Exposição virtual sobre o mestre Aleijadinho acontece no Museu de Congonhas a partir de 14 de dezembro

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Depois do sucesso em Ouro Preto a exposição ‘Aleijadinho Virtual – O primeiro artista brasileiro’ chega ao Museu de Congonhas a partir do dia 14 de dezembro. A mostra reúne a vida e as principais obras do mestre do barroco-rococó das Américas, oferecendo ao público uma experiência interativa em realidade virtual (VR) e uma exposição com as obras em realidade aumentada (AR). O projeto foi realizado pelo Studio KwO XR, e conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale através da Lei de Incentivo à Cultura e tem entrada franca.

Com o objetivo de contribuir para a preservação do patrimônio material do artista, criando um registro digital de alta definição de suas obras mais importantes, a exposição, que fica em cartaz até o dia 14 de janeiro de 2024, é composta por duas partes: uma experiência interativa em realidade virtual (VR), e uma exposição de obras do artista em realidade aumentada (AR).

Exposição virtual sobre o mestre Aleijadinho acontece no Museu de Congonhas a partir de 14 de dezembro
Foto: César Raydan

Realidade virtual e realidade aumentada

Na experiência VR haverá três estações de realidade virtual de última geração, com sessões individuais a cada 15 minutos em cada uma delas. O público poderá agendar gratuitamente um horário e ao colocar os óculos será transportado para um encontro virtual com Aleijadinho em meio as suas obras mais famosas em Ouro Preto e Congonhas. Os visitantes poderão se movimentar dentro da experiência, interagir com objetos e até mesmo esculpir um dos 12 Profetas do Aleijadinho enquanto o mestre os guia no ofício. A experiência VR é aberta para maiores de 12 anos.

Já a exposição em realidade aumentada vai mostrar dezenas de obras de Aleijadinho digitalmente em 3D. Usando a câmera de seu próprio celular, o público poderá ver as obras como hologramas em alta definição presentes no próprio espaço físico da exposição. Entre as obras estão ‘O Cristo carregando a cruz’, ‘o altar da Igreja de São Francisco’ e os ’12 Profetas do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos’. A classificação é livre e não é necessário agendamento prévio.

“A ideia do projeto surgiu quando fomos convidados para criar uma experiência imersiva em torno das festividades da Semana Santa em Congonhas, e o local mais importante das festas religiosas era o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, que reúne um conjunto de obras de Aleijadinho. Apesar de ser considerado o maior artista do período colonial e patrono das artes no Brasil, Aleijadinho não era realmente conhecido pelo público”, explicou Francisco Almendra, diretor do projeto.

Inovação e tecnologia

Segundo Francisco Almendra, “a exposição recria Aleijadinho digitalmente de maneira fiel às pesquisas históricas, mas com uma voz contemporânea, ligada em temas atuais. Foi usado scan 3D para digitalizar suas obras mais famosas em alta resolução, mas ao invés de encontrá-las distantes e frias como num museu, o público vai ficar lado a lado com Aleijadinho e ajudar e esculpir um dos profetas de pedra em sua oficina”.

“Hoje em dia ninguém quer viver passivamente como se fazia no passado, queremos interagir, trocar. E é isso que vamos fazer em ‘Aleijadinho Virtual’: interagir em primeira mão com o primeiro grande artista brasileiro, utilizando a tecnologia para facilitar essa ponte entre o passado e o futuro, levando o físico para o digital, e nos convidando a fazer parte da História”, explicou Almendra.

“O Museu de Congonhas foi pensado para ser um local de interpretação do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, tornando a visita a esse espaço ainda mais intensa e valiosa. Porém, ele é mais que isso. O comprometimento com a pesquisa e a educação patrimonial são valores que hoje estão ainda mais fortes por aqui e receber a exposição ‘Aleijadinho Virtual’ nos deixa muito felizes e orgulhosos da trajetória que vamos construindo”, conta Lana Mércia Brazil Duarte, diretora-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Lazer e Turismo.

“Abrigar este projeto, que alia tecnologia de ponta a preservação, é mais um atrativo para a visita ao Museu de Congonhas e, com certeza, será um privilégio colocar os óculos 3D e perceber detalhes das obras que a visitação ao santuário não nos permite”, conclui a diretora-presidente.

História e preservação do patrimônio material

Famoso por suas obras sacras, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, criou um novo estilo de escultura e arquitetura brasileira. Poucos sabem sobre a sua doença misteriosa, que começou depois dos 40 anos, quando ele já era um artista conhecido. Aleijadinho era negro, alforriado, filho de um português com uma mulher africana escravizada. O artista faleceu em 18 de novembro de 1814.

O projeto ‘Aleijadinho Virtual’ tem por objetivo preservar o patrimônio material do artista, com um registro digital de alta definição das suas obras mais importantes. O processo de escaneamento 3D se deu em colaboração com o Museu da Inconfidência, o Museu de Congonhas, o IPHAN, as Secretarias de Cultura de Ouro Preto e Congonhas e as Arquidioceses de Mariana e Ouro Preto.

Usando um processo chamado fotogrametria, foi criado um registro fotográfico minucioso das peças somando milhares de imagens e com isso modelos 3D de alta resolução de cada obra registrada. Esses modelos 3D servirão tanto para a exposição digital e a experiência VR, quanto para fins de preservação e pesquisa.

A coleção completa de modelos 3D será disponibilizada para as equipes do IPHAN, Museu da Inconfidência e Museu de Congonhas, e poderão ser usadas futuramente por pesquisadores da área ligados a estas instituições.

Serviço:

  • ‘Aleijadinho Virtual – O primeiro artista brasileiro’: experiência interativa em realidade virtual (VR) e exposição de obras do artista em realidade aumentada (AR).
  • Data e local: de 15 de dezembro a 14 de janeiro de 2024, no Museu de Congonhas (Alameda Cidade Matozinhos de Portugal, 77 – Basílica).
  • orário: de terça a domingo, das 9h às 17h.
  • Entrada gratuita.
  • Experiência interativa (VR): agendar pelo site Classificação 12 anos
  • Exposição virtual: sem agendamento prévio. Classificação livre.

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