Dia da Saudade: a profundidade de um sentimento intraduzível

Dia da Saudade: a profundidade de um sentimento intraduzível

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No Brasil, 30 de janeiro é o Dia da Saudade, mas o que realmente significa essa palavra que tantos dizem ser “intraduzível”? A verdade é que a saudade pode ser definida, sim, em qualquer idioma – o que não significa que sua complexidade possa ser reduzida a uma simples tradução.

A palavra “saudade” tem origens discutidas. Alguns estudiosos apontam para o latim “solĭtas”, que remete à solidão, enquanto outros defendem uma influência árabe, com “saudah”, termo relacionado à melancolia. O fato é que, independentemente de sua etimologia, a saudade se enraizou profundamente na língua e na cultura portuguesa e brasileira, carregando um peso emocional único.

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A estudiosa portuguesa Maria Paula Lamas destaca essa complexidade ao afirmar que a saudade é um conceito tão amplo que escapa a definições exatas. Ela pode ser dor da ausência, lembrança afetuosa, nostalgia ou até mesmo um sentimento paradoxal, em que a tristeza de não ter se mistura ao prazer de recordar.

O dicionário da Academia Brasileira de Letras define saudade como uma “tristeza particularmente intensa pela ausência de alguém a quem se ama, seja por morte, seja por separação temporária ou permanente”. Mas essa definição técnica não dá conta da profundidade com que sentimos a saudade no dia a dia. Saudade não é apenas dor; é também prova de que algo – ou alguém – marcou nossa história.

E qual é a sua saudade? Pode ser um cheiro que remete à infância, uma música que leva de volta a um momento especial, uma pessoa que partiu ou um tempo que não volta mais. Cada um carrega sua própria saudade e a revive de maneiras diferentes.

Ainda assim, a lenda de que apenas o português teria uma palavra para esse sentimento persiste. Outras línguas possuem formas de expressar a mesma emoção: Sehnsucht, em alemão, evoca um desejo profundo por algo inalcançável; hiraeth, no galês, é a saudade de um lar que talvez nunca tenha existido exatamente como lembramos…

Então, o que torna a saudade tão especial? Talvez seja a forma como os falantes da língua portuguesa a incorporaram ao seu jeito de viver e sentir. No fim, o que importa não é se a palavra é única, mas sim o que cada um de nós sente ao ouvi-la.

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