Foi uma noite de sonho para os cruzeirenses de pesadelo para os vascaínos. As duas equipes foram para o jogo com um discurso de “o jogo da vida”, onde o Cruzeiro poderia sair classificado e o Vasco eliminado, mas o que se viu em campo foi apenas uma equipe jogando. O Cruzeiro entrou bem postado em campo, e apesar de marcar bem a equipe vascaína, não se abdicava de atacar e mantinha o controle da partida. Já o time carioca entrou nervoso em campo, abusando dos erros, e o Cruzeiro que não tinha nada com isso aproveitou as falhas da equipe cruz-maltina e goleou.
Agora o Cruzeiro espera o jogo desta quinta-feira entre Racing-ARG e Universidad de Chile para saber em que situação vai entrar na última rodada da Libertadores. Se dá a lógica e o Racing ganha, o Cruzeiro vai pra última rodada podendo chegar ao primeiro lugar do grupo, com uma vitória sobre a equipe argentina e dependendo do saldo de gols. Hoje, ambas as equipes tem oito pontos, mas o Cruzeiro tem nove de saldo e o Racing seis. Se o Racing ganha da La U por três ou menos gols de diferença, o Cruzeiro precisaria de uma vitória simples em BH para se classificar em primeiro. Agora se pinta uma zebra e a La U ganha do Racing, o grupo fica embolado e a situação do Cruzeiro se torna mais arriscada, pois as três equipes ficariam com oito pontos e o Cruzeiro teria que vencer na última rodada para garantir a classificação sem depender do resultado do confronto entre a equipe chilena e o já eliminado Vasco.
O jogo
O primeiro tempo começou com o Vasco buscando o ataque, tanto que no primeiro minuto Fábio foi exigido após chute de Thiago Galhardo, mas o Cruzeiro marcava com intensidade, apertando os atletas vascaínos e diminuindo espaços, do jeito que o torcedor gosta de ver, e logo essa pressão começou a forçar a equipe carioca ao erro e deu tranquilidade à equipe celeste na partida. O jogo continuou parelho, mas rapidamente a torcida vascaína, que estava inflamada nas arquibancadas de São Januário, tomou a primeira ducha de água fria: aos 10 minutos Egídio cruzou e Léo, em posição irregular, desviou para abrir o placar, Cruzeiro 1 a 0.
O gol desesperou a equipe cruz-maltina que passou a ficar mais nervosa e errar tudo que tentava, e o Cruzeiro aproveitou pra tomar o controle do jogo e sair nos momentos propícios e assim fez o segundo gol: Egídio arrancou, fez bela jogada e só rolou pro artilheiro Thiago Neves deixar o dele.
O Vasco a essa altura já estava perdido em campo e com gritos de protesto da torcida perdeu o resto de concentração que havia restado, e Sassá tratou logo de aumentar os problemas da equipe carioca. Aos 33 recebeu bola quase na intermediária, viu Martín Silva adiantado e chutou muito forte para fazer o terceiro, um golaço.
Com 3 a 0 no placar em pouco mais de 30 minutos a torcida do Vasco perdeu a paciência e começou a criticar jogadores e diretoria. Uma das organizadas vascaínas não aceitou os protestos de outra facção contra o atual presidente Alexandre Campello e buscou o confronto. Assim o que se viu foi uma batalha campal entre duas organizadas vascaínas. O árbitro Anderson Daronco teve que paralisar o jogo por sete minutos até que a confusão fosse contida pelos policiais.
Dado o reinício da partida o jogo esfriou e as equipes foram para o vestiário com pensamentos diferentes na cabeça. O Vasco pensava em uma forma de reverter o elástico placar e o Cruzeiro pensava na manutenção do resultado e na importância do saldo de gols num grupo apertado como este.
Na volta do intervalo o jogo perdeu em intensidade e o Vasco partiu mais para o ataque, mas sem organização, o que facilitava para a defesa azul celeste, tendo a equipe carioca levado mais perigo em chutes de fora da área. Já o Cruzeiro estava tranquilo na partida e aos nove da segunda etapa conseguiu fechar o caixão. Sassá ganhou na força e na raça de Werley e tocou na saída de Martín Silva para fazer o quarto.
O resto do jogo foi morno, com o Cruzeiro administrando o resultado e o Vasco sem forças para reagir. O que se viu foi mais briga na arquibancada e muita revolta dos torcedores contra alguns jogadores e contra a diretoria vascaína. E enquanto o rival chafurdava na crise, o Cruzeiro comemorava a partida que praticamente o classifica a fase de mata-mata.
Agora Cruzeiro e Vasco voltam suas atenções ao Brasileirão. A equipe mineira enfrenta o Botafogo em BH e o Vasco enfrenta o América-MG em São Januário.
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