O Cruzeiro mais uma vez foi cirúrgico em uma competição de mata-mata. O clube mais copeiro do Brasil venceu o forte Palmeiras, em pleno Allianz Parque, na noite desta quarta-feira (12), com gol do argentino Hernán Barcos, logo aos cinco minutos de jogo. Com a vitória, o time celeste leva grande vantagem para o jogo de volta, que será disputado no Mineirão, no dia 26 de setembro.
Vale ressaltar as grandes atuações do lendário Fábio, da dupla de zaga Léo e Dedé e do lateral Egídio, que apesar de quase fazer um gol contra no final da partida, foi muito bem no jogo, principalmente defensivamente. O Palmeiras, por sua vez, abusou da individualidade de seus atletas, e levou certo perigo assim, principalmente com o atacante Dudu, mas pecou no jogo coletivo e pagou caro por isso.
Apesar de bem jogada por ambas as equipes, a partida ficou marcada por lances polêmicos, como a expulsão do lateral Edilson, que recebeu dois amarelos no mesmo lance, e uma falta do zaguero Edu Dracena no goleiro Fábio, assinalada no último minuto de jogo, em lance que no seu decorrer, após o árbitro já ter apitado, resultou em gol para o Palmeiras.
O jogo
A partida, recheada de expectativa por parte das duas torcidas não decepcionou. O Palmeiras, jogando em casa, fez como manda o manual e foi para cima do Cruzeiro, que por sua vez esperava o momento certo de contra-atacar. E foi exatamente dessa maneira que o primeiro gol saiu.
Após tomar a frente no placar, a equipe celeste se fechou ainda mais, para segurar o valioso resultado que se desenhava. Como toda equipe em vantagem que se fecha fora de casa, o time mineiro teve que aguentar grande pressão em certos momentos da partida. Mas nas raras vezes que o Palmeiras conseguia furar a defesa celeste, Fábio estava lá para salvar.
Com o visível desgaste de alguns atletas e a expulsão de Edílson, na parte final do segundo tempo, o Cruzeiro teve que se fechar ainda mais na defesa e com a competência costumeira nas partidas eliminatórias, conseguiu levar a vantagem no confronto para BH.
Primeiro tempo
O jogo começou movimentadíssimo e logo aos quatro minutos se iniciou o lance do gol do Cruzeiro, que por incrível que pareça teve início após ataque perigosíssimo do Palmeiras, onde Fábio teve que operar um milagre. Após bom lançamento, o centroavante colombiano Miguel Borja ganhou na força de Leó e Dedé e finalizou de bico, obrigando o camisa 1 celeste a fazer grande intervenção, no reflexo. No decorrer do lance, Dudu pegou a sobra, mas foi desarmado pelo capitão Henrique, que rapidamente acionou o armador Robinho no lado direito.
O camisa 19 dominou e fez linda tabela com o meia Thiago Neves, que destruiu toda a defesa paulista. Robinho então recebeu do camisa 30 e achou Barcos, livre, cara a cara com o goleiro Weverton. O argentino dominou a bola e com muita tranquilidade tocou por cima do arqueiro alviverde, abrindo o placar e calando as arquibancadas do Allianz Parque. Um gol importantíssimo para o centroavante que vivia incômodo jejum de onze partidas sem marcar e mais uma assistência do garçom Robinho, que vem sendo o maestro do ataque celeste na temporada.
Atrás no placar, o Palmeiras teve que ir ainda mais pra cima e nos minutos seguintes do gol ensaiou uma pressão ao time do Cruzeiro. Aos sete minutos, o meia Moisés levou perigo ao gol de Fábio, com um chute de fora da área, que passou perto. Em seguida, aos dez, Dudu foi para cima da defesa celeste, gingou e bateu colocado, com a bola passando a centímetros da trave esquerda do time mineiro. Aos 13, após cruzamento rasteiro da direita, o ex-cruzeirense Willian tentou finalizar e pegou tão mal na bola que esta quase entra por acaso, chegando a tocar de leve no travessão e assustando o torcedor celeste.
Passado o momento de pressão, o Cruzeiro conseguiu se organizar e as chegadas palmeirenses começaram a ser menos frequentes.
