A 15ª fábrica da Heineken chegará em Minas Gerais fomentando 11 mil empregos indiretos e 350 diretos no município de Passos e região.
A multinacional holandesa vai injetar R$ 1,8 bilhão no novo empreendimento, previsto para conclusão de instalação em 2025, segundo anunciou nesta quarta-feira, 27, o vice-diretor do Grupo Heineken, Mauro Homem, em coletiva de imprensa concedida na cidade que receberá a filial.
Mais de 200 cidades mineiras batalharam para receber a fábrica em sua sede. Ela seria implantada incialmente em Pedro Leopoldo, entretanto, os gestores da produtora de cerveja mudaram de ideia. Um dos principais argumentos para a mudança geográfica da fábrica, destacou Mauro Homem, é a diminuição de impacto ambiental. “Vem com um trabalho forte com disponibilidade hídrica”, disse.
Durante a cerimônia de anúncio da Heineken em Passos, o governador Romeu Zema, o procurador geral de justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, o procurador geral da república Carlos Bruno Ferreira da Silva e o vice-presidente da Heineken, Mauro Homem, assinaram o termo de compromisso ambiental positivo.
Por compreender a importância econômica, de desenvolvimento social e geração de oportunidades de trabalho que a chegada do empreendimento arrojado à Passos trará, o prefeito da cidade, Diego Rodrigo de Oliveira, se emocionou durante o evento, quase não conseguindo ler seu discurso.
Em sua fala, Romeu Zema destacou que há muita mão de obra no estado de Minas Gerais para atender as demandas da produtora de cerveja e frisou a importância de investimento na qualificação de profissionais para atuação junto à fábrica. “O que nós estamos fazendo é aproximando essas duas questões, as vagas da mão de obra”, disse o político sobre o programa Trilhas de Futuro, que visa profissionalizar alunos com bolsas em escolas particulares.
As oportunidades de trabalho ainda não foram informadas, entretanto, como apurou a redação do portal Mais Minas, os produtos que serão produzidos na unidade de Passos são as cervejas Heineken e Amstel. Logo, concluímos que a demanda de contratação será alta, visto que o país que lidera o ranking mundial de consumo da Heineken e possui mais de um milhão de pontos de venda somente deste produto é o Brasil.
Vale salientar que será necessária a contratação de pessoal para erguer a fábrica, assim, os empregos começarão a ser gerados muito em breve, já que a previsão de inauguração é para 2025, entretanto, Mauro Homem disse que este é o prazo máximo, porém pretende inaugurar antes, em 2024, ou seja, dentro de dois anos.
Importância da fábrica para Passos e região
A chegada da fábrica da Heineken irá certamente movimentar e aquecer a economia da região Sul de Minas. Além de gerar emprego e renda para os munícipes, ela vai abranger as cidades circunvizinhas, como Delfinópolis, Itaú de Minas, Alpinópolis, São João Batista da Glória, Bom Jesus, entre outras.
Tendo em vista que as principais atividades econômicas de Passos são a agropecuária e o agronegócio, podemos concluir que a chegada da fábrica da Heineken será revolucionária para a cidade.
Embaraços
Os representantes da Heineken insistiram em falar sobre o compromisso ambiental da marca. Mas, não deram detalhes sobre qual classe de licenciamento ambiental a instalação da fábrica será enquadrada.
A obra que seria realizada em São Leopoldo foi embargada, pois, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a fábrica da Heineken seria edificada próximo ao sítio arqueológico onde fóssil (crânio) de Luzia foi encontrado, estrutura óssea mais antiga dos continentes americanos.
Membros do Departamento de Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também se manifestaram contra a obra.
Em São Leopoldo, a fábrica da Heineken foi classificada como polidor médio.
Passos é uma das cidades que recebe a Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros do Médio Rio Grande (GD7). Ambientalistas ainda não se manifestaram sobre o assunto.
As questões ambientais de Minas Gerais são pautas sensíveis que requerem cuidados em virtude de acontecimentos passados, que além de gerarem mal ao meio ambiente, prejudicaram muitos mineiros com falta de fonte de renda e consequentemente a economia.