conhecerá Newt Scamander (Eddie Redmayne), enviado por Dumbledore (Jude Law) para uma missão secreta.

Se é preciso encontrar uma grande diferença entre este segundo filme e seu antecessor, é sem dúvida a atmosfera radicalmente diferente. Apesar de encontrarmos o elenco inteiro da primeira parte, junto com Jude Law, Johnny Depp ou Zoë Kravitz, o humor quase desapareceu para abrir caminho para um filme que flerta alegremente com o thriller. E o foco é mais em uma sociedade mágica atormentada por conflitos internos ideológicos.

Escrito pela própria J.K. Rowling, o filme rapidamente mostra falhas no que ele está tentando dizer. Sem muito spoiler, há um jogo de gato e rato rapidamente criado para destacar um enredo que anda em círculos.

Concentrando-se no único clímax do longa-metragem, os personagens vão lembrar constantemente por que estão lá. O filme parece vazio, alternando entre repetições e momentos de preenchimento. Os protagonistas, antigos e novos, dificilmente são esboçados, aparecem em número, aparecendo e desaparecendo de acordo com as necessidades. Tudo parece escrito com um objetivo: desacelerar a história o máximo possível para mantê-la firme nos próximos três filmes.

Essa sequência, portanto, parece como um episódio de transição, do qual apenas um quarto realmente traz algo à história. O exemplo mais óbvio é aquele que dá nome ao filme: Grindelwald. Vamos ser justos, Johnny Depp é um grande ator, mas seu personagem não faz outra coisa além de um falso sucedâneo Jack Sparrow.

O grande vilão tem apenas uma oportunidade para brilhar, na melhor sequência do filme, onde ele finalmente ganha a espessura. Infelizmente, é tarde demais para pegar até 90 minutos, onde ele só atuará de presença. Ainda estamos aguardando a justificativa do título do filme.

Se em um nível narrativo, o filme está lutando para dizer a que veio, ele tem um outro mundo que nunca deixará de nos surpreender: a magia. Embora tenhamos medo de uma ação precipitada nos primeiros minutos, nossas dúvidas rapidamente desaparecem e a direção de David Yates nos traz de volta a varinha da imaginação que adoramos.

Ao tentar ir além da curiosidade para algo mais ambicioso, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald não tem escassez de argumentos. Mas, querendo reter muito o seu efeito, ele não respira, deixando apenas o visual e as memórias para nos manter em suspense.

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