Só aos 28 minutos da primeira etapa, os paulistas voltaram a levar perigo. Após boa troca de passes entre Dudu e Willian, Borja foi acionado e chutou forte, nas redes de Fábio, só que do lado de fora.
Mas apesar de mais se preocupado em defender, o Cruzeiro não estava morto na partida e quase ampliou, aos 41. Thiago Neves recebeu bom passe na direita e conseguiu achar Arrascaeta do outro lado, frente a frente com Weverton. Mas o goleiro saiu bem e conseguiu parar, com o peito, a finalização do camisa 10 cruzeirense.
Aquele por sinal, seria o último lance de Arrascaeta na partida, pois o jogador, que vinha de lesão, sentiu uma pancada em disputa de bola com o adversário e foi substituído pelo ponta Rafinha ainda na primeira etapa. Mas ao que tudo indica foi apenas precaução e a pancada foi em local diferente da lesão. Inicialmente o jogador não preocupa para o decorrer da temporada.
Após a última chegada mineira, nenhum lance de maior perigo na primeira etapa, que acabou com 1 a 0 para o Cruzeiro no placar.
Segundo tempo
O Cruzeiro voltou para a segunda etapa ainda mais fechada e a entrada de Rafinha no lugar de Arrascaeta dava ainda mais poder de marcação ao time mineiro. O Palmeiras, por sua vez, começava a errar muito e não conseguia furar a retranca celeste.
Tanto que o primeiro lance de perigo dos palmeirenses na segunda etapa foi apenas aos 18 minutos, em chute cruzado do lateral Mayke, que Fábio defendeu sem dificuldades.
Após a chegada do lateral ex-cruzeiro, o Palmeiras só voltou a assustar aos 31 minutos, num chute de fora da área de Willian, que obrigou Fábio a espalmar.
A partir daí a partida virou um jogo de ataque contra defesa e aos 34, Lucas Lima obrigou Fábio a fazer outra grande defesa, após chutar forte, de perna direita. No decorrer do lance, o Dudu cobrou escanteio para trás e achou Willian, que arriscou o chute. A bola então, acertou o braço de Edílson, que havia se atirado para evitar a finalização. O árbitro então assinalou falta e amarelou o lateral celeste, que não gostou e acabou falando algo que o juiz tomou como ofensivo. Então o árbitro sacou novamente o cartão e expulsou o jogador cruzeirense, que saiu de campo revoltado.
Com a expulsão, o Cruzeiro recuou ainda mais e passou a se segurar como pôde. Aos 40 Dudu fez boa jogada individual e saiu na cara de Fábio, que deixou a meta e abafou o atacante palmeirense, jogando para escanteio.
Apesar de se manter no campo de ataque e de o juiz ter dado sete minutos de acréscimo, o Palmeiras esbarrava na ótima marcação celeste e não conseguia levar perigo.
Polêmicas
Nos últimos segundos de partida, houve o lance mais polêmico da partida, quando, em disputa pelo alto, Edu Dracena atingiu Fábio e o juiz assinalou falta. Só que no decorrer do lance, mesmo este já estando parado, o zagueiro Antônio Carlos empurrou a bola para as redes. O lance causou revolta nos jogadores do Palmeiras que reclamaram muito após o apito final, dado após o goleiro celeste cobrar a infração.
E mesmo após o apito final, as reclamações continuaram, dessa vez do lado celeste. Ao divulgar a súmula, o árbitro justificou a expulsão do lateral Edílson afirmando que o jogador, após receber o primeiro amarelo teria dito: “Vai se f**er”, em protesto. O que revoltou comissão técnica, jogadores e torcida celeste. Primeiro por acharem manifestações como esta comuns no futebol e também pela falta de critério do juiz, que não expulsou o atacante Dudu, que recebeu amarelo por reclamação ainda no primeiro tempo, mas que mesmo assim continuou reclamando, simulando e “tentando apitar a partida” durante todo o jogo.
Próxima partida
O Cruzeiro agora volta suas atenções para o Brasileirão, onde terá um clássico pela frente. A equipe celeste recebe, no domingo, seu arquirrival Atlético-MG, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo será disputado no Mineirão, às 16h. O treinador Mano Menezes já sinalizou que deverá utilizar um time totalmente reserva na partida, como foi no primeiro turno da competição.